O presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público foi hoje recebido pelo PR e à saída, não tendo dito o que disse, disse que não tinha escondido nada ao Presidente. Supõe-se que o que tenha dito tenha sido muito, atendendo ao facto de ter acrescentado que também os magistrados do Ministério Públido não gostam da Justiça que temos. Não sei se o presidente sindicalista inclui no seu desgosto a forma como os magistrados se julgam uns aos outros ( vd PORTUGAL APODRECIDO ) mas demos-lhe o benefício da dúvida e interpretemos bona fide as suas palavras.
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Não há quem, mais do que os magistrados do Ministério Público, esteja consciente das razões que impedem que se faça justiça, e em tempo oportuno, dos casos que envolvem crimes e eventuais criminosos mediáticos. Assim sendo, o PR, por ter sido informado exaustivamente, disporá agora de informações que lhe permitirão, mas também o obrigarão, a tomar medidas, publicamente explícitas ou não, que promovam a limpeza do pântano de jogo de enganos em que a Justiça se transformou em Portugal.
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A independência entre si dos órgãos de soberania não pode significar tolerância total com todos os desvios desequilibradores das instituições que cada um possa cometer. Se o PR pode dissolver a AR, e por arrastamento, o Governo, não se concebe que o PR seja obrigado a conviver, e obrigar o país a conviver, ad eternum com situações na área da Justiça que irremediavelmente acabarão por destruir a democracia. Alguma coisa consequente pode, e deve, o PR fazer após a reunião que concedeu. Se não, melhor seria que a não tivesse concedido.
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Não foi por acaso que um autarca manhoso decidiu inaugurar uma praça com o nome do antigo ditador, e no dia em que se completaram 35 anos de democracia.
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