Oliveira Martins é comummente reconhecido como competente e eficiente. Desde que passou a presidir ao TC são frequentes os relatórios que dão conta de ilegalidades e irregularidades cometidas pelas administrações públicas centrais, regionais e locais. Irregularidades e ilegalidades que prejudicam gravosamente os interesses do estado, o que significa que assaltam impiedosamente os bolsos dos contribuintes.
Mas são de um sadismo atroz. Primeiro: Porque, por natureza ou distracção legal, revelam os estragos mas não os previnem; Segundo, porque raramente os infractores são condenados e, quando eventualmente o são, as penas são de galinha.
Hoje é notícia que as concessionárias e os bancos ganharam com o fim das Scut e os contribuintes passaram a pagar mais para o rodoviário.
Quer isto dizer que, depois de tanta discussão acerca da enorme carga para os contribuintes que resultou da criação de uma mirífica ideia chamada Scut (o melhor de dois mundos - nem financiamento do estado nem portagens para os utilizadores), depois das negociações para acabar com elas e reduzir a carga fiscal insuportável que as famigeradas Scuts impunham, o TC foi analisar os resultados das negociações, calculou-lhe as consequências, e, ao retardador, como é da praxe, vem declarar que, se estávamos a ser tramados, agora, que os contratos foram renegociados, passamos a ajoujar com mais impostos ainda.
É a vida!
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À hora do almoço ouço a notícia: "Tribunal de Contas outra vez enganado: Contratos paralelos nas estradas agravam despesa publica em 705 milhões"
É demais.
Quem é que disse que somos muito diferentes dos gregos? Diferentes, talvez. Mas não muito.
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