A senhora vestia indumentária de empregada de limpeza, tinha um cartão de identificação de empregada de limpeza, estava encostada a um desses carros que se vêm nos corredores dos hotéis com produtos e utensílios de limpeza, quando a chamámos para limpar uns vidros de um copo partido, acidentalmente, num quarto de um hospital privado.
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A senhora entrou, olhou e disse: Isto não é comigo. Quem deve fazer isto é a auxiliar!
Chamámos a auxiliar.
A auxiliar olhou para os vidros partidos e a água derramada, e disse: Vou chamar a empregada da limpeza.
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Voltou a entrar a empregada da limpeza, e começou a limpar e a resmungar: Sempre a rebaixar-nos, sempre a rebaixar-nos! Hoje já não há consideração por ninguém. Se pudessem, fuzilavam-nos debaixo de um combóio! Do que este país está a precisar não é de um nem de dois Salazares! É de quatro! De quatro Salazares é que isto está a precisar!
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