Thursday, April 30, 2009

BANK SWINE


THE RUMSFELD SWINE FLU CONNECTION!


Será possível que por detrás da pandemia que ameaça estar já ao virar da esquina estejam interesses altamente condenáveis? Ou, como frequentemente acontece, os boatos circulam à frente da transmissão dos vírus? Inclino-me mais para esta última hipótese porque não quero acreditar que alguns indivíduos sejam capazes de forjar a morte de milhões de pessoas, propagando uma pandemia, sem que a Humanidade se aperceba da conjura e elimine os monstros.
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Por sugestão recebida aqui deparei-me com este artigo/denúncia que já tem algum tempo mas que me tinha escapado. Como muitos outros, aliás.

Transcrevo o princípio do artigo, que está disponível em

http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=3333

A multinacional farmacêutica norte-americana Baxter International, com sede em Deerfield, Illinois, nos últimos meses, vendeu vacinas contaminadas com o vírus da gripe das aves, a duas dezenas de países, entre os quais europeus, alerta o site científico alemão LifeGen. Esta notícia tem implicações directas com uma substância activa patenteada pela Gilead Sciences, uma empresa fundada há 20 anos pelo ex-chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld.

Caso Bartex
O caso foi descoberto pela rede científica PROMED segundo a qual a Bartex, através da sua subsidiária na Áustria, “forneceu, não intencionalmente, amostras contaminadas com o vírus da gripe das aves, que foram usadas em laboratórios de três países vizinhos.”
A PROMED revelou que a contaminação foi descoberta em Fevereiro, num laboratório da República Checa após a morte de doninhas inoculadas com vacinas produzidas a partir das amostras enviadas da sede da Bartex, em Deerfield, Illinois, para a sua subsidiária na Áustria. A empresa norte-americana comunicou o incidente ao ministério da Saúde, em Viena. A porta-voz do ministério, Sigrid Rosenberger, confirmou à PROMED a contaminação das amostras com o vírus H5N1.
Vlad Dan Georgescu, co-autor do livro “A Máfia da Saúde: Como nós, Pacientes, Somos Vigarizados”, num artigo publicado no site - Fora de Controlo: Laboratórios sob ameaça bioterrorista e pandémica -levanta uma série de questões sobre a negligência da empresa, e das autoridades sanitárias dos EUA e da UE, relativamente à manipulação de amostras de alto risco. Georgescu considera o “Caso Bartex” uma real ameaça à saúde pública. Num outro texto refere a existência de “sérios sinais de a muito esperada pandemia da gripe das aves estar prestes a contaminar o mundo, mesmo sem o erro da Baxter.”
Georgescu deixa o aviso: “Enquanto os cientistas aguardam que a pandemia alastre num futuro próximo, o novo presidente [norte-americano, Barack Obama] também deve estar alerta: uma futura pandemia provocada pela gripe das aves poderá piorar a economia global, mesmo sem crise financeira, recessão, ou a Baxter.” ....
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Este artigo tem data de 8 de Março deste ano (tem pouco mais de um mês), mas há quatro dias atrás, 26 de Abril, o site do candidato libertário nas primárias republicanas às últimas eleições presidenciais, dr. Ron Paul, colocou informação detalhada sobre o assunto em The Rumsfeld Swine Flu connection!
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Belisco-me para ter a certeza que não estou a sonhar.
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outros artigos correlacionados:
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http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=13408

DINHEIRO VIVO

Dinheiro vivo e a saltar, que vem de onde não se sabe de onde e não se sabe onde vai parar, é o meio de pagamento dilecto de clandestinos e isaltinos. É com dinheiro vivo que são liquidadas as transacções que não deixam rasto. Grandes ou pequenas, tanto incluem pagamentos em restaurantes que não passam factura nem aceitam cartões de crédito, ou prestações de serviços que não liquidam IVA, como pagamentos de moradias milionárias. O dinheiro vivo é, hoje, frequentemente, um meio de pagamento "offshore": quem o utiliza (ou exige) pretende escapar às malhas da lei fiscal ou penal.
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Soube-se hoje que os partidos políticos representados na Assembleia da República aprovaram na especialidade, em tempo recorde e por unanimidade, uma nova lei de financiamento dos partidos políticos, das campanhas eleitorais e dos grupos parlamentares, que permite aos partidos poderem receber mais de um milhão de euros em dinheiro vivo.
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Um tal aumento, de cerca de 57 vezes o limite anterior, correspondente a mais de um milhão e duzentos mil de euros - de 22.500 para 1.257.660 euros — é, todavia, ilusório. Sem rastos de entrada haverá muito dinheiro vivo que não deixará rastos de saídas, o que se traduzirá na prática num fartar vilanagem sem o mínimo decoro nem résteas de vergonha.
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E a evidência de que já é assim, mesmo antes da lei ter sido aprovada, pode constatar-se na plantação desenfreada de cartazes enormes, que já começou, que tapam a visibilidade da paisagem impondo-nos as cabeças dos candidatos sem nos dizerem o que há dentro delas.
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O que seria inquietante, se não fosse banal, é a unanimidade vertiginosa conseguida à volta dos interesses próprios de todos os partidos votantes numa assembleia caracterizada geralmente pela irredutível incapacidade para consensualizarem leis quando estão em causa os interesses maiores do país.
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"Ando sempre com muito dinheiro no bolso. Habituei-me a isso. Estão a ver?" - disse Isaltino Morais em Tribunal, ao mesmo tempo que sacava de um maço enrolado de notas.
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Estão a ver, senhores deputados? Por onde pára uma nesga de força moral nesta país?

MOONSTRUCK


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Wednesday, April 29, 2009

A BATATA QUENTE

O presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público foi hoje recebido pelo PR e à saída, não tendo dito o que disse, disse que não tinha escondido nada ao Presidente. Supõe-se que o que tenha dito tenha sido muito, atendendo ao facto de ter acrescentado que também os magistrados do Ministério Públido não gostam da Justiça que temos. Não sei se o presidente sindicalista inclui no seu desgosto a forma como os magistrados se julgam uns aos outros ( vd PORTUGAL APODRECIDO ) mas demos-lhe o benefício da dúvida e interpretemos bona fide as suas palavras.
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Não há quem, mais do que os magistrados do Ministério Público, esteja consciente das razões que impedem que se faça justiça, e em tempo oportuno, dos casos que envolvem crimes e eventuais criminosos mediáticos. Assim sendo, o PR, por ter sido informado exaustivamente, disporá agora de informações que lhe permitirão, mas também o obrigarão, a tomar medidas, publicamente explícitas ou não, que promovam a limpeza do pântano de jogo de enganos em que a Justiça se transformou em Portugal.
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A independência entre si dos órgãos de soberania não pode significar tolerância total com todos os desvios desequilibradores das instituições que cada um possa cometer. Se o PR pode dissolver a AR, e por arrastamento, o Governo, não se concebe que o PR seja obrigado a conviver, e obrigar o país a conviver, ad eternum com situações na área da Justiça que irremediavelmente acabarão por destruir a democracia. Alguma coisa consequente pode, e deve, o PR fazer após a reunião que concedeu. Se não, melhor seria que a não tivesse concedido.
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Não foi por acaso que um autarca manhoso decidiu inaugurar uma praça com o nome do antigo ditador, e no dia em que se completaram 35 anos de democracia.

