Há toponímicas curiosas. Alfândega da Fé * é um verdadeiro achado: A Fé tem alfândega. Segundo a Wikipédia "Alfândega da Fé é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte e subregião do Alto Trás-os-Montes, com cerca de 2 000 habitantes."Ainda segundo a Wikipédia a evolução da população do concelho tem sido a seguinte:
4737 -5763- 9069- 8789- 9672- 7925- 6734- 5963- 5688
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O concelho de Alfândega da Fé terá hoje sensivelmente a mesma população de há cerca de 150 anos atrás, o que traduz uma evolução demográfica paradigmática da evolução observada no interior português, e que é consequência das condições muito adversas à fixação das populações.
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Surpreendentemente, a 9 quilómetros de Alfândega da Fé, no alto do cimo da Serra de Bornes, investidores privados investiram numa unidade hoteleira (uma estalagem com 26 quartos) arquitectada em linhas pouco sóbrias, para não as classificar de extravagantes, ao lado da qual, o município construiu um SPA (imagem acima). A rentabilidade da unidade hoteleira não terá reembolsado o investimento feito e o município tornou-se o principal accionista da estalagem e accionista único do SPA anexo através de uma empresa municipal.
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Percebe-se que os edis de Alfândega da Fé queiram inverter o contínuo êxodo que ameaça fazer desaparecer o concelho do mapa.
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Mas, por quê um SPA? Por uma questão de Fé sem alfândega?
Para não emigrarem também os edis à procura do litoral onde os SPA são um must?
Até onde pode chegar a autonomia dos autarcas na utilização dos dinheiros que todos os portugueses pagam sem terem que dar conta desses gastos a todos os que pagam?
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3 comments:
Quando se perde a fé e se acaba com as alfândegas só nos resta a resignação. Foi o que não aconteceu com os meus vizinhos alfandeguenses (sou de Mogadouro) que resolveram fazer jus ao nome e acreditaram. É uma zona excepcional para um turismo não convencional (praias e golf) assente na valorização de um envolvente espectacular, gastronomia original e outros atractivos menos publicitados. Rui, passa por lá uns dias e passarás a valorizar a ousadia do empreendimento. E, então, constatarás que há mais vida para além dessa retórica do custo/benefício.
Meu Caro Francisco,
Agradeço-te muito a tua discordância. Podemos aprender com quem discorda de nós, podemos iludir-nos com quem nos elogia.
A minha apreciação ao que vi resultou precisamente de uma curta viagem ao interior e que incluiu Alfândega da Fé. Por sugestão dos amigos que nos acompanharam, estivemos no cimo da Serra de Bornes. O panorama é espectacular, duma grandiosidade que se grava na nossa memória de forma indelével.
Quanto à arquitectura da Estalagem achei-a despropositada e o SPA anexo, mandado construir pelo município, uma obra que pode atrair alguns curiosos de ocasião mas não tem condições para aguentar um fluxo turístico que a justifique se o objectivo forem os interesses dos habitantes da região.
O turismo não convencional que referes, naquele habitat, deveria, do meu ponto de vista, casar-se com a grandiosidade envolvente e não concorrer com ele.
Ora o que se impõe quando entramos na Estalagem é a dimensão fria e extravagante, do meu ponto de vista, daquela nave, onde poderia existir uma pousada mais acolhedora.
Oxalá esteja enganado, mas receio que, depois de ter caído nas mãos do município, o empreendimento seja um dia destes encerrado por falta de meios que o mantenham aberto.
Este empreendimento foi sempre o municipio o maior accionista, e outra parte do privado.
Não sei porque é que as pessoas acham mal este investimento em Alfândega da Fé, Macedo tem a Estalagem do Caçador e para não falar de outros pontos e ninguém diz que os investimentos são maus mas quando se trata desta pequena vila é sempre mau, mas se fosse feito numa nmiserável vila do Algarve o empreendimento era excelente.
E mais não difo.
Cumprimentos de uma residente alfandeguense.
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