Há hábitos que persistem sem que a maioria das pessoas se interrogue: por quê?
Por exemplo, as banheiras.
Por que razão continuam a impor as câmaras municipais a instalação de banheiras depois de ter sido inventada essa forma, mais cómoda e menos perigosa de um pândego se lavar sem escorregar, chamada "poliban"?
Uma banheira é uma ameaça interna imposta aos cidadãos por um costume que há muito tempo deveria ter sido banido, legalmente proibido até, dada o nível de perigosidade latente.
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A esposa do meu amigo Esteves, pessoa ainda jovem mas com problemas na rotação do cóxis, não pode dispensar o marido porque é este lhe dá a ajuda imprescindível para ela entrar para o duche matinal. Uma vez lá dentro, a criatura continua dependente de ajudante para a saída do buraco em que se meteu. Há dias, aconteceu o que pode acontecer a qualquer um: Ou por o Esteves estar menos firme nos braços ou a esposa se ter esquecido nessa semana de olhar para a balança, houve uma súbita aceleração na fase de saída, o Esteves deu de lado e a senhora estatelou-se no chão, piorando o cóxis e decorando-se de nódoas negras.
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Com um poliban, um duche é um exercício tranquilo. Mas até a falta de termos portugueses que adoptem a modernidade é lamentável e denunciadora de um hábito, que é também uma imposição camarária, que só pode trazer-nos contusões.
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A lista de costumes abstrusos é longa e deveria ser objecto de investigação que os denunciasse. Da sua progressiva eliminação depende em grande medida a melhoria da qualidade de vida das populações.
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Dou ainda mais um exemplo:
Há uns tempos atrás, Almeida Santos defendia os deputados das acusações públicas de laxismo, por se ausentarem das bancadas quando o calendário lhes sugere pontes alargadas e começarem os fins-de-semana às sextas-feiras. O senador entende que os deputados não são escravos da democracia e, demais a mais, são mal pagos.
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Faz algum sentido que se convoquem todos os deputados para uma presença permanente no parlamento quando é certo e sabido que a grande maioria não abre o bico e se levanta apenas quando os mandam levantar?
Há quem defenda a redução do número de deputados. É uma defesa frouxa porque nem os deputados estarão pelos ajustes nem a redução de vinte ou trinta, na melhor das hipóteses, alteraria significativamente o quer que fosse.
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O número de deputados até poderia ser aumentado desde que fossem utilizadas as técnicas modernas da transmissão de informação.
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Os legisladores (law makers, na terminologia anglo-saxónica) incumbir-se-iam de dar corpo às propostas discutidas em comissões restritas, o que envolveria um corpo permanente de vinte ou trinta deputados em full-time, a aprovação plenária seria feita por e-mail, fax ou SMS, à escolha dos deputados votantes.
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Porque não?
7 comments:
Rui,quanto às banheiras totalmente de acordo. Há, ainda, o argumento da higiene:se o banho não se concluir com um duche há o risco de o sabão não sair completamente;
estava longe de saber que é da lei, mas sendo assim eu já a infrigi. Quanto ao número de deputados é assunto que vem à baila de vez em quando: a opinião geral do povo(que não a dos deputados)é que são um exagero.E já que está na moda vocês os economistas falarem tanto na relação custo/benefício
porque não se aplica o princípio ao caso? Alguém duvida que bastantes menos deputados produziriam as leis justas e suficientes para a nossa democracia? Aos benefícios financeiros haveria a acrescentar ainda os sociais decorrentes da melhoria da imagem da AR, que é bem negativa e continuará a sê-lo mesmo com os esforços dos deputados para valorizá-la.Já agora, se se faz a contabilização da produtividade dos deputados europeus(intervenções, propostas, pareceres, audições de cidadãos...)
porque não aplicar a medida aos deputados da Nação?
Para já não falar do desperdicio de agua dos adeptos de banheiras cheias a transbordar.
Quantos ainda terão tempo para banhos de imersão? Não imagino.
E, por falar em maus costumes...
Norwegian man caught having sex with girlfriend while driving at 100mph
A Norwegian man faces a heavy fine and a driving ban after police caught him having sex with his girlfriend while speeding on the motorway, police said on Monday
Last Updated: 6:02PM BST 13 Apr 2009
The unnamed couple, a 28-year-old man and a 22-year-old woman, were caught in the act late on Easter Sunday by traffic police on the E18 highway, some 25 miles west of Oslo.
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Officers who clocked the couple's silver Mazda 323 racing at 133 kilometres per hour in a 100 zone realised they were doing more than just breaking the speed limit, police told AFP
"It was veering from one side to the other because the woman was sitting on the man's lap while he was driving and doing the act, shall we say," said Tor Stein Hagen, a superintendent with Soendre Buskerund district police.
"He couldn't see much because her back was in the way," he added.
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http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/norway/5149472/Norwegian-man-caught-having-sex-with-girlfriend-while-driving-at-100mph.html
E não é só na Noruega que há pessoas irresponsáveis,
Nós, por cá, também as temos.
Portugueses tencionam gastar mais dinheiro em viagens e lazer
15.04.2009 - 11h02 Ana Rute Silva
A economia portuguesa atravessa a recessão mais profunda dos últimos 34 anos, mas no último mês de 2008 os portugueses ainda tencionavam gastar mais em viagens e lazer durante este ano. Esta é, pelo menos, a conclusão do estudo Observador Cetelem, que analisa as intenções de compra dos consumidores.
Este ano, 19 por cento dos inquiridos admite investir em actividades de lazer, mais dois pontos percentuais do que em 2008. Pelo contrário, as intenções de compra dos europeus recuaram um ponto percentual face ao ano passado.
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Os resultados do estudo foram obtidos através de inquéritos feitos a dez mil indivíduos em 13 países europeus. As análises e previsões foram efectuadas em Dezembro do ano passado.
A Celetem é uma empresa de crédito ao consumo do grupo BNP Paribas.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374406&idCanal=10
O último paragrafo explica de onde vem o inusitado 'poder de compra'.
"Já agora, se se faz a contabilização da produtividade dos deputados europeus(intervenções, propostas, pareceres, audições de cidadãos...)
porque não aplicar a medida aos deputados da Nação?"
Tenho dúvidas, meu caro Francisco, que possamos medir a produtividade contando o número de actos em que
os deputados participaram. O número, neste caso, pode ter pouco significado.
Todos sabemos que o trabalho legislativo é realizado por um número restrito de deputados (diz-se que a maior parte é feita nos gabinetes de advogados), a maioria leva uma vida sem intervenção significativa para além de se levantarem quando os mandam.
Seria preferível que convocassem o plenário uma vez por mês para votação das leis já redigidas. Se não quisessem adoptar o voto à distância.
"Norwegian man caught having sex with girlfriend while driving at 100mph"
Não me arrisco a considerar o exercício um mau costume; arriscado será, certamente.
"Este ano, 19 por cento dos inquiridos admite investir em actividades de lazer, mais dois pontos percentuais do que em 2008."
Cara Amiga A.,
A crise não é para todos. Pelo menos para já.
Rui
Mau costume do ponto de vista moral também não acho de maneira nenhuma.
Podiam era levar a experiência para um local onde não pusessem em risco a vida de outros.
Na auto-estrada não é boa ideia, num local sem risco de colidir com outros admito que até pode ser interessante (para alguns).
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