OS GANHADORES DA CRISE

Comentando a notícia de o Diário Económico , "Salários em Portugal têm o maior aumento da década", Vítor Bento comenta no blog da Sedes:

... "o maior aumento salarial foi o dos trabalhadores da função pública e das empresas públicas sistematicamente deficitárias, com 2.9% e que estimo possa atingir (por alto) até 1 milhão de trabalhadores. Segundo, que a amostra utilizada do sector privado se refere a 0.5 milhão de trabalhadores que terão conseguido negociar um aumento médio de 2.6%. Terceiro, que esta amostra se refere às seguintes actividades: Construção (2.3%), Comércio e reparação de veículos (3.1%), Educação (2.2%), Actividades administrativas e serviços de apoio (2.9%), Indústrias transformadoras (3.2%), Seguros (2.6%); ou seja, com excepção de “Indústrias transformadoras (?!)”, abrangendo apenas um universo de 20 mil trabalhadores, são tudo actividades não transaccionáveis, isto é protegidas da concorrência internacional (desconfio que as “indústrias transformadoras” da amostra também são actividades não transaccionáveis…). Quarto, que o artigo se “esqueceu” dos restantes 3.5 milhões (por enquanto) de trabalhadores e dos 500 mil (por enquanto) desempregados, ...
...Vista a economia agregadamente, do ponto de vista macroeconómico – e praticamente todos os apodados de pessimistas partem deste ponto de vista –, a economia enfrenta um problema muito grave e o futuro é cinzento escuro.
Mas quem olhe para a ela do ponto de vista do sector não-transaccionável, não tem tido, e continua a não ter muitas, razões para se preocupar. Funcionando num mercado protegido e com margens asseguradas, seja pela garantia dada pelos preços administrados, seja pela garantia de volumes de vendas, este sector tem prosperado e sido altamente lucrativo. Aliás, o excesso de procura em que vivemos há uma década e que tem deteriorado os principais equilíbrios macroeconómicos, tem sido uma das principais protecções da rentabilidade do sector. Não pode por isso surpreender que este seja o sector que mais investimento financeiro e mais talentos tem atraído.
E, por isso, ao olhar para os últimos 10 anos, se verifica que o sector não transaccionável terá tido nele o seu período de maior prosperidade, ao mesmo tempo que a economia, como um todo, foi continuamente definhando. [A propósito já se deram conta de que metade do que pedimos anualmente emprestado ao exterior é para pagar juros? Alguém acha que isso é sustentável?]
Este sector tem, como se sabe, uma enorme influência política e mediática, o que lhe potencia o impacto opinativo e social. Como a governação, praticamente desde a entrada no euro, deixou de se preocupar com a gestão macroeconómica, facilmente se compreende que tenha sido capturada pela perspectiva do sector não transaccionável e que esta se tenha tornado na visão dominante. E facilmente se compreende a protecção e o apoio preferencial de que o sector tem beneficiado. Assim como facilmente se compreende a marginalidade a que foi remetida a outra perspectiva, ainda que mais realista.
Concluindo: quem é que vai pagar (em termos líquidos) os tais maiores aumentos da década, do sector protegido da economia, que titulava o jornal? São os outros, os que trabalham no sector transaccionável e os desempregados! (Em média tem que haver queda de rendimento – certo?! – senão não estávamos em recessão). Como? Com aumentos de impostos (presentes ou futuros) e aumento de preços dos produtos não transaccionáveis. Duvidam? Vejam os últimos dados do INE sobre o IPC (Março). Com uma variação homóloga global negativa (-0.4%), e quedas nos produtos alimentares e vestuário, as classes cujos preços mais subiram foram “04-Habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis” (apesar de o preço dos combustíveis importados ter caído abruptamente!) e “restaurantes e hotéis” e “bens e serviços diversos”.
Mas continuamos com a cabeça enterrada na areia…
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100 DIAS


A RECUPERAÇÃO ECONÓMICA NA FILA DE ESPERA

Can we afford to fix our financial systems?
Martin Wolf

The answer is yes. We cannot afford not to fix them. The big question is rather how best to do so. But fixing the financial system, while essential, is not enough.
The International Monetary Fund’s latest
Global Financial Stability Report provides a cogent and sobering analysis of the state of the financial system. The staff have raised their estimates of the writedowns to close to $4,400bn (€3,368bn, £3,015bn). This is partly because the report includes estimates of writedowns on European and Japanese assets, at $1,193bn and $149bn, respectively, and on emerging markets assets held by banks in mature economies, at $340bn. It is also because writedowns on assets originating in the US have jumped to $2,712bn, from $1,405bn last October and a mere $945bn last April.
To put this in context, the writedowns estimated by the IMF are equal to 37 years of official development assistance at its 2008 level. Estimated writedowns on US and European assets, largely held by institutions located in these regions, also come to 13 per cent of the aggregate gross domestic product.
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O QUE É ISTO?


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Tuesday, April 28, 2009

PORTUGAL APODRECIDO

"Vale mesmo a pena ler a decisão do Ministério Público relativo ao arquivamento de um processo contra um dos seus magistrados, que recentemente foi notícia na comunicação social. Depois, cada um faça o que entende, tanto dá para rir como para chorar, depende do respeito que ainda se tenha pelo país e pelas suas instituições e, em particular, pela justiça, com letra pequena pois aquilo que temos não justifica o recurso a letra grande..."
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in TSF

FALTAVA ESTA


CONÚBIO

Conúbio - 1 casamento, matrimónio 2 fig relação íntima; ligação, união (Houaiss)
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Ontem, no programa das segundas de Fátima C Ferreira, Mário Soares afirmava que um dos problemas maiores da justiça em Portugal é o conúbio entre jornalistas e os agentes da Justiça. Referia-se, obviamente, às informações em processos em segredo de justiça transmitidas pelos segundos aos primeiros, e o alcance da recriminação não deixa margem para dúvidas. Leonor Beleza, a propósito, deu conta de uma situação que testemunhou e, segundo ela, ilustra bem até onde o conúbio se concretiza: em plena audiência um funcionário judicial perguntou a um juiz se ele podia (ou queria) atender uma chamada telefónica de um jornalista. Na ocasião, o juiz não atendeu mas o facto denuncia a precedência.
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Conúbio, é na nossa acepção original uma instituição respeitável, mas em sentido figurativo, para onde o termo correntemente emigrou, é sinónimo de relações íntimas, no mínimo suspeitas e geralmente perversas. Dito por alguém que é uma referência da democracia portuguesa, a acusação é grave, ou seria grave se o conceito de vergonha não estivesse, como está, ameaçado de desaparecimento dos dicionários da língua portuguesa por escassez de objecto. Se assim não fosse, a classe atingida exigiria a retratação da acusação em nome da honra ofendida.
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Como vem sendo hábito, contudo, as corporações só reagem quando lhes beliscam os proveitos, quanto ao resto assobiam para o ar. De modo que me parece, pelo menos, peregrina a ideia consensual do serão de ontem de que tudo o que temos a fazer, actuando os agentes da justiça em regime de autogestão, é aguardar que eles se decidam um dia por uma autoregulação que lhes imponha o respeito pela sua própria dignidade.
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Não há regras que valham quando a escala de valores está subvertida. Nenhuma reforma do sistema judicial será consequente enquanto os homens que o integram não forem movidos pela defesa da integridade da sua honra. Que credibilidade sobeja a quem se demite até da defesa da sua honorabilidade? Nenhuma acusação pública contra magistrados e juízes deveria esbarrar contra o muro das lamentações perante a indiferença comprometedora dos visados. O Procurador-Geral da República deveria, obrigatoriamente, abrir processo de averiguações sempre que os acusados se abstêm. Ninguém, nem os juízes, está acima da lei.
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Monday, April 27, 2009

ESCADA ABAIXO


Quem cai, nunca sabe quando o tombo acaba.

PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Fernando Alexandre salientava há dias em A Destreza das Dúvidas o baixo índice de urbanização observado em Portugal, indicado em "The Statistical Yearbook of the Economic Commission for Europe 2005", que transcrevo:

População urbana em 2003

1 - Monaco, 100.0% - 2 - Belgium, 97.2% - 3 - Iceland, 92.8% - 4 - Luxembourg, 91.9%
5 - Andorra, 91.7% - 6 - Malta, 91.7% -7 - Israel, 91.6% 8 - United Kingdom, 89.1%
9 - San Marino, 88.7% - 10 - Germany, 88.1% - 11 - Denmark 85.3%
12 - Sweden, 83.4% - 13 - Canada, 80.4% - 14 - United States, 80.1%
15 - Norway, 78.6% 16 - Spain, 76.5% - 17 - France, 76.3% - 18 - Czech Republic, 74.3%
19 - Russian Federation, 73.3% - 20 - Belarus, 70.9% - 21 - Bulgaria, 69.8%
22 - Estonia, 69.4% - 23 - Cyprus, 69,2% - 24 - Switzerland, 67,5% - 25 - Italy, 67.4%
26 - Ukraine,67.2% - 27 - Lithuania, 66.7% - 28 - Turkey, 66.3%
29 - Latvia, 66.2% - 30 - Austria 65.8% - 31 - Netherlands, 65.8% - 32 - Hungary, 65.1%
33 - Armenia, 64.4% - 34 - Poland, 61.9% - 35 - Finland, 60.9% - 36 - Greece, 60.8%
37 - Ireland, 59.9% - 38 - The former Yugoslav Republic f Macedonia, 59.5%
39 - Croatia, 59.0% - 40 - Slovakia, 57.4% - 41 - Kazakhstan, 55.8%

42 - Portugal, 54.6%

43 - Romania, 54.5% - 44 -Serbia and Montenegro, 52.0% - 45 - Georgia, 51.9%
46 - Slovenia, 50.8% - 47 - Azerbaijan, 50.0% - 48 - Republic of Moldova, 46.0%
49 - Turkmenistan, 45.3% 50 - Bosnia and Herzegovina, 44.3% 51 - Albania 43.8%
52 - Uzbekistan,36.6% - 53 - Kyrgyzstan,33.9% - 54 - Tajkistan, 24.7%

55 - Liechtenstein 21.6%


Refere-se frequentemente em Portugal o crescente desequilíbrio entre o interior e o litoral, o abandono a que estão relegadas muitas aldeias, o desaparecimento de muitas delas, criticam-se frequentemente as medidas de reagrupamento escolar em centros de maior dimensão urbana, acusa-se que o encerramento de escolas, de centros de saúde, e de outros estabelecimentos do Estado aceleram o processo destruidor dos pequenos aglomerados populacionais. Muitos concordam que a nossa organização administrativa está completamente desadequada da actual distribuição demográfica mas ninguém ousa avançar com a concentração de municípios ou a extinção de muitas comarcas judiciais sem dimensões mínimas que as continuem a justificar.

Portugal, como pode constatar-se do quadro atrás transcrito, apresenta um índice de concentração urbana relativamente baixo, emparceirando, neste aspecto, geralmente com países com índices de desenvolvimento humano que ficam muito aquém da posição ocupada pelo nosso país.

Se a excessiva concentração urbana pode determinar redução da qualidade de vida dos que habitam as grandes metrópoles, o ponto de equilíbrio parece, também neste caso, situar-se na urbanização distribuida em cidades de dimensão média. Em Portugal, contudo, quase metade da sua população ainda reside em meios habitacionais não citadinos, implicando sobrecustos de infraestruras que as urbanizações dispersas exigem ou restrições no acesso das populações aos serviços do Estado.

A urbanização excessiva tem custos; a urbanização dispersa também, e não são menores. Em Portugal constrói-se em qualquer lado como quem planta eucaliptos. Aonde tenha um pedaço de terra “à beira da estrada” o português ou constrói uma casa ou espera que alguém lhe pague bem pago para construir.

Este síndrome psico social de que nenhuma terra é boa para plantar batatas mas qualquer pedaço é bom para nele plantar casas, tem custos elevadíssimos mas ninguém quer reparar nisso. Contrariamente à eucaliptização, que pode ser removida de onde se achar que é inconveniente, a plantação de casas é inamovível.

A tendência para a crescente urbanização a nível mundial é irreversível. Também neste caso, continuamos a divergir e não a convergir. Por se tratar de um tema politicamente incorrecto não há partido que lhe pegue.

Neste, como em muitos outros casos, só o tempo irá resolvendo, sempre de forma sofrível, aquilo que a nossa inércia colectiva impede enfrentar em tempo oportuno.

IDA E VOLTA


Sunday, April 26, 2009

A OPORTUNIDADE DE UM COMBATE

O fim da irresponsabilidade fiscal
Na passada quinta-feira, o Parlamento aprovou na generalidade três propostas do Bloco de Esquerda: levantamento do segredo bancário, publicação das remunerações dos corpos gerentes das empresas cotadas e uma taxa sobre os pára-quedas dourados. Desde então, tem sido um frenesim: "confisco soviético" garante a primeira página do Jornal de Negócios de dia 20, "inusitada aprovação", lê-se nas páginas da mesma edição, "populismo" e "demagogia inacreditável", dizem à uma todos os comentadores ouvidos pelo jornal... (F Louçã).
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Não sei até que ponto está Louçã convicto de que os combates contra a corrupção e a evasão fiscal continuarão a ser travados entre aqueles que claramente querem levar por diante a luta por uma sociedade mais decente e aqueles que, de um modo ou de outro, colocarão obstáculos em alguma fase desse combate ainda que, disfarçadamente, jurem que são a favor dele.
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Mas ainda que o optimismo de Louçã seja mais aparente que real, ainda que ele saiba que aqueles que se alimentam de vantagens espúrias que subtraem ilicitamente à sociedade, e que dividem com os coniventes, resistirão à alteração o ambiente que lhes dá cobertura mesmo afirmando circunstancialmente o contrário, o seu desafio é fundamental, sobretudo neste período pré-eleitoral, para o esclarecimento dos portugueses acerca de quem alinha em que lado do campo.
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Se tantas vezes se lamenta o aumento da abstenção como indiciador do divórcio entre as populações e o regime democrático, não é, seguramente, com guerras de cartazes promovendo cabeças que não dizem o que pensam que se motivam os eleitores para o voto. É com o confronto entre posições, objectivos, caminhos alternativos e fracturantes que a mobilização aumenta e as diferentes opções merecem ser votadas.
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Só teme a discussão quem tem insuficiência de argumentos. Concorde-se ou não com Louçã, e eu discordo dele em vários outros temas, quem tiver a consciência limpa dificilmente encontrará boas razões para discordar da oportunidade da discussão pública neste caso.

