Com crédito abundante e barato, o excesso foi norma porque fazer obra dava votos e alimentava conivências perversas.
Aconteceu com as autoestradas, com os estádios de futebol, para além de muitos investimentos menos mediáticos, grandes ou menos grandes, sem justificação de qualquer espécie para além da demagogia que o dinheiro, nas mãos de políticos pouco escrupulosos com os interesses da sociedade, consentiu.
Também na saúde.
O presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) defende que Portugal tem excesso de hospitais e considera que é necessário encerrar algumas unidades sem que se ponha em causa o acesso dos cidadãos aos cuidados.
Segundo Jorge Simões, mais de metade dos 278 concelhos portugueses são abrangidos por mais do que um estabelecimento hospitalar financiado pelo Serviço Nacional de Saúde, o que pode indicar excesso de oferta.
Os dados foram apresentados hoje durante uma conferência em Lisboa, promovida pelo Instituo Nacional de Administração, sobre as medidas acordadas entre o Governo e a troika (constituída pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).
Para o presidente da ERS, esta é uma «boa ocasião para tomar decisões difíceis», por isso espera que o próximo Executivo tenha coragem.
Apesar de estar convencido que a rede hospitalar é excessiva, Jorge Simões diz que é ainda preciso fazer estudos técnicos caso a caso.
«As pessoas têm de perceber que Portugal está a passar por uma situação de grande dificuldade», alerta o responsável, lembrando que os cidadãos devem compreender que a segurança nos cuidados de saúde è fundamental.
«Não faz sentido ter a 15 minutos de um hospital outro pequeno hospital com um ou dois pediatras ou com um ou dois obstetras e que não dê resposta com qualidade necessária e que crie despesa que não faz sentido», exemplificou, em declarações à agência Lusa.
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Só agora é que a ERS deu por ela?
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