Tuesday, March 18, 2025

INGRATIDÃO E PERVERSIDADE

 O ROMANCE DE JIM

Um melodrama sobre a paternidade e a passagem do tempo, sobre amor, ingratidão e  perversidade.

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No Nimas, 
Um cinema sem pipocas.

Friday, March 14, 2025

TEMPOS DE TEMPESTADE GLOBAL

A Trump escapa o domínio sobre a FED.
Abordei a 29 de Janeiro essa questão aqui
 
A determinação do presidente dos EUA em abalar a FED e, implicitamente o dólar, para sustentar o sistema financeiro em moedas cripto voltou a ser reafirmada recentemente (ver notícia a seguir ao gráfico) 

Hoje, o ouro atingiu a sua cotação máxima de sempre em dólares: 3000 dólares/onça.
Na relação ouro/bitcoin reflectida no gráfico obtido esta manhã, nestes tempos de grande instabilidade política global o ouro (apesar da sua relativamente pouco utilidade económica) parece impor-se aos criptoactivos que Trump. e com ele todos os capitalistas libertários, pretende impor.
 
 

     Clicar para ampliar

Presidente dos EUA cria reserva estratégica de criptomoeda Bitcoin Os Estados Unidos já detêm cerca de 200 mil bitcoins, o que representa um valor de cerca de 17,5 mil milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros) ao preço atual.  

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou esta quinta-feira uma ordem executiva para a criação de uma "reserva estratégica" da criptomoeda Bitcoin, com ativos apreendidos pela justiça norte-americana.A reserva será "uma espécie de Fort Knox digital", anunciou na quinta-feira o conselheiro de inteligência artificial (IA) e criptomoedas da Presidência dos Estados Unidos, David Sacks, nas redes sociais.Fort Knox é o local onde o Governo norte-americano guarda as reservas de ouro. Este decreto "sublinha o compromisso do presidente Trump em tornar os Estados Unidos a 'capital mundial das criptomoedas'", disse Sacks.Os Estados Unidos já detêm cerca de 200 mil bitcoins, disse o conselheiro, o que representa um valor de cerca de 17,5 mil milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros) ao preço atual. Estes ativos, que foram apreendidos através de ordens judiciais, "no âmbito de procedimentos criminais ou civis de confisco de bens", serão transferidos para a reserva estratégica, explicou Sacks.A mesma ordem executiva "estabelece uma reserva de ativos digitais, composta por ativos digitais que não sejam bitcoins apreendidos em processos criminais ou civis", com o propósito de "administrar de forma responsável os ativos digitais do Governo ao abrigo do Departamento do Tesouro". O preço da Bitcoin caiu até 5,7% após o anúncio, com o mercado desapontado porque não foi divulgada qualquer política governamental para a compra de criptomoedas. No domingo, Trump tinha anunciado o estabelecimento de grupo de trabalho avançar na criação de uma reserva estratégica de criptomoedas, que incluiria a Bitcoin, a Solana e a XRP, entre outras. "Uma reserva de criptomoedas dos EUA elevará esta indústria-chave após os ataques corruptos da administração de [Joe] Biden", disse o Presidente republicano numa mensagem na sua rede social Truth. De acordo com o próprio Trump, a reserva incluiria a bitcoin, éter, XRP, token SOL de Solana e ADA.

"Vou garantir que a América seja a capital mundial da criptomoeda. Estamos a tornar a América novamente grande!" declarou.

--- Correlacionado

USA inc. 

Wednesday, March 05, 2025

TRUMP, O SAQUEADOR

Como no mundo medieval, após o combate, o saque, a pilhagem.

Trump não é o moderador para a paz na Ucrânia que diz querer ser.
É um saqueador. 

Irónico, se é possível haver alguma ironia no meio de uma tragédia, é a contrapartida exigida por Trump para obrigar Zelensky a ceder às exigências de Putin, e, como assaltante medieval, pilhar minerais raros ucranianos, na sua maior parte existentes em terras ocupadas pelo assalto russo.
 
O mesmo Trump saqueador insiste, por algumas razões idênticas, no assalto da Gronelândia.
Se Xi Jinping lhe disser que Taiwan é parte da China e vai, naturalmente, ocupar a Ilha Formosa que dirá Trump ao ditador chinês?
Que avance?
E a Kim Jong-un se ele pretender ocupar a Coreia do Sul?
Que avance? 