HOMO SOCIENS

By Peter David Pedersen

A new economy is on the doorstep. It's not the economy we used to know as "the new economy." It's not the information-technology-driven growth of the last few decades, although that makes up part of the new economy. A new economy is rapidly emerging, one which will transform the ways that people live and do business.
The name of the new new economy is the "ecological growth economy." This is neither a bad joke nor an anachronism. It is the emerging new reality. It is also the precondition for the continuation of human progress and the survival of millions of other species on Earth. We have an obvious choice: We can speed up the realization of the ecological growth economy now, or our children and theirs will suffer for centuries.
It appears to be an easy choice, doesn't it? We can choose human progress over suffering. And yet, we are not making this choice at sufficient speed or scale today. Ignorance, institutional inertia, vested interests, and greed are the main reasons for our far-too-slow action. However, as sentient creatures (Homo sapiens), humans are equipped with knowledge, good will, and a degree of wisdom.
A majority of people around the Earth today are realizing that we cannot survive without embracing the ecological growth economy. Most people are willing to join forces and are willing to make certain sacrifices in lifestyle to achieve an economy that will allow the continuation of human progress into future generations. Fortunately, an increasing number of people are making great efforts to bring about this new economy.
Is Growth Evil?
The ecological growth economy will not mean sacrifice, and will not cause a return to low growth or no growth. It will not mean a less attractive lifestyle, but will, in fact, create a more attractive one. It will drive the continued growth of the global economy into the second half of the twenty-first century. It will enable the greatest consumption boom in history and will create more new business opportunities than ever before.
Does this sound unlikely or undesirable? I argue that it is inevitable. Why? Because it is the only way we can choose life over death, continued human progress over prolonged suffering.
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PESADELOS DA DESUNIÃO EUROPEIA

Dragon nightmares

HERE is a quick way to spoil a Brussels dinner party. Simply suggest that world governance is slipping away from the G20, G7, G8 or other bodies in which Europeans may hog up to half the seats. Then propose, with gloomy relish, that the future belongs to the G2: newly fashionable jargon for a putative body formed by China and America.
The fear of irrelevance haunts Euro-types, for all their public boasting about Europe’s future might. The thought that the European Union might not greatly interest China is especially painful. After all, the 21st century was meant to be different. Indeed, to earlier leaders like France’s Jacques Chirac, a rising China was welcome as another challenge to American hegemony, ushering in a “multipolar world” in which the EU would play a big role. If that meant kow-towing to Chinese demands to shun Taiwan, snub the Dalai Lama or tone down criticism of human-rights abuses, so be it. Most EU countries focused on commercial diplomacy with China, to ensure that their leaders’ visits could end with flashing cameras and the signing of juicy contracts.
Meanwhile, Europe’s trade deficit with China hit nearly €170 billion ($250 billion) last year. China has erected myriad barriers to European firms, notes a scathing new audit of EU-China relations by the European Council on Foreign Relations (ECFR), a think-tank. The trend is ominous. In five years, China wants 60% of car parts in new Chinese vehicles to be locally made. This is alarming news for Germany, the leading European exporter to China thanks to car parts, machine tools and other widgets.
As ever, Europeans disagree over how to respond. Some are willing to challenge China politically—for example, Germany, Britain, Sweden and the Netherlands. But they are mostly free traders. That makes them hostile when other countries call for protection against alleged Chinese cheating. In contrast, a block of mostly southern and central Europeans, dubbed “accommodating mercantilists” by the ECFR, are quick to call for anti-dumping measures. But that makes them anxious to keep broader relations sweet by bowing to China on political issues.
The result is that European politicians often find themselves defending unconditional engagement with China. The usual claim is that this will slowly transform the country into a freer, more responsible stakeholder in the world. The secret, it is murmured, is to let Europe weave China into an entangling web of agreements and sectoral dialogues. In 2007 no fewer than 450 European delegations visited China. Big countries like France and Britain add their own bilateral dialogues, not trusting the EU to protect their interests or do the job properly. There are now six parallel EU and national “dialogues” with China on climate change, for example.
Alas, familiarity with Europeans does not preclude contempt. EU-China dialogues on human rights or the rule of law are a way of tying Europeans down with process, avoiding substance. China abruptly cancelled an EU-China summit scheduled for last December. The astonishing snub was presented by Chinese diplomats as punishment for France’s Nicolas Sarkozy for meeting the Dalai Lama when his country held the rotating presidency of the EU (with other EU countries left to take note).
Chinese interest in the EU peaked in 2003, when it looked as if the club would soon acquire a constitution, a foreign minister and a full-time president. But the honeymoon had ended by 2006, after China failed to get the EU to lift an arms embargo imposed after the Tiananmen Square killings of 1989. At policy seminars and closed-door conferences, state-sponsored Chinese analysts now drip condescension. America is a strong man and China a growing teenager, said one at a 2008 conference in Stockholm; Europe is a “rich old guy”, heading for his dotage. At a recent Wilton Park conference in Britain, a Chinese academic called the EU a weak power, unprepared to challenge American hegemony: China was not about to work with it on a new world order.

Unity meets disunity

If you wanted to design a competitor to show up European weaknesses most painfully, you would come up with something a lot like China. It is a centralised, unitary state, which is patient and relentless in the pursuit of national goals that often matter more to the Chinese than anyone else. European governments do not even agree on what they want from China. They are fuzzily committed to EU “values”, but will readily trample on those in a scramble to secure jobs and cheap goods for their voters. They do not share the same vision of trade policy, or how best to press China on climate change. Worse, the biggest countries, especially France, Germany and Britain, compete to be China’s favourite European partner. This causes damage. It was mad that the British and Germans did not rush to back Mr Sarkozy when he was bullied over the Dalai Lama. They could easily have insisted that EU leaders meet whomsoever they want.
Yet talk of a “Chi-merican” G2 running the world is overblown. For one thing, China will probably prefer to keep its own global options open. For another, senior Brussels figures rightly insist that the EU’s voice cannot be ignored in global economic discussions. It is China’s largest trading partner, after all, with two-way trade worth a huge €300 billion.
Ideally, European governments would be less feeble and fractious. Failing that, Europe could set itself more modest goals. Chinese officials are reportedly fascinated by European welfare and public-health systems, as well as by EU product regulation. Providing a model for red-tape or welfare reform may not be as much fun as jointly running a multipolar world. But with its pathetic record of handling partners such as China, Europe should welcome recognition of its relevance, however it is offered.

GUSTAVO DUDAMEL


"A Orquestra Sinfónica Juvenil da Venezuela Simón Bolívar foi fundada pelo economista e músico venezuelano e por um grupo de colegas seus, inspirados pelos ideiais de Simón Bolívar. A orquestra é composta por 200 jovens músids, com idades compreendidas entre os 12 e os 26 anos, e é a líder do programa académico de orquestras da Fundación del Estado para el Sistema de las Orquestras Juveniles e Infantiles de Venezuela, que envolve cerca de 250 mil membros em todo o país..., criadas para crianças que vivem abaixo do limiar de pobreza..."
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(do Programa do concerto de ontem à noite no Coliseu dos Recreios)
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Gustavo Dudamel tem apenas 28 anos, é actualmente director musical da Orquestra Sinfónica de Gutemburgo, irá tornar-se o Director Musical da Filarmónica de Los Angeles na temporada 2009-2010, ao mesmo tempo que completará o décimo ano como director musical da Orquestra Sinfónica Juvenil da Venezuela de Simón Bolívar. No Verão de 2008 estreou-se à frente da Filarmónica de Berlim, dirigiu a Filarmónica do Teatro alla Scala de Milão e a Sinfónica de Gotemburgo ..."
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Excepcional, a todos os títulos.
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Gulbenkian vai criar orquestras com jovens desfavorecidos em seis concelhos da Área Metropolitana de Lisboa
A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou ontem no Coliseu dos Recreios de Lisboa que vai apoiar a criação de orquestras de jovens desfavorecidos em seis concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) no âmbito de um projecto de inclusão social que envolve várias entidades.

