As crises também têm lados positivos, sem elas o mundo estagnaria, não se abandonariam caminhos errados, o statu quo guardaria perduravelmente os privilégios e ignoraria as oportunidades. A crise é a maré baixa que mostra o lodo. Por causa da crise os gregos foram obrigados a tomar consciência das suas incontinências.
Recentemente, os parlamentares gregos decidiram reduzir a 1/3 o número de municípios do país. Ainda assim, continuarão a ter demais: 355. A medida, para além de uma redução anual de gastos de 1 185 milhões de euros terá, certamente, efeitos muito positivos na eficiência das actividades municipais.
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Em Portugal, apesar de não ser tão flagrante o exagero da pulverização da administração local quanto o era até agora na Grécia, temos muitos municípios que deveriam ser integrados e as funções das freguesias reequacionadas, retirando-lhes atribuições executivas.
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Em muito menor número mas mais redundantes ainda são os distritos. Há muitos anos que não se sabe para que servem para além de mais algumas oportunidades de empregos para clientelismos partidários.
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Se resistirem ao apertão a que vão estar sujeitos, os gregos poderão sair desta crise muito mais aptos para enfrentarem as exigências que o clube europeu lhes impõe. Menos apertados, os portugueses, poderemos continuar meio adormecidos meio sobressaltados com as evidências das nossas fragilidades.
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