Sunday, May 31, 2020

NÃO SOMOS O BRASIL, POIS NÃO; TAMBÉM NÃO FOMOS A GRÉCIA


As televisões continuam a dar do Brasil imagens confrangedoras.
O Brasil terá uma população que é cerca de 21 vezes a portuguesa.
Portugal registava até ontem, 1410 mortes por COVID-19; o Brasil 28872, isto é cerca de 20 vezes mais.
Dir-se-á que a onda pandémica começou muito mais tarde no Brasil, estará em crescimento enquanto em Portugal agora decresce.
Decresce? Estás confiante nisso?
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro-Ministro António Costa disseram aos portugueses, há duas semanas, que sim, que estava na hora de sair e veranear. Oxalá não tenham de vir dar o dito por não dito.

Por outro lado, as comparações ignoram sistematicamente a Grécia onde o número de mortos registado ontem foi 175. A população da Grécia é pouco mais elevada que a portuguesa, 10,8 milhões versus 10,3 milhões.
E ninguém fala da Grécia, porquê?
Na Grécia, na tão falada Grécia durante a crise espoletada em 2008, ninguém agora repara.
As estatísticas gregas não são fiáveis? E ninguém dá por isso?

vd. GRAÇAS A ZEUS

OPORTUNIDADE PARA O INTERIOR DO PAÍS


Há dezenas de anos que os sucessivos governos têm prometido acções de desenvolvimento do interior do país, cada vez mais desertificado.

Houve protestos contra a redução das escolas, dos correios, dos tribunais, e outras actividades, insustentáveis com a emigração do interior para o litoral, para o estrangeiro, para onde o desenvolvimento económico requeria emprego.
Entretanto assistia-se à entrada de imigrantes para desempenharem actividades que - argumento geralmente usado - os portugueses não aceitavam, ou porque não eram compatíveis com as suas competências ou não eram remunerados em conformidade com elas.
Dos projectos promotores com intenções de desenvolvimento no interior do país - o desenvolvimento anémico do país a nível global é outro tema - resultou pouco, o interior continuou a esvair-se de gente, a desertificação cresceu. As autoestradas de ligação ao interior, as SCUT, que se pretendiam gratuitas e muito virtuosas, segundo o pai da ideia, o sr. João Cravinho, promoveram sobretudo a facilidade de visitar o interior e voltar mais rápido para casa.

Mas há uma oportunidade para fazer crescer o interior proporcionada por esta experiência alargada de tele-trabalho forçado pela pandemia. Se o sr. Costa e Silva, convidado pelo primeiro-ministro para  "coordenar e negociar o Programa de Recuperação Económica e Social", acreditar, como eu acredito há três dezenas de anos, no fundamental da mensagem transmitida no vídeo que coloco a seguir, talvez possa eleger uma acção de colocação de funcionários públicos (incentivada ou para novos recrutamentos) em regime de tele-trabalho no interior do país. Atrás dos tele-trabalhadores, por consequência natural, seguir-se-iam os não tele-trabalhadores necessários aos primeiros: professores, médicos, entre outros.



Monday, May 25, 2020

O QUE DISSE RIO


- O maior crime de colarinho branco, diz Rui Rio como se o PSD não tivesse nada a ver com o assunto.
- O PSD teve a ver com  o assunto, mas o que disse Rio significa que ele não descarta as responsabilidades passadas do seu partido, uma atitude geralmente não adoptada pelos líderes políticos.
...
-... não consigo concluir que o PSD / CDS (ou pelo menos muitos dos seus protagonistas nos media) sejam as puras virgens no imbróglio em que nos meteram.
Também não acredito que todos tenham sido agora apanhados de surpresa pela necessidade de continuar a fazer injecções de capital no NB . isso sempre esteve claramente escrito nas estrelas do nosso pequeno firmamento e só um perfeito idiota não perceberia que era isso que iria acontecer sem apelo ou agravo
- Concordo com o que dizes mas, salvo erro, não contaste todas as virgens.
Também o PCP perdeu a virgindade ao viabilizar os orçamentos que incluíam o pagamento daquele compromisso negociado pelo governo anterior e assumido pelo governo seguinte. Quanto ao BE não sei se ainda era virgem, agora já não é de certeza.
Falou-se, na altura da procura de comprador para o aborto, na tina, there is no alternative. Ora, se bem me recordo, Vítor Bento saiu porque lhe tiraram o tapete, o Carlos Costa & Companhia. Se o Vítor Bento tivesse continuado, teriam sido analisadas as consistências dos activos. Levaria tempo, pois levaria, mas o sr. Costa, o Carlos, sabe-se lá porquê, nunca soubemos os porquês de várias decisões do sr. Costa, o Carlos, que cognominei no meu caderno de apontamentos de Constâncio Segundo, entendeu dispensar o Vítor Bento e embarcar no Fundo de Resolução, uma coisa que não podia deixar de sair furada, digo-o agora e escrevi isso na altura no meu caderno público de apontamentos. ... mas isto são peanuts que o tempo desvalorizará, até porque o ocidente não prestou atenção ao oriente e está irremediavelmente a afundar-se (com esta pandemia), se não me engano. 
Oxalá me engane.