Saturday, April 25, 2009

35 ANOS DEPOIS



Liberdade é palavra que, indiscutivelmente, melhor se identifica, aparentemente, com o movimento militar que há 35 anos derrubou a ditadura.
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E, no entanto se durante estas três décadas e meia Portugal mudou muito à superfície, aquilo que nos caracteriza idiossincraticamente como povo, mudou pouco, se mudou relevantemente alguma coisa, depois de recuperada a liberdade perdida.
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Continuamos a conviver sem arrependimento nem revolta com as pragas que, sem sobressalto, se adaptaram às circunstâncias e continuam a corroer as raízes do nosso desenvolvimento humano colectivo.
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A corrupção, as cunhas, as borlas, são marcas profundas de uma sociedade que se acomodou a uma vivência sem exigência nem responsabilização que o exercício salutar da liberdade impõem.
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Não há liberdade sem justiça. A incapacidade evidenciada pela Justiça, em cada dia que passa, para garantir uma convivência social sustentada nos valores que asseguram o triunfo do mérito e do trabalho, e promovem a prosperidade das socidades, sobre o corporativismo e a conivência de interesses espúrios, demonstra que a liberdade reconquistada não se infiltrou no nosso carácter colectivo.
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Quando, em vésperas de três actos eleitorais, continuamos impavidamente a beber da água do pântano que a Justiça não limpa, a água limpa da liberdade não está a passar por aqui.

" FEED THE POOR! EAT THE RICH!


Crime Amid IMF, World Bank Meetings
Vandalism arrests came shortly before a rally near the World Bank headquarters in D.C., where approximately 150 protesters tried to surge through a police line. Above, damage to a PNC Bank branch near Logan

Friday, April 24, 2009

CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO

Tentei adquiri-lo hoje na Fnac, não tinha ainda sido recebido. Mesmo que as posições de Vitor Bento acerca das hipóteses de saída da crise sejam conhecidas, o tema e as reacções que tem suscitado auguram para o autor um sucesso editorial, ainda que a crise, a nossa, não deixe de, paulatinamente, percorrer o caminho que Vitor Bento não traçou.
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A CHINA E OS OUTROS

Forget global imbalances, it is now a Sino-American imbalance
Brad Setser Apr 24, 2009
Or perhaps a Sino-North Atlantic or Sino-Euramerican imbalance. Europe plays a supporting role in the drama.
If oil averages $50 or so this year and $60 or so next year – and if intra-European surpluses and deficits are netted out – the world’s macroeconomic imbalances reduce to the United States external deficit (which the IMF estimates will be under 3% of US GDP in 09), a somewhat smaller EU deficit and China’s 10% of GDP surplus.
On the surplus side of the global ledger, the IMF forecasts that there will soon be China – and almost no one else.
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more

SWIMMING WITHOUT A SUIT

By THOMAS L. FRIEDMAN
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Credit bubbles are like the tide. They can cover up a lot of rot. In our case, the excess consumer demand and jobs created by our credit and housing bubbles have masked not only our weaknesses in manufacturing and other economic fundamentals, but something worse: how far we have fallen behind in K-12 education and how much it is now costing us. That is the conclusion I drew from a new study by the consulting firm McKinsey, entitled “The Economic Impact of the Achievement Gap in America’s Schools.”
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Just a quick review: In the 1950s and 1960s, the U.S. dominated the world in K-12 education. We also dominated economically. In the 1970s and 1980s, we still had a lead, albeit smaller, in educating our population through secondary school, and America continued to lead the world economically, albeit with other big economies, like China, closing in. Today, we have fallen behind in both per capita high school graduates and their quality. Consequences to follow.
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For instance, in the 2006 Program for International Student Assessment that measured the applied learning and problem-solving skills of 15-year-olds in 30 industrialized countries, the U.S. ranked 25th out of the 30 in math and 24th in science. That put our average youth on par with those from Portugal and the Slovak Republic, “rather than with students in countries that are more relevant competitors for service-sector and high-value jobs, like Canada, the Netherlands, Korea, and Australia,” McKinsey noted.
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Thursday, April 23, 2009

DISCORDÂNCIA PÚBLICA

Haver ou não haver orçamento rectificativo é uma questão de tempo imposta pelo calendário das eleições. Se as circunstâncias não tornarem inadiável a rectificação do OE antes das legislativas, o Governo que delas resultar não terá qualquer hipótese de lhe escapar. Porque o problema não será a dimensão do défice, assunto menor em tempos de recessão, mas a dimensão do crescimento da dívida pública. Alguém terá de a pagar, e a nossa não a pagarão os turcos, com certeza.
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O Governador do Banco de Portugal entendeu que lhe competia suportar a posição do Governo e pronunciou-se pela não necessidade de um orçamento rectificativo, pretendido pela Oposição. E porquê? Porque a despesa está controlada (afiançaram, ontem, o Primeiro Ministro e o Ministro das Finanças), os desvios observados e projectados ficam do lado das receitas, e assim sendo o rectificativo do orçamento não tem cabimento.
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Independentemente do juízo que se possa fazer acerca da pertinência da estratégia vislumbrada pelo Ministro da Economia, é nítida a discordância entre a sua estratégia expansionista da despesa pública e a contenção dentro dos limites orçamentais aprovados ainda ontem garantida pelo Governo na AR, estando presente o Ministro da Economia. Ainda que MPinho subordine a sua proposta à coordenação "entre os vários países" é estranha a discordância pública observada de um dia para o outro.
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Claro que teremos orçamento rectificativo e rectificação dos impostos. Antes ou depois das legislativas.

PERFORMANCE ARTIST



Hello Van Gogh, Can You Hear Me Now?

He only wants to transform his body into a portal on the Internet. Which is why visitors to Exit Art, a gallery in Midtown Manhattan, are being treated to a video of Stelarc’s left arm being cut up like a rare tenderloin to implant what will eventually be a Bluetooth-enabled artificial ear.
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HARD STEAK

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Yet is the government at last being realistic about the scale of this disaster? Can Labour hope to get away with it, economically or politically? Does it deserve to do so? These are the questions for markets and analysts now, and for voters at some point in the next 12 months. My answers are, briefly: No, No and No.

In terms of the overall picture, the salient figures were already well known: instead of an economic contraction of 1 per cent this year forecast in the pre-Budget report, the Treasury now forecasts a decline of 3.5 per cent; instead of public sector net borrowing of 8 per cent of gross domestic product this financial year and 6.8 per cent next year, falling to 2.9 per cent in 2013-14, we now have 12.4 per cent this year, followed by 11.9 per cent next year and 5.5 per cent in 2013-14; and instead of net debt at 57 per cent of GDP in 2013-14, we now have net debt at 79 per cent.

