Constâncio afirmava ontem durante a sua intervenção na abertura da 5ª. Conferência sobre a economia portuguesa do Banco de Portugal que a placa de negócios em que que assenta a economia portuguesa está em transformação e assim terá de continuar porque não podem os sectores tradicionais de baixa tecnologia competir com concorrentes que pagam salários incomparavelmente mais baixos e que, à custa deles, têm conquistado quotas nos mercados internacionais obrigando a recuar os produtores portugueses, entre outros. Salientou que os sectores de alta tecnologia já têm mais peso nas exportações portuguesas que os têxteis e vestuário. E que não há desvalorização monetária que possa valer à perda de competitividade dos sectores tradicionais em termos salariais. (Não abordou, no entanto, como se podem gerir nestas circunstâncias esses sectores de baixa tecnologia, que, apesar de se quererem cada vez mais residuais, ainda têm um peso muito significativo na economia portuguesa).
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Nada disto é novo, mas a convicção daqueles para os quais o euro (enquanto moeda forte) é a causa maior da perda de competitividade dos sectores tradicionais da economia portuguesa esbarra com a de Constâncio, que é também, neste caso, há muito tempo a minha.
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Mas se o desequilíbrio da balança comercial (aliás quase crónico) tem grandes culpas no cartório do crescimento imparável do endividamento externo é ao crédito às empresas e às famílias que se deve o maior impulso desse crescimento. E é, sobretudo nele, que residem os factores de mais difícil resolução no momento em que, segundo Trichet, a Europa está a viver a pior crise desde a Segunda Guerra.
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Porque durante muitos anos a economia portuguesa foi sobretudo uma economia drogada em cimento (não é por acaso que as economias europeias mais fragilizadas são aquelas que experimentaram os maiores crescimentos relativos de produção imobiliária: Espanha, Irlanda, Islândia, Itália, Portugal, Reino Unido, Grécia), o inevitável desmame será sempre doloroso. Até que ponto, ninguém sabe. O que se sabe é que, contrariamente à Grécia onde o endividamento externo é maioritariamente soberano, em Portugal o endividamento externo foi na sua maior parte encaminhado, frequentemente empurrado, através da banca para as famílias. Se a economia entra em recessão em consequência das medidas de contenção, a insolvência das famílias ameaça de insolvência o sistema bancário. Mas a isto, evidentemente, não se referiu Constâncio, que continua a acreditar, segundo diz, na robustez do sistema.
3 comments:
""em Portugal o endividamento externo foi na sua maior parte encaminhado, frequentemente empurrado, através da banca para as famílias.""
Não brinque com estas coisa. Você acredita em tudo. Para onde foram os 5 mil milhões que entraram no BCP e no outro banco dos ladrões?
Portugal tem de pedir dinheiro para emprestar a Angola para esta pagar as obras à Mota Engil. Quantos milhões?
Deixo-lhe aqui umas pistas sobre assuntos destes. Não esqueça que as famílias que você refere, as que compraram casa e viagens de férias, pagam os seus empréstimos. Quem não paga nada são as famíglias de traficantes que vivem à nossa custa com tudo, mas mesmo tudo, pago.
Nenhum político tem mais de 25 mil euros em bancos portugueses. Está tudo em off-shores. A grande fatia da dívida nacional foi contraída para pagar a esses marmanjões todos mais aos chupistas da política.
Essa é que é a verdade. Não tenha ilusões quanto ao que lhe dizem nos numeros que publicam: é mentira! A verdade, não é essa. Pode ser que um destes dias venha a ser reposta.
PORTUGAL JÁ ENTREGOU A ANGOLA MAIS 500 MILHÕES DE EUROS, PARA ESTES PAGAREM SUAS DIVIDAS AOS EMPREITEIROS PORTUGUESES---
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http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-vai-doar-800-milhoes-a-angola_87871.html
Angola acciona linha de crédito de 500 milhões para pagar dívidas a construtoras portuguesas.
MAIS 100 MILHÕES DE EUROS PARA CABO VERDE CONSTRUIR BARRAGENS, COM O NOSSO DINHEIRO, ISTO É "DINHEIRO DOS OTÁRIOS DOS CONTRIBUINTES PORTUGUESES"
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PARACE QUE VAMOS DOANDO AOS AFRICANOS DE 100 EM 100 MILHÕES DE EUROS.
PORTUGAL É UM PAÍS RICO.......................
AGORA VAMOS CONSTRUIR TRES BARRAGENS PARA RETER AGUAS DAS CHUVAS.
MAIS 100 MILHOES DE EUROS.
http://www.panapress.com/freenewspor.asp?code=por006103&dte=10/08/2009
PORTUGAL EMPRESTA 100 MILHÕES DE EUROS Á CABO VERDE EM ABRIL 2010, PARA CONSTRUIREM PAINEIS SOLARES, VIVA PORTUGAL - UM PAIS RICO DE LADRÕES
PORTUGAL EMPRESTA À ANGOLA 140 MILHÕES DE EUROS
http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1478700
Quer mais?
"Quer mais?"
Queria menos.
Concordo consigo mas não estou tão certo que as famílias venham a pagar as prestações aos bancos se, em consequência de uma recessão, o desemprego disparar.
Apesar de as garantias pessoais obrigarem os mais endividados a darem prioridade ao pagamento da casa.
Mas, como sempre, obrigado pelo seu contributo esclarecedor.
"Concordo consigo mas não estou tão certo que as famílias venham a pagar as prestações aos bancos se, em consequência de uma recessão, o desemprego disparar."
O que significa que até aqui, a culpa não é destas famílias, que sempre maioritáriamente têm cumprido. Pagam a dívida e os juros.
Se os bancos e o estado não pagam a quem devem, desviam para outros fins, a culpa não é das famílias tradicionais, certinhas, honestas, trabalhadoras, que se esfarrapam todas, mas cumprem.
Se deixarem de poder pagar, não é porque tenham elegido outras prioridades. É porque, na vez delas, os aldrabões que mandam nisto optam por outras coisas boas como matar o ensino, perguntando nos testes do sexto ano quanto é 5 mais dois, ou como mostrou o Professor Nuno Crato um teste em que deviam usar a calculadora para dividir oito por dois!
Os que estão a levar esta juventude para um buraco sem saída, em que meia duzia sabe ler e o resto não.
E a culpa é das famílias?
Mentirosos, aldrabões, vigaristas. Sempre, sempre a empurrar-nos para baixo e a pôr a culpa nos outros. Nos de cá e nos de fora.
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