No artigo "Fears grow over weaker euro" publicado no Financial Times de hoje apenas o título me suscita discordância, o resto, o artigo em si mesmo, confronta-nos com uma realidade de digestão difícil: as medidas tomadas recentemente com o objectivo de resguardarem os estados membros do sistema monetário europeu mais fragilizados, e nomeadamente a Grécia e Portugal, podem não ser suficientes. Os credores continuam desconfiados e a quererem livrar-se dos títulos das dívidas soberanas gregas e portuguesas. A intervenção do BCE na aquisição dos títulos ameaçados pode tornar-se perversa por facilitar a conversão e libertar os credores aumentando o ritmo de rejeição.
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O que os credores receiam não é a desvalorização do euro mas o incumprimento de gregos e portugueses por não se mostrarem os governos capazes de impor as medidas de saneamento das suas finanças públicas num ambiente de conflitualidade social em curso e em perspectiva. A desvalorização do euro pode até actuar como promotor das exportações e desmotivador de importações ajudando o crescimento da economia, o reequilíbrio da balança comercial, o aumento do emprego e da utilização da capacidade produtiva.
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O que os credores receiam é que a batalha do euro seja perdida nas ruas.
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Enquanto escrevo isto ouço na Sic Notícias resumos do interrogatório para que foi convocado esta manhã (de Domingo) Zeinal Bava, CEO da Portugal Telecom. Tudo para averiguar uma coisa já sobejamente averiguada.
Como é que podemos querer que os credores acreditem num país assim?
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