Saturday, June 04, 2011

GREVES

Falava-se das greves dos maquinistas da CP e dos empregados de cabine da TAP.
Disse o que penso há muito tempo sobre o assunto: o direito à greve em Portugal é um direito quase exclusivamente utilizado pela função pública e pelas empresas públicas de serviço público suportadas, directa ou indirectamente,  pelo OE. Não há, praticamente, greves fora deste universo com emprego garantido para toda a vida. Trata-se do exercício de um direito em que o peso da força negocial se encontra claramente do lado dos trabalhadores. Deveria, para evitar os abusos que prejudicam os utentes e penalizam desmesuradamente os contribuintes, ser objecto de revisão, condicionando o seu exercício através da limitação constitucional da progressão dos salários ao crescimento do rendimento nacional em cada ano. Se a reivindicação é de outro cariz, como a oposição a uma reestruturação operacional tecnicamente fundamentada, isto é, que não ponha em causa a integridade física dos trabalhadores ou dos utentes, a greve deveria ser considerada ilegal.

O que eu fui dizer!
Caíram-me em cima, indignados, os camaradas à volta. Voltamos ao tempo de Salazar?!!

Reacção natural.
O Partido vive de e para as greves. Sem elas, os miríficos dez por cento de fiéis esboroar-se-iam completamente num próximo acto eleitoral.

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