A notícia do dia são os acordos de ontem no âmbito do G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia) em Camp David. Vladimir Putin fez-se representar por Dmitry Medvedev. Os acordos, basicamente três, envolveram o compromisso de a União Europeia, à semelhança dos EUA, promover o investimento, nomeadamente em educação e infraestruturas, e, consequentemente, incrementar o emprego, pressionar o Irão a abandonar o projecto nuclear para fins bélicos, intervir concertadamente de modo a impedir a escalada do preço do petróleo. Foi ainda considerada como muito desejável a continuidade da Grécia na Zona Euro.
O objectivo de relançar o crescimento das economias mais desenvolvidas, agora em estagnação, é condicionado à limitação da despesa pública. Como é que isso se consegue, é uma questão sem resposta explícita ou implícita nas declarações publicadas nos media.
Para além de algumas contradições e omissões, eventualmente sanáveis, destes acordos, há uma falha insanável flagrante que continua a caracterizar estas reuniões do G7+1 (Rússia) - a ausência da China -, e uma persistente anomalia democrática, - a falta de representatividade da Zona Euro (limitada a 3 membros) ou da União Europeia (limitada a 4 membros). Sem a China não há solução para o imbróglio que uma globalização sem regras representa, sem uma representatividade democrática da União Europeia, a União Europeia não é perdurável.
Nada de realmente novo nestes acordos, portanto. Muito provavelmente, não passarão à História.
Históricos, mas inconsequentes quanto ao objectivo da perdurabilidade da paz entre árabes e israelitas, foram os Acordos de Camp David assinados por Anwar Sadat, do Egito, e Menachem Begin, de Israel, em 17 de setembro de 1978, convidados Jimmy Carter, que permitiram a assinatura do Tratado de Paz Israelo-Egípcio em 26 de março de 1979. Sadat não estava mandatado para representar todas as partes em conflito. Carter viria a ser alguns anos mais tarde Nobel da Paz, em grande parte aos esforços desenvolvidos para promover estes acordos que, posteriormente, viabilizaram outros, sem que a paz tenha até hoje sido alcançada .
Obama foi um Nobel da Paz prematuro. Talvez as negociações da semana passada possam contribuir para a sua reeleição em Novembro mas é muito duvidoso, mas não por culpa dele, que ultrapasse Carter na promoção da união entre vizinhos.
Ouço, frequentemente, que "aos americanos não interessa uma moeda de reserva concorrente do dólar, logo também não vêem com bons olhos a emergência de uma união política europeia".
Não penso que esta ideia tenha qualquer fundamento. Não são os norte-americanos que impedem a construção europeia. Somos nós, europeus, que ameaçamos, de um modo ou de outro, deitá-la abaixo.
O objectivo de relançar o crescimento das economias mais desenvolvidas, agora em estagnação, é condicionado à limitação da despesa pública. Como é que isso se consegue, é uma questão sem resposta explícita ou implícita nas declarações publicadas nos media.
Para além de algumas contradições e omissões, eventualmente sanáveis, destes acordos, há uma falha insanável flagrante que continua a caracterizar estas reuniões do G7+1 (Rússia) - a ausência da China -, e uma persistente anomalia democrática, - a falta de representatividade da Zona Euro (limitada a 3 membros) ou da União Europeia (limitada a 4 membros). Sem a China não há solução para o imbróglio que uma globalização sem regras representa, sem uma representatividade democrática da União Europeia, a União Europeia não é perdurável.
Nada de realmente novo nestes acordos, portanto. Muito provavelmente, não passarão à História.
Históricos, mas inconsequentes quanto ao objectivo da perdurabilidade da paz entre árabes e israelitas, foram os Acordos de Camp David assinados por Anwar Sadat, do Egito, e Menachem Begin, de Israel, em 17 de setembro de 1978, convidados Jimmy Carter, que permitiram a assinatura do Tratado de Paz Israelo-Egípcio em 26 de março de 1979. Sadat não estava mandatado para representar todas as partes em conflito. Carter viria a ser alguns anos mais tarde Nobel da Paz, em grande parte aos esforços desenvolvidos para promover estes acordos que, posteriormente, viabilizaram outros, sem que a paz tenha até hoje sido alcançada .
Obama foi um Nobel da Paz prematuro. Talvez as negociações da semana passada possam contribuir para a sua reeleição em Novembro mas é muito duvidoso, mas não por culpa dele, que ultrapasse Carter na promoção da união entre vizinhos.
Ouço, frequentemente, que "aos americanos não interessa uma moeda de reserva concorrente do dólar, logo também não vêem com bons olhos a emergência de uma união política europeia".
Não penso que esta ideia tenha qualquer fundamento. Não são os norte-americanos que impedem a construção europeia. Somos nós, europeus, que ameaçamos, de um modo ou de outro, deitá-la abaixo.
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