This is a horror story. But it could, of course, be worse: the economy may not recover as hoped; losses on support for the banks could, as the International Monetary Fund suggests, be far bigger than the 3.5 per cent of GDP now expected; and, above all, the creditworthiness of the British government could come into question, with devastating consequences. The government is flying on a wing and a prayer. Can it – or its successor – land the aircraft? As a British citizen, I do hope so. But nobody can now be sure of this. Can a government that made large claims for the quality of its stewardship survive such a debacle?
Perhaps the most striking single figure in the Budget is that the Treasury now believes cyclically adjusted net borrowing will be 9.8 per cent of gross domestic product this financial year. In other words, virtually all of the overall net borrowing requirement of 12.4 per cent of GDP is structural.

The Treasury’s implicit view is that this is a sudden and unexpected event, consequent on the collapse of corporate profitability, particularly in the financial sector, and of the housing market: it shows the structural net borrowing requirement at only 2.7 per cent in 2007-08 and 5.7 per cent in 2008-09. But this view is highly implausible. More realistic is that, as happened in the boom of the late 1980s, but on a bigger scale, the Treasury confused a super-boom with a sustainable economic position. Now, after the collapse, the Treasury admits that the structural fiscal position is far worse than it thought. If it – and, we must admit, many others – had realised how fragile the economic and fiscal position was, they would have recognised that deficits and net public debt were far too high.
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Behind this forecast is a promise and a hope: the promise is that real public spending will remain roughly constant between 2010-11 and 2013-14 and then rise at only about 0.5 per cent a year over the rest of that parliament and, implicitly, well into the next; the hope is that the economy will recover vigorously, with GDP already growing at 3.5 per cent in 2011, after 1.25 per cent next year. These are not impossible forecasts. But they imply a resolution that can hardly be expected of any UK elected government, a vigour that can no longer be assumed of the storm-tossed British economy and an amount of luck, on the world economy and losses in the raddled banking system, that cannot be taken for granted. The horrible truth is that the government’s forecasts are still very far from the worst imaginable.
I have no idea whether the government can both get away with this optimism and postpone the moment of truth at least until after the general election. Markets have been forgiving. The difficulty with assuming that this will continue is that this is how markets tend to behave – until they cease to do so. Should investors decide that a return to fiscal stability has become a remote prospect, they may turn against the UK suddenly and brutally. The populism of the Budget, with its fiscally futile attack on relatively high earners, makes this even more likely.

Finally, does the government deserve to get away with it? It is true that this is a global crisis in which many economies have been as hard hit as the UK. But, according to the Organisation for Economic Co-operation and Development, no other big member has suffered as large a deterioration in its structural fiscal position as the UK. In retrospect, the government was far too optimistic about the structural solidity of the UK economy and its finances. While many others were equally blind, it is hard for a government to escape responsibility for so huge a mistake.
I have sympathy for the decision not to tighten fiscal policy during the worst of a recession
. But I would also want to see determination to take the measures needed to return the fiscal position to health by the end of the next parliament. This will require action on both revenue and spending. Understandably, perhaps, the chancellor failed to spell out the scale of the challenges that lie ahead even if the economy were to recover robustly. Yet what is in prospect is year after miserable year of austerity.
The challenge for both government and the opposition is to show how they will bring the budget back under control. Neither side is being honest about what this means. If this failure leads to a collapse of confidence, that will prove the worst mistake of all.

CHORINAS

Se tocar para ampliar, verá as chorinas em tamanho
real.

DEMAGOGIA DA CORRUPÇÃO


O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD) acusa os partidos, incluíndo o PSD, de estarem a seguir o caminho mais fácil ao falarem do combate à corrupção, num ano de eleições.
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Lê-se e não se compreende.

Como é que é possível que alguém que não é suspeito de corrupção acuse a direcção partidária, de que também é membro, de aproveitamento demagógico por falar de combate à corrupção em ano de eleições?

Deverá falar de quê? Do tempo? Do futebol, mas não da corrupção da arbitragem?

Se o combate à corrupção é um tema fracturante dos partidos (e é estranho que o seja) essa é mais uma boa razão para a sua discussão em ano de eleições. Porque se não for agora discutido e legislado de forma que dê à investigação armas eficazes de combate, não será outra vez tão cedo.

Rui Rio poderá ter boas razões, se as tiver explique-as. A acusação de demagogia é, neste caso, no mínimo incompreensível. Na maior parte dos casos será suspeita.

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Actualização

Deputados do PSD com reservas à lei do enriquecimento
A reunião da bancada do PSD de hoje foi agitada e o líder parlamentar do partido, Paulo Rangel, teve de responder às dúvidas de vários deputados quanto ao projecto de lei sobre o enriquecimento ilícito, esta tarde rejeitado pela maioria do PS.

Sintomático.

TAROT

Será que ainda há alguém com pachorra para ouvir os políticos?

E já agora, será que este pessoal aprendeu a tabuada ou as previsões deles são feitas com leitura de cartas de Tarot?

World finance losses top $4tn

'The International Monetary Fund has said that the overall losses from the international financial crisis will amount to $4.1tn. Of the $4.1tn, an estimated $2.7tn comes from losses suffered from US financial institutions, the IMF said on Tuesday, double what it estimated six months ago....

http://english.aljazeera.net/news/americas/2009/04/20094211475795819.html

E há os que continuam a sonhar...

Vítor Constâncio afasta necessidade de Orçamento de Estado rectificativo

21.04.2009 - 19h35 Por Lusa

O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, afastou hoje a necessidade do Governo proceder à elaboração de um Orçamento rectificativo perante a derrapagem das receitas orçamentadas, hoje pedido pelos partidos da oposição."Um orçamento rectificativo seria absolutamente necessário se estivesse a ser excedida a despesa. Se o problema é a quebra de receitas existem outros mecanismos a ter em conta, mas não tenho neste momento informação própria para fazer essa avaliação", disse o governador do banco central.

...http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1375732&idCanal=57

isto, no mesmo dia em que

Receitas fiscais com queda de 12,3 por cento no primeiro trimestre

20.04.2009 - 22h11Por Lusa

As receitas fiscais baixaram 12,3 por cento no primeiro trimestre de 2009 relativamente ao mesmo período do ano passado, penalizadas pelo recuo de 20,3 por cento na cobrança de IVA, divulgou hoje a Direcção Geral do Orçamento....

Do lado da despesa, os números da DGO mostram que a despesa do subsector Estado cresceu 4,9 por cento, situando-se em 10.314,7 milhões de euros, e que o grau de execução da mesma foi de 21,2 por cento. As despesas com o pessoal a baixaram 21,1 por cento, favorecidas por uma alteração metodológica do registo das contribuições do Estado para a Caixa Geral de Aposentações. Corrigindo este factor, as despesas com o pessoal cresceram 0,2 por cento.

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1375525

Será que há alguém que saiba ao certo o que anda a fazer e a dizer?

Começo a ter sérias dúvidas.

Wednesday, April 22, 2009

DIA DA TERRA

Sky Panorama Over Lake Salda

NOZES, PORTUGUESAS

Dizem que estudos científicos levaram à conclusão que 6 nozes diárias após as refeições ajudam a a combater o colesterol. Alertam-nos em cada esquina os produtores de alimentos supostamente redutores do colesterol que ele é uma ameaça que não pode ser escamoteada. Os laboratórios promovem fármacos contra o colesterol que, não tendo ainda sucedâneos genéricos, são caríssimos.

