Percebe-se que o PSD dê o seu aval a um programa de emergência de reequilíbrio das contas públicas que recorre, mais uma vez, sobretudo ao aumento dos impostos*?
O líder do PSD afirmou que este apoio do seu partido às medidas aprovadas hoje pelo governo se destina a apoiar o País e não o partido do governo. E não custa a crer que assim seja. Nenhum líder partidário, se não for estranhamente ingénuo, arriscaria o custo da impopularidade das medidas para sustentar o principal adversário político.
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Já são menos perceptíveis as razões que levaram o PSD, que sempre se bateu pela redução da despesa, pelo emagrecimento do estado, pela redução da carga fiscal, aceite como interessante para Portugal um programa que insiste numa consolidação instável do défice, que alarga ainda mais o peso do estado na economia**.
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Por receio de que a impopularidade decorrente de mais medidas de redução da despesa seria ainda mais elevada não só para o partido do governo mas também para o PSD?
Se foi essa a razão continuamos tramados.
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Tenho repetidamente anotado neste caderno de apontamentos que a situação que o País vive exige uma concertação o mais alargada possível entre os quadrantes políticos relevantes e os parceiros sociais. O PM, mais uma vez, entendeu dispensar-se do trabalho de obter esse consenso. Receio que o apoio do PSD se venha a mostrar menos firme do que aquele que o momento exige.
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* Governo e PSD acordam mais impostos**Economia portuguesa volta a crescer mas com riscos
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