Monday, May 28, 2012

CRESCE E APARECE

"Precisamos de políticas de crescimento e emprego!", ouve-se por todo o lado.
Mas que emprego? Ninguém diz, provavelmente porque ninguém sabe.
Primeiro, a concorrência oriental, depois a concorrência de leste, forçaram o encerramento ou a deslocalização das indústrias de confecções, calçado, e outras actividades de baixa tecnologia. Depois, quando o crédito se esgotou, parou a construção e obras públicas, alguma vez, em qualquer caso, teriam de parar.

E agora, que emprego para quem está desempregado daquelas actividades ou ainda não teve actividade alguma? Que esperança pode ter esta gente no futuro próximo em Portugal? 

O jornalista fez a pergunta que se impõe ao Conselho dos Doze do Expresso Economia: "Desemprego na construção, comércio e restauração pode ser substitutuído? Por que actividades"  ( 26 de Maio - Os mágicos da criação de emprego).
E os mágicos, como é da arte, responderam  com truques de linguagem.
São doze, faltou um, mas nenhum deu uma, uma sequer, para a caixa.
Por exemplo,

O eterno superdotado jovem com um promissor futuro, ex-ministro das Finanças, saiu-se com esta: "Programas para substituir desemprego por empregos de emergência, que não dispensam a urgência de compreender e corrigir as graves inviabilidades que acumulámos ao longo de duas décadas".
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Um dos ex-ministros da economia que tivemos ao longo de duas décadas, voltou a repetir: "A solução para o desemprego é o investimento em actividades com futuro e mercado. O investimento requer confiança e competitividade. A emergência requer aceleração das reformas e maior cuidado no apoio aos atingidos pela crise" .

Outro ex-ministro das Finanças garante que "A recuperação do emprego depende do crescimento"

A velha senhora do Banco de Portugal sugere: "Medidas de emergência seriam uma ilusão. Alternativa: criar um mercado de trabalho moderno, assente em mecanismos de reputação baseados no mercado, e simplificar as relações laborais ao abrigo de um contrato único" 

Um que não foi mas gostaria ter sido ministro da Economia afirma que "Sem uma estratégia não sairemos do atoleiro em que estamos metidos"

O Cassandra de serviço permanente recomenda "As das chamadas "políticas activas" com o limitado alcance que têm"

Quem é que, estando desempregado, lendo os depoimentos destes mágicos, não emigra?

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