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Trump says Zelenskyy wants peace and is ready to accept a minerals deal after White House blowup

In a speech to Congress following last week’s disastrous meeting at the White House, Trump said Zelenskyy had told him that Ukraine is ready to negotiate a peace deal with Russia as soon as possible and would accept a critical minerals agreement with the U.S. to facilitate that.

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O acordo que Trump está a impor à Ucrânia é assim tão novo e sem precedentes? O acordo que Trump está a impor à Ucrânia é assim tão novo e sem precedentes? 

--- 14/03/25

Washington pressiona Putin e não renova isenção de pagamento para petróleo russo O fim desta isenção torna mais difícil para os bancos russos realizarem transações relacionadas com o setor energético, uma das principais fontes de financiamento do Estado russo.  

Tuesday, March 04, 2025

CHINA : À FRENTE NO CAMINHO PARA UM MUNDO MOVIDO PELAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

How China came to dominate the world in renewable energy China now eclipses every other country in the world — including the United States — in the green technologies of the future. Here’s how it achieved this lead.

Lendo este artigo hoje publicado no Washington Post, uns dirão que carece de fundamentação sustentada em indicadores indiscutíveis;
Outros, que irredutivelmente se refugiam em posições de que não abdicam, ou porque os seus interesses materiais são outros, geralmente relacionados com as produtoras de combustíveis fósseis.
Outros porque ideologicamente são indefectíveis seguidores do negacionismo climático.
 
Esquecem-se, ou querem esquecer-se, os negacionistas climáticos europeus, que a dependência de combustíveis fósseis só pode ser ultrapassada com energias renováveis ou energia nuclear.
 
O artigo é extenso, mas vale bem ser lido. 
 

 


Friday, February 28, 2025

MOMENTO VERGONHOSAMENTE HISTÓRICO

Há dias, à questão "Pode a Ucrânia continuar a lutar sem o apoio dos EUA"  colocada num artigo publicado no Washington Post, escrevi que não, não pode.
E não pode porque se a Ucrânia não continuar a contar com o apoio dos EUA é porque os EUA (i.e., da administração Trump) colocar-se-ão, implícita ou explicitamente, do lado da Rússia (i.e., de Putin).
 
E, obviamente, a incapacidade de defesa da Ucrânia continuar a defender-se da agressão russa se a administração norte-americana se colocar, activa ou passivamente, do lado dos russos, estender-se-á à União Europeia europeia que, segundo Trump, foi constituída para lixar (sic) os interesses norte-americanos. 
Serão necessárias mais provas para demonstrar que Trump e Putin estão virados para o mesmo lado:O desmantelamento da União Europeia, com a cooperação de alguns eurófagos que vivem e se alimentam das estruturas europeias e assim as debilitam facilitando o assalto do inimigo declarado, a Rússia?
 
Para ontem estava anunciado por Trump um encontro com Zelensky, em Washington DC., para assinatura de um acordo que permitiria aos EUA explorar os recursos minerais da Ucrânia, e muito especialmente os minérios raros, resultando da concessão ucraniana uma compensação aos EUA, que Trump avaliava em 500 mil milhões de dólares, destinados ao pagamento da ajuda, essencialmente em fornecimentos de equipamentos efectuados pelos EUA durante a administração do (sic) incompetente Biden.
 
O encontro que deveria ter sido, segundo as mais elementares regras diplomáticas, realizado entre os dois intervenientes (Zelensky não se fez acompanhar por qualquer assessor) foi aberto à imprensa consentida por Trump, contou com a presença do vice-presidente Vance e do secretário de estado Rubio, e transmitido em directo para todo o mundo. 
 
O ambiente de intimidação criado por Trump e os seus acólitos não podia ter sido mais refinado nem mais repugnante a humilhação a que Zelensky foi submetido. 
Foi um "momento histórico", escreveu Putin na X, de Elon Musk.
E foi.
Foi um momento vergonhosamente histórico.
 
A partir daqui, se o ambiente era de penumbra, subitamente tornou-se de sombras no teatro do mundo onde se movimentam os principais actores, Trump, Putin e Xi Jinping, sem que sejam previsíveis os próximos actos para além das intenções, aparentemente pontualmente conjuntas de Trump e Putin dividirem entre si os destinos do ocidente e consentirem a Xi Jinping o domínio do oriente. 

