Thursday, May 27, 2010

ACERCA DA CRISE EUROPEIA - 2

O Público de hoje enaltece Durão Barroso, que criticou Merkel, considerando a chanceler alemã ingénua e autista, a propósito da forma como a Alemanha reagiu à crise financeira europeia recente e ao ataque ao euro.
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Merkel e Barroso estarão, pelos vistos, de costas voltadas trocando piropos entre si: Durão teria tido um comportamento indigno, segundo Merkel, ao propor a criação de um mecanismo capaz de travar o contágio da crise grega; a chanceler alemã teria sido ingénua e autista, segundo Barroso, ao não fazer o que devia em tempo oportuno, garantindo a solidariedade à Grécia.
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Desconheço até que ponto vai a profundidade das divergências entre Barroso e Merkel. É, no entanto, estranho que, tendo Barroso fama de saber gerir bem situações complicadas, se tenha ele próprio envolvido numa controvérsia pública com o parceiro mais relevante da União Europeia, e logo a propósito de uma questão que não pode voltar a ser disputada. Se a unidade da UE é a imagem mais decisiva para contra atacar o pessimismo do mercado e os especuladores, o conflito Bruxelas-Berlim só pode deteriorar o descrédito das instituições europeias.
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Mesmo assim o euro recuperou hoje (1,237) contra o dólar dos mínimos observados ontem (1,217).
Notável.*
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No artigo do Economist que transcrevi aqui, a  reestruturação da dívida dos países membros económica e financeiramente mais fragilizados é apresentada como a saída mais provável para a resolução de situações que dificilmente poderão ser solucionadas através de medidas de contenção dos défices públicos. Não é uma proposta original (já coloquei no Aliás apontamentos de sentido idêntico) mas cada dia que passa reforça a sua inevitabilidade: porque a contenção dos défices em alguns casos não é possível sem rupturas que podem ser social e economicamente insuportáveis mas também porque os bancos não deveriam deixar de ser corresponsabilizados da exuberância irracional que conduziu à crise.
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*Acabo de ouvir na Sic notícias que a valorização de hoje do euro se deve a compras de dívida europeia (qual?) pelos chineses.

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