A confusão política grega extremou-se com os resultados das eleições de domingo passado. De tal modo que a possibilidade de haver novas eleições legislativas em meados de Junho nasceu e cresceu durante a semana. E, com ela, o entusiasmo dos eleitores no Syriza, uma coligação de doze partidos da extrema esquerda, de sairem vencedores numa segunda volta. Como as sondagens pós-eleitorais indicam que as intenções de voto no Syriza numa eventual repetição das eleições dentro de um mês aumentaram, e os partidos mais moderados parece não se quererem entender para governar em coligação alargada, se o Syriza for o partido mais votado em Junho, a Grécia continuará à deriva porque o Syriza é um barco a navegar à volta dele mesmo, prometendo aos gregos o melhor dos mundos: Tsipras, o líder do bloco, propõe-se rasgar o acordo com a UE e o FMI, que garantiu à Grécia um empréstimo multi-milionário, e manter a Grécia na Zona Euro e na União Europeia. Como?
Nem ele sabe.
Se a Grécia descola da UE e abandona o euro, garantem os optimistas que o sistema financeiro está preparado para encaixar a saída. E o sistema político, a geoestratégia dos blocos de interesses, que não se esvaiu com a queda do muro de Berlim? Tsipras, que se formou no ambiente do partido comunista grego, sabe isso, e aponta a sua malha para onde, pensa, pode encalacrar Bruxelas e Berlim.
Portugal não é a Grécia.
Pois não, mas se a Grécia sair, ou for pressionada a sair da Zona Euro, porque o caos se instalou e não há poder com quem possa haver diálogo, a corrida aos bancos é inevitável.
Poderá Portugal ser contagiado? Aqui pensam que sim, que a escalada da crise grega torna mais vulneráveis a Irlanda e Portugal. E a Espanha?
Se a Espanha tropeça e cai, adeus União Europeia.
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