Sunday, October 14, 2012

AGARRA-TE À CRISTINA, VÍTOR, AGARRA-TE À CRISTINA


Quando, amanhã, depois de Vítor Gaspar entregar a pen a Assunção Esteves, ficarmos a saber em que termos assentou a proposta de OE para 2013, confirmar-se-á o prometido enorme aumento de impostos casado com o aumento da dívida pública e do custo da mesma.
 
Passos Coelho afirmava anteontem que "pertence a uma raça de homens que paga o que deve", uma raça apurada que, não obstante o apuro, só pode honrar os pergaminhos da raça se puder. É por esta impertinente ressalva que, malgrado a raça do devedor, frequentemente não se cumpre a sentença de que quem quer pode. A menos que o devedor convença o credor a baixar a exigência até ao nível em que querer e poder se conformam.

Hoje serão poucos os que, minimamente informados, continuam a esperar que o acordo de ajuda externa apressadamente negociado com a troica, porque o país estava sufocado, possa ser cumprido sem renegociação que envolva a dívida e os juros. Mais tempo e mais dinheiro não inverterão uma trajectória de crescimento de dívida que se alimenta de si mesmo, quanto muito adiarão a solução complicando a já muito complicada saída possível.

Christine Lagarde defendeu ontem que "tipo e ritmo de ajustamentos orçamentais devem ser adaptados a cada país". Hoje, em Tóquio, Lagarde alertou para três riscos graves de instabilidade financeira no sistema financeiro globalizado .

Christine Lagarde é directora-geral do FMI, uma das instituições que integra a troica com quem, em nome de Portugal o anterior governo negociou e assinou, a mata cavalos, o plano de ajuda, também subscrito pelos dois partidos que suportam o actual governo. Se Christine reconhece que os planos de resgate submetidos a um mesmo padrão não servem e devem ser revistos porque espera Gaspar para lhe bater à porta e agarrar-se às suas declarações públicas?

Porque teima Passos num isolamento que só pode acabar por derrubá-lo? Por que raça?

1 comment:

Anonymous said...

PASSOS COELHO CONFESSA-SE CRIMINOSO

Ao deixar derrapar a execução orçamental, ao afundar a economia
nacional e ao não cumprir os objetivos que se propôs, designadamente
não atingindo a meta do défice (4,5%) com que se comprometeu, o
Governo incorreu em responsabilidade criminal.

Quem o disse não fui eu. Foi o próprio Dr. Passos Coelho, num discurso
de que o "Correio da Manhã" de 6-11-2010 publicou os seguintes
excertos:

"Se nós temos um Orçamento e não o cumprimos, se dissemos que a
despesa devia ser de 100 e ela foi de 300, aqueles que são
responsáveis pelo resvalar da despesa também têm de ser civil e
criminalmente responsáveis pelos seus actos e pelas suas acções"

"Não podemos permitir que todos aqueles que estão nas empresas
privadas ou que estão no Estado fixem objetivos e não os cumpram.
Sempre que se falham os objectivos, sempre que a execução do Orçamento
derrapa, sempre que arranjamos buracos financeiros onde devíamos estar
a criar excedentes de poupança, aquilo que se passa é que há mais
pessoas que vão para o desemprego e a economia afunda-se"

"Não se pode permitir que os responsáveis pelos maus resultados andem
sempre de espinha direita, como se não fosse nada com eles". "Quem
impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece
ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?"

Proféticas palavras! Pois se assim é, aguarda-se que o Dr. Passos
Coelho seja por uma vez coerente e vá entregar-se no posto da G.N.R.
de Massamá.