Friday, May 21, 2010

E AGORA, JOSÉS - 2

Afinal não se confirma a suspensão do projecto TGV Madrid-Caia. Segundo se soube hoje,  Portugal, Espanha e França vão pedir à UE prioridade máxima. Portugal, Espanha e França vão pedir prioridade máxima à UE para o TGV. Porquê tanta urgência, continua-se sem se perceber. Quando a dívida externa subiu a níveis indomáveis e o TGV não garante, antes pelo contrário, rentabilidade suficiente dos capitais investidos de modo a, pelo menos, não exigir do Orçamento Estado verbas elevadas de comparticipação na exploração, quando, segundo cálculos do BPI a publicar no Expresso de amanhã, as medidas de austeridade não vão evitar o crescimento do Estado em mais 44 200 milhões de euros até 2013, o governo português insiste num projecto altamente polémico.
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Curiosas são, no entanto, as posições do BE e do PCP: PSD e  CDS estão contra o TGV porque estão ao lado dos grandes grupos económicos!
A política do cimento sempre esteve ao lado dos grandes grupos económicos: dos empreiteiros das obras públicas e dos bancos que as fianciam com garantias do Estado. Mudou-se, a este propósito, alguma coisa de tão relevante nestes últimos quinze dias que mudaram o mundo de modo a alterar radicalmente a perspectiva da esquerda radical em Portugal?
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Não mudou nada. BE e PCP continuam a prosseguir a mesma política de sempre: capitalizar no descontentamento popular. O TGV permite-lhes explorar as divergências entre o governo e os partidos que se opõem ao projecto, nomeadamente o PSD.
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É admirável que o governo de Portugal não desista de um projecto de luxo ao mesmo tempo que obriga os contribuintes a um esforço adicional para reduzir a cadência de crescimento da dívida pública, e é espantoso que BE e PCP, tão críticos das medidas de aumento da carga fiscal sobre a generalidade dos contribuintes, batam palmas à obsessão TGV do governo!

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