É por demais evidente que não pode combater-se o colesterol apenas com meia dúzia de nozes por dia e dispensar-se os fármacos. Contudo, para quem gosta de nozes, e pouca gente não gostará, a descoberta é animadora e pode, eventualmente, reduzir a conta da farmácia.

Acontece que as nozes não são baratas e as nozes portuguesas são bastante mais caras que as francesas, para produtos de qualidade semelhante. Porquê?

Resposta óbvia: Porque os produtores franceses de nozes, por razões diversas, têm produtividades superiores aos portugueses. Por uma questão de solos, de dimensão da propriedade, do clima, das espécies cultivadas, dos processos de cultivo, apanha e distribuição, por uma destas razões ou outras, as nozes francesas são vendidas em Portugal, depois de atravessar a Espanha a um preço que é cerca de metade do preço das lusas nozes.

Haverá, talvez, diversas razões, salvo uma: a do custo de mão-de-obra, que é certamente superior em França ao custo da mão-de-obra em Portugal.

Estamos perante uma situação em que o conceito de produtividade é aplicável sem sofismas: as nozes portuguesas são mais caras porque os produtores portugueses de nozes são menos produtivos que os seus concorrentes franceses. Como é que se supera esta improdutividade lusa é uma questão a que só pode responder quem souber bem de produção de nozes. O que não é o meu caso. Mas também não era aí que queria chegar. Em todo o caso a questão tem solução se os motivos que bloqueiam a improdutividade lusa forem suceptíveis de serem removidos. Caso contrário, um dia deixarão de existir nogueiras em Portugal.

Há muitas outras situações, contudo, onde a improdutividade real é encoberta por produtividade estatisticamente aparente e a remoção dos bloqueios não é vislumbrável. O senhor Procurador-Geral da República dizia ontem que não é esperável que o processo "Freeport" esteja encerrado até ao fim do ano. A produradora geral adjunta incumbida de deslindar o imbróglio tinha anteriormente dado esperanças de que até ao fim do ano o inquérito estaria concluído. Parece que não.
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Trata-se de um processo iniciado há mais de quatro anos que promete corroer até ao tutano a credibilidade da justiça e da política em Portugal. Está sem fim à vista.
E, no entanto, a produtividade dos senhores magistrados do Ministério Público, medida segundo os critérios estatísticos correntes é, relativamente, elevada: mais ou menos o quociente entre o valor dos seus vencimentos e adicionais e o número de horas trabalhadas. Sensivelmente igual à dos seus colegas franceses.
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Como reduzir o colesterol que entope a administração pública em Portugal e, nomedamente, a administração da Justiça é uma questão que não se resolve com nozes francesas. Mas o mais dramático é que ninguém parece conhecer fármaco eficaz nem projecto para o descobrir.

CCB

Senhor Presidente
do Centro Cultural de Belém,
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Cerca de três semanas antes do concerto no CCB, "Música Para Quatro Mãos", de Maria João Pires e Ricardo Castro, no dia 9 deste mês, a bilheteira informava que a plateia se encontrava já esgotada e sobravam apenas alguns lugares em camarotes.
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No próprio dia 9, umas horas antes do início do concerto, dois amigos nossos conseguiram comprar dois bilhetes de plateia, "os únicos que havia disponíveis em resultado de duas desistências de última hora", segundo informação da bilheteira.
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Quem conseguiu assistir ao concerto pôde constatar que na plateia ficaram vazias cerca de 50 cadeiras.
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Estou certo de que isto não constitui para si uma novidade. Muito menos que uma não novidade, aliás, é uma banalidade. Não só no Centro Cultural de Belém, mas também em outras salas subsidiadas com dinheiros públicos.
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Não foi, evidentemente, o caso que em concreto refiro que me levou a escrever-lhe mas a banalidade e a indiferença com que estas situações acontecem.
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Eu sei, senhor presidente, que há uma tradição neste Portugal de mamadores do Estado que vem de longe e é, porventura, difícil expurgar.Eu sei que há patrocinadores que trocam apoios por entradas (um negócio que lhes dá fama de beneméritos e proveitos de entradas gratuitas) que distribuem a amigos e conhecidos nem sempre interessados na oferta. Eu sei que de si esperam os manobradores do aparelho do Estado os tradicionais envelopes com os convites mesmo que as agendas não lhes consintam ou o desinteresse os desmotivem a usá-los.
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Todos suspeitamos que, lamentavelmente, ninguém abdicará deste consuetudinário de miseráveis mordomias sem rancor e sem vinganças.
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Por tudo o que o senhor presidente bem sabe e nós presumimos, não lhe sugiro que acabe de vez com a babugem. Peço-lhe apenas que lhes solicite com cortezia qb que, no caso de estarem interessados nas borlas prometidas, levantem, ou mandem levantar, os seus bilhetes até dois dias antes dos espectáculos. Vai ver que lhe sobrarão muitos bilhetes que pode vender a preços reduzidos a jovens que não têm trocos suficientes ou nunca tiveram a oportunidade de escutar ao vivo Maria João Pires, por exemplo. Deste modo semeará para daqui a cinco ou dez anos colher uma assistência mais interessada e disposta a pagar bilhete inteiro.
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Já agora, permita que faça perder tempo a quem ler esta missiva com mais dois pontos:
1 - Não me sinto marginalizado ou ressabiado por não me tocarem convites. Antes, pelo contrário: o que me indigna é não poder comprar bilhetes porque as lotações estão esgotadas e só recorrendo a borlas consigo entradas.
2 - Diz-se, frequentemente, que a corrupção campeia em Portugal e as cunhas matam as competências. As borlas são o exemplo mais acabado da mesquinhez das cunhas com que se prestigiam muitas das nossas elites.
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Está nas suas mãos, senhor presidente, contribuir para que a sociedade que vai ao CCB seja globalmente mais decente.
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Com os meus cumprimentos,
Rui Fonseca

Tuesday, April 21, 2009

ÉPOCA DE CAÇA

Começou ontem a época da caça ao voto.

E ficámos inteirados, desde já, se dúvidas existissem, que os caçadores vão atirar a tudo o que mexa. Todos os argumentos serão bons desde que possam emprenhar nos ouvidos de quem os quiser ouvir. Pelos vistos, uma minoria, já que, segundo as sondagens menos de um terço do eleitorado estará disposto a votar. O que é uma lástima, não pelo nível de participação em si, já que só conta quem vota, mas pela oportunidade perdida para se dicutirem as nossas oportunidades, e também as nossas responsabilidades, decorrentes da integração europeia. De forma não demagógica.

Contudo, no "Prós e Contras" de ontem, o ensaio geral demonstrou que o debate sem truques de eleitoralismo rasteiro continuará a ser postergado. Cada qual arremeterá com o que estiver à mão e na direcção para onde estiver virado.

