Os custos do descrédito que a justiça portuguesa assegurou junto da opinião pública não são imputados aos seus agentes: os seus rendimentos são insensíveis aos resultados desastrosos que conseguem. Tratar-se-á de uma inevitabilidade? Serão os agentes da justiça inimputáveis? Quaisquer que sejam as perdas que resultarem das eventuais ineficiências, abusos ou incompetências dos seus agentes não temos mecanismos legais que os responsabilizem. As consequências das suas desorientações podem ser dramáticas para o crescimento económico e social, podem até fazer ruir o regime democrático, mas são intocáveis.
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Mário Crespo coloca no Jornal de Notícias uma série de perguntas que nunca teriam a oportunidade de serem levantadas se o comportamento do Ministério Público se tivesse pautado por uma actuação que, ela própria, não levantasse suspeitas em que os seus próprios agentes se embrulharam.
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Ouço no telejornal Souto Moura, o anterior PGR, afirmar que é muito complicado para qualquer PGR, em qualquer país, considerar arguido o seu PM; o PR, diz ao repórter do mesmo telejornal,
que há assuntos relativamente aos quais o PR tem de manter uma posição de reserva e este é um deles. Ontem, Marcelo R S afirmava que o PR deveria intervir. Hoje, A Vitorino é da opinião que o PR faz bem em não interferir publicamente.
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Quem os ouve tira as conclusões que lhe parecem. É a justiça popular a funcionar porque a outra anda a discutir quem deles disse o quê, e com que intenção disse. No fim, o resultado será: arquive-se e continuem a pagarem-se os vencimentos.
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