Ontem, na Sala Oval Trump, além de outras acusações públicas feitas a Zelensky responsabilizou-o, considerando os argumento com que tentou defender-se, pela eventual deflagração de um Terceira Guerra Mundial. 
Como? Que pode Zelensky fazer para ser culpado do apocalipse citado por Trump?
 
Que humanidade, sonâmbula, caminha agora, mais que nunca antes, para a sua auto-destruição não é ideia de qualquer aprendiz de filósofo com a mania milenar que o mundo (a humanidade) um dia vai acabar.
Não. 
Essa possibilidade está a ser monitorada pelo Science and Security Board of the Atomic Scientists, que contou com Einstein, entre os seus primeiros fundadores. 

Há muitos que não querem acreditar na possibilidade de auto destruição da espécie humana em consequência dos arsenais nucleares existentes e em constante procura de mais potência (para quê?) e mais sofisticação da sua capacidade de destruição. 
Um dos mais ouvidos argumentos de quem não acredita na hipótese monitorada pelos cientistas atómicos é a dissuasão: os arsenais nucleares aumentam e sofisticam-se para constante reequilíbrio das capacidades em caso de eventual confronto. 

Dando por adquirido que o equilíbrio do terror é dissuasor de um confronto nuclear, de onde ninguém sairia salvo, se Trump e Putin se alinham do mesmo lado por onde se estenderia a Terceira Guerra Mundial citada ontem, mais uma vez, por Trump?

Sem poder nuclear relevante a Europa seria, mais uma vez, o primeiro campo de batalha, Putin, com o consentimento de Trump, ocupará a Europa mais facilmente que Hitler há oito décadas. 
O Reino Unido possui algumas ogivas nucleares que são monitoradas pelos norte-americanos, a França dispõe de 200 ogivas, ouvi ontem dizer a um conhecido comentador, mas a Rússia tem 5000.
 
Mas para quê quererá Putin ocupar a Europa?
Nunca nenhum ditador parou nos seus avanços de conquista senão for travado.
Mas como pode a Europa travar Putin sentado no maior poder de destruição do planeta?

Tuesday, February 25, 2025

PODE A UCRÂNIA CONTINUAR A LUTAR SEM O APOIO DOS EUA?

Do Washington Post de hoje, retirei esta manhã esta questão:

Could Ukraine keep fighting even without U.S. support?

Consegue a Ucrânia continuar a lutar sem o apoio dos EUA?

Não vou transcrever o artigo, que está acessível através do link. Limitar-me-ei  a indicar as conclusões que o artigo me sugere, não as que o artigo aponta.
 
A resposta é: não consegue.
E não consegue porque o apoio dos EUA, isto é, de Trump, passará a ser dado à Federação Russa, isto é, a Putin, nomeadamente o levantamento de todas as sanções económicas.
Trump não se meteu nas negociações para ser mediador nas conversações para a paz mas para fazer negócios.
 
E, neste caso, cada vez mais que provável, a Ucrânia terá pela frente os EUA aliados à Rússia, perante a impotência da Europa liberal, democrática, que poderá assistir às negociações sem capacidade de intervenção nos planos previamente acordados entre Putin e Trump.
Resignar-se-á Zelensky e o povo ucraniano que muito maioritariamente o apoia a este diktat?
Penso que não.
E e a guerra continuará sem fim pacífico à vista.
 
Putin ordenou nestes três últimos anos tanta destruição e atingiu tantas vítimas que suscitaram tanta animosidade entre russos e ucranianos (povos irmãos, segundo Putin, antes da "operação militar especial") que nenhuma proposta de negociação de paz coordenada pelos instintos do magnata comerciante norte-americano pode sequer amenizar.
 
Aliás, este acordo bilateral forjado entre Trump e Putin terá um alcance que extravasa as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia. Será precedente da legitimação da absorção do Canadá e da Gronelândia pelos EUA e de Taiwan pela China?
Xi Jinping espera, sem interferir, que a Ilha Formosa lhe seja dada de bandeja .
 
Entretanto, esta tarde, pode ler-se aqui:

 

O Presidente russo, Vladimir Putin, mostrou-se hoje favorável à participação dos europeus na resolução do conflito na Ucrânia e a investimento norte-americano para explorar minerais estratégicos nos territórios ucranianos ocupados pelo exército russo.