Um exemplo do síndrome demagógico que atravessa a mente de todos os candidatos cabeças de cartaz (designação mais apropriada à realidade da abundância de cartazes que mais uma vez irá conspurcar a paisagem) foi dado, no "Prós e Contras", pela discussão acerca da subutilização das verbas do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).
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Abriu as hostilidades o CC (cabeça de cartaz) do CDS com um ataque surpresa, no entender dele: era ínfima, por culpa do Governo, a utilização das verbas do QREN no fim de 2008. Enquanto o CC do PSD acenava que sim com a cabeça, o CC do PS defendia que não senhor, a utilização situava-se bem acima dos valores exibidos pelo CC do CDS. Por cima da discussão sobrepôs o CC do BE a sua voz grossa e rouca para explicar que uma coisa era a utilização efectiva outra concursos lançados, mas que o que, sobretudo, estava em causa era a subordinação ao défice: Como a utilização dos fundos comunitários exige a comparticipação de fundos próprios, o Governo, amarrado aos compromissos do défice, não pôde acompanhar a parada e ficou-se nas covas. Em conclusão, a culpa é (foi) a devoção do Governo ao défice. A CC do PCP aproveitou para falar ainda mais alto e debitar sobre os malefícios do neoliberalismo que infectou a União Europeia.
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O défice prometia ser o bode expiatório do serão quando o CC do PSD acusou o PS de ter em lugares elegíveis duas candidatas que também são candidatas a presidências de Câmaras, subvertendo, deste modo, a lei da paridade. Hoje, no Público pode ler-se que Edite Estrela contra-ataca alertando para eventual fraude eleitoral subjacente às declarações de Guilherme Silva ao DN "Há duas candidatas (do PSD) que não vão assumir funções no Parlmento Europeu...".
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Barroso foi também, obviamente, tema de desacordo entre os CC do PSD e do PS.
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Com sessões de tricas destas, nós, europeus, continuaremos sem saber quem somos.

AQUECIMENTO GLOBAL


Monday, April 20, 2009

COSMIC HAND



This beautiful image of a "cosmic hand" reaching for the stars has been captured by a Nasa observatory. Although the pulsar itself is only 12 miles in diameter, the cloud or nebula that it produces stretches across 150 light years of space.
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http://www.telegraph.co.uk/news/picturegalleries/theweekinpictures/5172356/The-week-in-pictures-17-April-2009.html?image=18

LOGROS E PARADOXOS

Não há analista, economista ou comentador do nosso atraso que não atribua à falta de suficiente crescimento da produtividade a responsabilidade principal pelo marasmo em que a economia portuguesa embarcou na última década e que a crise mundial actual agravou. Geralmente, atribuem-se as culpas desta improdutividade que nos faz descer ano após ano nos rankings dos países da União Europeia e da OCDE, com os quais usualmente nos comparamos, aos maus resultados obtidos em áreas-chave que se encontram no caminho crítico para o desenvolvimento económico e social, de entre as quais se destacam a educação e a justiça.
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O INE publicou recentemente um relatório que conclui que a produtividade do trabalho, em Portugal, medida com base nas horas trabalhadas, cresceu à média anual de 1,2% no período 2000 a 2006. Um crescimento escasso que colocou a economia portuguesa em divergência com a média da União Europeia quando se precisava do contrário.
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Apesar de tão citado, o conceito "produtividade" é extremamente subtil e absorve realidades que pouco ou nada têm que ver com a raiz da palavra, induzindo conclusões frequentemente apressadas e inconsistentes.
Quando se afirma que o Valor Acrescentado Bruto por hora de trabalho (a produtividade) no sector primário se situa em 26% da média da economia em contraste com os 445,3% dos serviços financeiros, pode inferir-se que, em consequência da muito melhor preparação profissional dos bancários eles atingem níveis de produtividade que são quase 20 vezes superiores aos dos que trabalham no sector primário? Ou quererá antes dizer que, para além dos números de 2006 ainda não reflectirem as consequências da crise no sector financeiro, os financeiros têm, por razões de mercado protegido, maior capacidade de apropriação que os dos sectores primários?
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Outros sectores com VAB por hora trabalhada que ficam aquém da média da economia: Indústria e energia, 97,6%; Construção, 62,5%; Alojamento e restauração, 64,8%.
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E a administração pública, defesa, segurança social, educação e saúde e acção social, que níveis de produtividade atingem? 132,6% da média da economia; Os transportes e comunicações, 177,1%; As actividades imobiliárias, 150,5%. Todos bem acima da média.
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O que é que há de comum entre os sectores menos produtivos (com menor output VAB/hora)?
São sectores que se situam na produção de bens e serviços transaccionáveis, isto é, sujeitos às leis da concorrência dos mercados. A análise separada do sector Indústria e Energia levará à conclusão que a Indústria fica bastante aquém dos 97,6% agregados para o conjunto e a Energia bastante acima, por escapar às leis do mercado.
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O que é um paradoxo: A concorrência não é obstáculo ao crescimento da produtividade; a concorrência é motor do crescimento produtivo qualquer que seja o critério em apreciação, quantitativo ou qualitativo.
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A produtividade, como conceito de análise económica pode ser um logro.
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Excerto do relatório do INE :

O sector dos serviços absorve mais de metade do trabalho na economia, tendo sido a única actividade em que se verificou um aumento do número de horas trabalhadas no período disponível, contrastando, portanto, com o observado nos sectores primário, na indústria e energia e construção. O peso relativo dos serviços aumentou 5 pontos percentuais (p.p.), absorvendo 60% das horas trabalhadas em 2006 (quedando-se a indústria e energia pelos 18%,e o sector primário e a construção com 11% cada.

O comércio e reparação (CAE G) ocupam cerca de 17% do trabalho da economia, com ligeiro aumento de 2000 (16,5%) para 2006 (18,4%); O alojamento e restauração, 6,1%; Os transportes e comunicações, 4%; As actividades financeiras, 1,7%. A administração pública, defesa e segurança social, educação e saúde e acção social (CAEs L, M e N) absorve uma proporção semelhante e crescente (16,3% em 2000 e 17,4% em 2006). Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas, outros serviços colectivos, sociais e pessoais e empregados domésticos, que ocupam 12,0% do emprego em 2006, aumentando ao longo do período (10,5% em 2000).

Em 2006, o VAB por hora de trabalho no sector primário situa-se em 26% da média da economia, em contraste com os 445,3% dos serviços financeiros.

Em termos de grandes ramos de actividade, apenas as actividades de serviços apresentam VAB por hora superior à média da economia (entre 120,8% e 125,8%), apesar das suas componente de comércio e reparação e de alojamento e restauração se encontrarem bem abaixo da média.

O VAB por hora de trabalho no sector primário oscilou entre 25,4% (2005) e 30,1% (2000) da média da economia no período em análise. Esta situação relativa é mais desfavorável que a que se obtém tomando em conta o VAB por Equivalente a Tempo Completo (ETC), o que se prende com o facto de a jornada no sector primário ser sistematicamente superior à jornada média da economia (entre 15,3% e 17,6%, a que correspondem cerca de 5h48min. e 6h42 min., respectivamente).

Também os ramos da construção, com cerca de 63% da média da economia e o comércio e a restauração, que oscilaram entre 69,7% e 81% no primeiro caso e os 64,8% e 70,3% no segundo, apresentaram resultados inferiores aos valores médios globais. Por seu lado, a Indústria e energia apresentou valores próximos da média, oscilando o seu VAB por hora de trabalho entre os 96,6% e 97,6% da economia.

No extremo oposto, refira-se a actividade financeira, com um VAB por hora de trabalho 339% acima da média em 2000 e 445,3% em 2006. Segue-se a actividade de transportes e comunicações com cerca de 180% e actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas, outros serviços colectivos, sociais e pessoais e empregados domésticos, entre 150,5% e 167%