VACINA EM SETEMBRO


Britânicos podem ter acesso a vacina a partir de Setembro.


Quem o garante, em declarações à BBC,  é Pascal Soriot, um francês, director de uma farmacêutica com sede em Cambridge, no Reino Unido, que também afirma que os cidadãos daquele país estarão entre os primeiros a receber as doses, a partir do outono.

Pode ser que seja verdade.
Por enquanto assiste-se à corrida mundial de declarações e promessas.
Também neste caso, não faz nenhum mal acreditar. Afinal, setembro é já ali!, talvez modere a ânsia de transigir e arriscar que ameaça uma recidiva da pandemia a forçar um esforço impossível de médicos, enfermeiros e todos quantos já estarão exaustos nas várias frentes desta guerrilha descontrolada.

Saturday, May 23, 2020

A IMUNIDADE DOS TRIBUNAIS

João Miguel Tavares,

Li o seu comentário de hoje, - aqui - leio todos mas o de hoje suscitou-me o envio de um link para um comentário sobre o mesmo tema que coloquei num caderno de apontamentos iniciado em Outubro de 2005, agora menos apontado porque a roda, roda, e passa sempre pelos mesmos temas. 
Se tiver pachorra e curiosidade suficiente, clique aqui


Seu leitor atento,

CHINA, XEQUE MATE À DEMOCRACIA LIBERAL


12 de Março registei aqui:  

"Hoje, às 8:20 ouço na rádio que o presidente chinês anunciou que o surto entrou e declínio em território chinês.
Nas estatísticas publicadas em contínuo pela Organização Mundial de Saúde, vd. aqui, ao meio dia o número de infectados em todo o mundo era 128.058 e o número de mortes 4.717.
Na China, dos 80.796 infectados, já foram recuperados 62.813. Hoje registou 18 novos casos e 11 mortos. "

Hoje, 23 de Maio, pouco mais de dois meses depois, leio aqui :

China não regista qualquer caso de covid-19 pela primeira vez desde o início da pandemia. Sem novas mortes e sem novos casos. A China não registou, nas últimas 24 horas, qualquer nova infecção confirmada de covid-19, algo que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. Desde Março, assistiu-se a uma queda dos casos de contágio local na China, com as restrições à circulação de pessoas, mas a Reuters refere que continuou a haver casos importados, envolvendo, principalmente, cidadãos chineses que regressam do estrangeiro.

Segundo a OMS, hoje a China regista 82971 infectados, dos quais apenas 79 não foram ainda recuperados, 9 nos cuidados intensivos, 4634 mortos.
Como é que a China consegue esta contenção do vírus, descartando, aparentemente, o recurso à imunidade que na generalidade do resto do mundo é considerada inevitável enquanto não houver vacina confiável? 
Os chineses mentem! Como é possível mentir quando as enormes distâncias dos números chineses com a generalidade dos números comparáveis não são iludíveis?
A China é governada por uma ditadura! E a Rússia, com a mais extensa fronteira com a China?
Com que protecção conta a China para evitar que a sua população, cerca de 20% do total mundial, não seja atingida por uma epidemia devastadora? Terá já descoberto a vacina confiável que cumpra o desígnio declarado por Xi Jinping de governar o mundo derrotando as democracias liberais, um dos inimigos que afirmou querer eliminar? 

Teoria da conspiração? Só se não houvesse provas indesmentíveis dos propósitos que Xi Jinping anunciou meses antes de ter anunciado ao mundo que o COVID -19 tinha começado a infectar e a matar em Wuhan.








Friday, May 22, 2020

PAGA E NÃO BUFA!