Se assim acontecer, Trump exibirá a derrota da Ucrânia como um troféu conquistado pelas suas capacidades de negociador detentor dos próximos destinos do mundo.

Ou talvez não.

 

Sunday, February 23, 2025

UM BANDO DESORIENTADO

... - 
 
- Lamento reconhecer mas a Europa, democrática-liberal, é um bando desorientado.
Sou europeísta, continuo a pensar que a Europa em que me reconheço europeu só poderá continuar  a afirmar-se digna do seu passado histórico se lutar pela preservação dos valores democráticos liberais. Digo democráticos liberais consciente do conteúdo pleonástico para distinção do uso abusivo da palavra democracia em espaços e contextos que são totalmente contrários à vivência democrática. Por exemplo a República Popular Democrática da Coreia do Norte ou a ex-República Democrática Alemã
 
- Concordo que a Europa atravessa um período de grande desorientação, mas daí considerar a Europa um bando parece-me excessivo...
 
- Mas é. O que é um bando? Em sentido genérico, sem interpretação pejorativa, um bando é um grupo de pessoas reunidas para um fim comum, ou um grupo de aves ou outros animais. 
 
- São coisas diferentes: a espécie humana é, pelas suas capacidades inteligentes, claramente distinta de outros seres do mundo animal. 
 
- Admitamos que sim, que os humanos, pelos seus dotes de inteligência, são diferentes dos não humanos supostamente não inteligentes ou não tão inteligentes quanto os humanos. É assunto que dá pano para muitas mangas. Mas chame-lhe bando ou grupo ou união, chame-lhe o que quiser, mas num aspecto os grupos de humanos ou não humanos com intenções de atingir objectivos de interesses comuns instintivamente escolhem, designam, nomeiam, votam, um líder, alguém que os conduza ao objectivo pretendido pelo grupo. 
 
- Nem sempre.
 
- Nos grupos de não humanos a necessidade de liderança, que pode e muitas vezes é, revezada, é instintiva; nos grupos humanos é uma necessidade racional que só é concretizável em sociedades democráticas ou consequência de uma imposição pela força em sociedades não democráticas. Mas, em nenhum caso um grupo atinge os seus objectivos sem uma liderança imposta pela força ou designada pela vontade dos seus membros. 
 
- Há animais que não seguem qualquer líder ...
 
- Refere-se aos cães, aos gatos, aos bovinos aos caprinos?
Sim. Esses não têm líderes, mas não têm líderes porque foram domesticados pelos humanos, passaram a ser membros de grupos humanos. Considerando todas as espécies do mundo animal, representam um número ínfimo da totalidade dos não humanos que os humanos ainda não extinguiram.
 
- Mas se é natural que um grupo de seres vivos não atinge os seus objectivos sem um líder - e não sabemos nada quanto a esse aspecto o que se passa a nível das bactérias, dos vírus etc., - como é que explica a desorientação europeia livre, democrática? São um grupo não inteligente?
 
- Curiosamente, a sua referência às mais remotas formas de vida - bactérias, vírus, etc., - é impressionante a forma como atacam os seres humanos mas também os não humanos, podendo levar-nos a pensar que esse ataque ordenado procede de algum processo biológico impresso na sua origem. Mas não vou por aí, não sou biólogo nem tenho oportunidade de falar com eles. 

- Eu tenho, mas a minha pergunta era outra: para si, a Europa democrática, no exacto sentido da palavra,  é formada por humanos parcialmente não inteligentes?
 
- A Europa é um continente que, por razões históricas, é formado por tribos, isto, é por diferentes grupos com objectivos diferentes ambicionando alguns objectivos comuns. Decidiram essas tribos (reconheço que a designação pareça imprópria por ser forte) formar uma união com alguns objectivos comuns.  E é na armadilha das contradições dos objectivos de cada uma das das tribos e de alguns objectivos comuns que pretendem alcançar que reside a incapacidade  de surgir uma liderança do bando e a desorientação que atinge a união dos europeus quando essa união é  colocada perante uma ameaça que a pode liquidar.
Neste sentido, a desorientação por falta de liderança, é prova de falta de inteligência suficiente para evitar a sua liquidação a prazo. 

- Só isso?
 
- Isso é muito. É, no ponto em que a situação se encontra uma quase impossibilidade. 
A Europa livre e democrática (releve-se outra vez o pleonasmo) simplesmente não existe. E não existe porque não há europeus.
 
