A Moody’s cortou hoje o “rating” do Banif de Baa3 para Ba2, uma redução de dois níveis que coloca a classificação da dívida do banco na categoria de “lixo”.
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Ainda não há muito tempo, os bancos estralejavam lucros de milhões e milhões em cada semestre que passava. Não havia presidente de banco que não fosse um fenómeno, nenhuma administração bancária que não embolsasse à grande e à americana.
Fiquei sempre espantado com tanto foguetório e à espera que um dia não me caíssem as canas em cima. Admirava-me, sobretudo, como é que num campo escasso de vacas magras aqueles ordenhadores tiravam tanto leite e, sobretudo, tantas natas. Há mais de trinta anos que tanta prosperidade me intrigava. Tanto, que, desde que comecei estes apontamentos, volta e meia volto ao tema.
Um dia, já lá vão muitos anos, disse a um administrador de um banco, actualmente presidente, que de tanto mungir a vaca, a banca acabaria debaixo da vaca caída. Respondeu-me o banqueiro (o moral hazard sempre existiu) que um banco em Portugal jamais iria à falência. Até agora, o banqueiro acertou.
Chegou a hora do cair das canas. Uns mais, outros menos, acabaremos todos por levar com elas para salvação do sistema e inimputabilidade dos banqueiros.
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