Ouvi ontem à noite no Eixo do Mal, dois dos quatro comentadores considerarem que o presidente do PSD estava a juntar-se ao líder do Chega nas críticas feitas na AR ao processo como foi conduzido o pagamento de mais 850 milhões de euros ao Novo Banco.
Como não tinha ouvido o que dissera Rui Rio, procurei na Internet e leio:

Novo Banco: Rui Rio considera ser o "maior crime de colarinho branco" em Portugal (RTP);   Rui Rio quer relatórios de auditorias e Costa diz-lhe para pedir ao Fundo de Resolução . Situação e salários no Novo Banco discutidos no debate quinzenal no Parlamento. Rio quer relatórios de auditorias e Costa diz-lhe para os pedir ao Fundo de Resolução (Público) ; Rui Rio denuncia "calotes" do Novo Banco e "créditos vendidos ao desbarato" O presidente do PSD, Rui Rio, considerou inadmissível que todos os anos as auditorias feitas aos balanços do Novo Banco revelem imparidades que podem ter sido "empoladas" em anos anteriores. (tvi24) ; Novo Banco: Rui Rio quer ter acesso a toda a documentação sobre as imparidades (YouTube)

O líder do Chega disse o mesmo? Não sei. 
Mas é antidemocrático que qualquer afirmação do Ventura seja remetida para um Index de inquisição democrática e ao líder do Chega garantido o monopólio da crítica mesmo quando o que Ventura afirma seja, por vezes, democraticamente, pertinente.

À tarde, tinha ouvido na rádio que, a propósito das críticas que têm sido feitas ao facto de, ao mesmo tempo que os portugueses são chamados (directa ou indirectamente, escolham o que gostarem mais) a colocarem mais 850 milhões do roto banco, que regista avultados prejuízos desde que foi desastradamente concebido, aos administradores eram atribuídos dois milhões de prémios de gestão, a administração repudia as críticas feitas e afirma que essas críticas apenas fragilizam o banco e a confiança dos seus depositantes.

Quem é que preside a esta administração ofendida? Transcrevo da wikipédia:


"... tendo iniciado o seu percurso profissional no mercado de capitais em 1985. Entre 1993 e 2003 foi Administrador de diversas instituições financeiras (Banco Pinto & Sotto Mayor, Banco Totta &  Açores e Crédito Predial Português, entre outras). Em Janeiro de 2004 foi chamado para a RAVE, para ocupar o cargo de director financeiro, tendo sido convidado em Setembro do mesmo ano pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações António Mexia para exercer o cargo de Presidente do Conselho de Administração CP. Desempenhou o cargo de Presidente da CP - Comboios de Portugal, EP entre 2004 e 2006.
O seu mandato à frente da CP ficou marcado por um clima de forte contestação social dentro da empresa, com trabalhadores e sindicatos do sector a criticar fortemente diversas decisões do Presidente. Outro marco foi a apresentação do polémico (e para alguns especialistas e quadros da empresa irrealista, já que assentava em pressupostos cujo cumprimento não dependia da CP) programa Líder 2010, com o qual António Ramalho pretendia, entre outras coisas, transformar a CP na melhor operadora ferroviária da península ibérica até 2010. O seu mandato também ficou marcado por alterações nos horários que resultaram com que os comboios da CP deixassem de funcionar tanto numa lógica de rede interligada entre si e passassem a circular mais numa lógica em que cada linha estava isolada uma da outra, o que levava à criação de mais transbordos. Assim, por exemplo, em Novembro de 2005 a CP anunciou que no mês seguinte ia acabar com os comboios entre Porto e Viana do Castelo e restringi-los ao troço entre Nine e Viana do Castelo.[2] Em Nine haveria transbordo para os comboios que circulavam entre Porto e Braga.[2] Também na mesma altura a CP anunciou alterações nos horários da Linha do Douro, que previa a extinção do Intercidades Porto–Régua e que mais comboios Regionais passassem a começar a sua marcha em Caíde (onde havia transbordo com os suburbanos Porto–Caíde) em vez de começarem diretamente na cidade do Porto.[2] Na altura, Caíde era o términus do troço eletrificado da Linha do Douro e a criação de um transbordo naquela estação rural inseriu-se numa lógica da CP de reforçar as receitas da CP Urbanos do Porto (o departamento da companhia que explorava os comboios suburbanos) em detrimento das receitas da CP Regional, evitando assim que houvesse comboios Regionais e Urbanos no troço entre Porto e Caíde.[2] Em Abril de 2006, foi divulgado que a CP ia extinguir os comboios rápidos Intercidades da Beira Alta (Lisboa–Guarda) e da Beira Baixa (Lisboa–Covilhã) e substituí-los parcialmente por Regionais entre Coimbra e Guarda e entre Entroncamento e Castelo Branco.[3] Se a medida tivesse avançado, na região Centro passariam a circular comboios rápidos somente na Linha do Norte e uma viagem entre a Covilhã e Lisboa obrigaria a pelo menos dois transbordos (em Castelo Branco e no Entroncamento).[4] A medida estava a ser preparada pelo próprio António Ramalho, mas contava com a oposição de grande parte da estrutura técnica da CP, para além de ter gerado duras críticas por parte das entidades locais das regiões afetadas.[5] Com efeito, a Governadora Civil de Castelo Branco e um deputado da Assembleia da República eleito pela Guarda contactaram o governo e divulgaram que o executivo não tinha autorizado a CP a fazer essas supressões.[5] Face à polémica, em 3 de Maio a CP divulgou um comunicado onde admitia que os Intercidades da Beira Alta e da Beira Baixa se iam manter.[6]
António Ramalho acabaria por pedir a demissão no verão de 2006, na sequência de um convite por parte da Unicre para assumir a presidência dessa mesma empresa. ...