- Não há europeus???
 
- Não. Há franceses, alemães, italianos, espanhois, portugueses, etc., mas não há europeus. Foi sempre assim durante toda  história da Europa que, por essa razão, foi e continua a ser campo de batalhas. Houve períodos de paz? Sem dúvida. Mas foram curtos. Tão curtos que não chegaram para modificar o tribalismo que ainda persiste e ameaça continuar.
 
- Mas não acontece isso mesmo noutros pontos do planeta?
 
- Acontece  em todo o lado onde predomina a organização tribal susceptível de obedecer aos mais diversos interesses externos e alguns internos. 
 
- Então não serve como sistema sustentável de governo. É isso?

- A democracia - "a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros", Churchill - é tão complacente com os seus inimigos que corre sempre o risco de ser esmagada por eles. 
Amanhã. haverá eleições na Alemanha. O partido da extrema-direita (como ameaça a democracia, se fosse da extrema-esquerda provavelmente as consequências seriam idênticas) é claramente anti democrático. O desfile de ontem de duas centenas de membros do partido neonazi alemão em Berlim demonstra que a democracia é complacente a ponto de consentir que o inimigo se desenvolva, cresça sem restrições, no seu seio.
 
- Deveria ser proibida essa e outras manifestações com idênticas intenções? Se proibisse trairia os valores democráticos, não?
 
-  Não. A um inimigo não se franqueia a porta de entrada.  Aos extremistas não deveria sequer ser consentido candidatarem-se. 
" Se alguém se engana com seu ar sisudo. E lhes franqueia as portas à chegada. Eles comem tudo eles comem tudo. Eles comem tudo e não deixam nada" - lembra-se desta?
 
- Significa isso que cerca de um quinto dos eleitores alemães estariam proibidos de votar amanhã.
Não me parece que seja uma posição democrática.
 
- Porquê?
 
- Porque contraria os valores democráticos.
 
- Os valores democráticos não são, não devem ser valores suicidas. 

- Mas o que é que o chefe do bando, se existisse, poderia fazer? Impor a proibição da entrada do inimigo mesmo contra a vontade da maioria do bando?
 
- Se houvesse um líder, independentemente da forma como se tornou líder, ele teria a capacidade delegada pelos membros do bando para impedir que o inimigo da democracia entrasse. Sem líder, o bando dispersa-se em posições que os desorientam e o inimigo entra. Amanhã terá um quinto dos votos, na próxima alcançará a maioria. E, nesse caso, o líder da maioria não democrática impedirá os democratas de votarem
Tem dúvidas? Só tem dúvidas quem não conhece a história.
 
- Tenho dúvidas que o meu amigo seja um verdadeiro democrata.
 
-  Um verdadeiro democrata deve saber fazer contas para avaliar até que ponto a complacência da democracia para com os seus inimigos não é demolidora da democracia.


BOB DYLAN, ENQUANTO JOVEM

                                                     A Complete Unknown

"Em 1960, um jovem chamado Robert Zimmerman – interpretado por Timothée Chalamet que, com este papel, está nomeado para o Óscar de melhor actor – deixa Duluth, no Minnesota, e chega a Nova Iorque com o objectivo de conhecer Woody Guthrie (1912-1967), o seu grande ídolo, e de se afirmar como músico e compositor.

Robert impressiona Guthrie e o seu amigo Pete Seeger (1919-2014)​ e​, em 1962, já com o nome de Bob Dylan, lança o primeiro álbum, um disco que mistura folk, blues e gospel. A 24 de Julho de 1965, já famoso e como cabeça de cartaz do Newport Folk Festival (que tinha sido iniciado em 1959 em Rhode Island), Dylan decide tocar com uma guitarra eléctrica. Essa decisão, controversa e muito criticada por alguns puristas do folk, deu início a uma revolução no seu percurso.

Com canções poéticas e cheias de significado, Bob Dylan foi o primeiro (e, até agora, o único) artista na história a ganhar, em 2016, um Prémio Nobel da Literatura e um Pulitzer pela sua obra, assim como um Óscar, um Grammy e um Globo de Ouro – os três últimos pelo tema Things have changed, composto para o filme Wonder Boys - Prodígios."

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                                           Bob Dylan, 83 anos de idade