Paul Krugman ilustrou anteontem a sua previsão de colapso do euro, muito provavelmente no próximo mês, parafraseando o título - Eurodämmerung - da obra de Wagner, Götterdämmerung, "O crepúsculo dos Deuses", numa encenação simbólica carregada de dramatismo qb para fazer história.
Segundo Krugman, daqui em diante assistiremos a seis estações no caminho para a liquidação do euro.
1.- A Grécia sai do euro, provavelmente já no próximo mês;
2.- Espanhóis e italianos transferirão largos montantes de dinheiro para os bancos na Alemanha;
2.- Espanhóis e italianos transferirão largos montantes de dinheiro para os bancos na Alemanha;
3a.- Talvez possam ser introduzidos controlos, de facto, proibindo a saída de fundos desses países, e limitando os montantes levantados;
3b.- Alternativamente, ou em simultâneo, largos montantes de crédito serão disponibilizados pelo BCE de modo a evitarem o colapso do sistema;
4a.- A Alemanha tem de escolher entre aceitar mudar de estratégia, permitindo medidas que reduzam os custos dos empréstimos, e, consequentemente, que a inflação faça o ajustamento possível dos preços na Zona Euro, ou
4a.- A Alemanha tem de escolher entre aceitar mudar de estratégia, permitindo medidas que reduzam os custos dos empréstimos, e, consequentemente, que a inflação faça o ajustamento possível dos preços na Zona Euro, ou
4b.- Acaba o euro.
Portugal e a Irlanda são figurantes. Serão os pesos pesados, os protagonistas da sequência do drama.
Alguma coisa a objectar?
Só relativamente ao primeiro passo, aquele que pode desencadear o processo de liquidação do euro e, acrescento eu, muito provavelmente, a dissolução da União Europeia, que pode ser o preâmbulo de mais uma guerra que os fundadores da União quiseram, ao criá-la, prevenir.
Quero acreditar que os líderes europeus estão muito conscientes das consequências dramáticas, não só no plano económico e financeiro mas sobretudo no plano geoestratégico, que a entrega da Grécia ao seu próprio drama poderia implicar. Venho anotando este ponto há muito tempo neste caderno de notas. Não quero acreditar que os líderes europeus (e norte-americanos) desvalorizem, porque não podem ignorar, esse risco inicial que pode desencadear a hecatombe europeia.
Quanto ao resto, no texto de Krugman apenas o título é semi original.
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