Friday, May 01, 2020

CONVERSAS EM CLAUSURA





Recebi de um amigo de longa data este vídeo, via WhatsApp.
Normalmente, não abro mensagens reencaminhadas, mas vindo de quem vinha, é obrigação de velho amigo, abrir, ver e ouvir, o que o meu Amigo me envia. E discordar, quando for caso disso, a amizade não se consolida com a passividade do silêncio.

Ouvi com toda a atenção discurso do senhor J. A. Melé, e não discordo das boas intenções sustentadas num projecto - A Banca Ética - de que o conferencista é promotor.
Eu não sabia da existência do senhor Melé, mas, uma breve visita na internet, esclareceu-me, julgo eu, suficientemente, acerca dos objectivos que o conferencista promove. Sem grandes reticências subscrevo a mensagem do senhor Melé.

Contudo, notei que ao conferencista, em Buenos Aires, escapou, propositadamente ou não, duas  formas concretas de garantir na banca em geral a observância da ética que o senhor Melé promove sem nos dizer como atinge a banca, onde é assessor e promotor, os objectivos que definiu como lema, aparte referências vagas à condenação moral de certas marcas que exploram mão-de-obra em países onde as condições de trabalho são infra-humanas, que também subscrevo.

O que estranho e considero insólito, no mínimo, é que o senhor Melé fala durante cerca de meia hora sobre a falta de ética na banca, mas não faz qualquer referência aos offshores e aos fundos de especulação mobiliária e imobiliária.
Considero, há anos, escrevi vários apontamentos sobre o assunto neste caderno de apontamentos, desde a crise das sub-prime e dos activos tóxicos que implodiram o sistema financeiro global, que os bancos deveriam dividir-se em bancos sem qualquer envolvimento, directo ou indirecto,  em operações em offshores ou em aplicações em fundos de, ditos, de investimento,
e os outros.
Aos primeiros, e só a esses, que designei por bancos verdes, por similitude com a economia verde, seria garantida, em caso de crise financeira sistémica, o apoio dos contribuintes, aos outros, aplicar-se-iam as regras estabelecidas para o funcionamento dos casinos. Quem quisesse ver as suas poupanças garantidas,  optaria pelos primeiros, quem quisesse obter maiores ganhos teria de aceitar todas as consequências dos riscos assumidos.

Se houvesse leis que não consentissem as ousadias com rede garantida pelos nossos impostos não teriam os senhores Ricardo Salgado, Jardim Gonçalves, Oliveira e Costa, e ..., muitos outros, jogado como jogaram, aqui e quase por todo o mundo.

Não é tudo, há muito mais para aprofundar a questão.
Quem quiser ler o que escrevi neste caderno há cerca de dez anos sobre o assunto pode procurar nas etiquetas, bancos, banca, moral hazard, ...


CONVERSAS EM CLAUSURA


- Estou confinadíssima. Tive de comprar máquina de roupa (ia a um self próximo) ;  avariou a da loiça, substituída por nova (tinha garantia); a nova teve problema e veio o técnico. Já funciona, menos eu que tive de retirar e tapar e depois desinfectar tudo, de todas as vezes que vinha um deles. Montaram por muito pedido meu (sou velhota e sozinha) porque é uma confusão de instruções de protecção, sobretudo sobre as máscaras neste país que se fica como o tonto no meio da ponte.
Quando será que nos abraçamos e aos netos e filhos? Para a semana, cuidadinho, que será a "largada de touros desembolados" a pensar que acabou a comédia e a Santa nem saiu do altar. Tenho andado pouco inspirada, mas irá devagar a mão ao pincel. Entusiasmei-me com pequena jardinagem e arranjo nas duas boas varandas. Só que o corona não nos deixa à vontade. Falta-me piscina, esqueleto queixa-se. Faço yoga em casa. Abraço forte para vocês.

- Tem cuidado porque já não temos garantia e as peças de 43 estão descontinuadas! Temos de ter humor, a ver se resistimos. Abraço grande. 

- É a patine, com ela é-se mais valioso.