Friday, July 31, 2009
COME A PAPA, JOANA COME A PAPA
Thursday, July 30, 2009
ABERRAÇÃO
Wednesday, July 29, 2009
PORTUGAL - ESPANHA
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É no meio deste ambiente de portugalidade que leio no "El País" : "El 40% de los portugueses apoya una unión política con España" . Não é uma novidade, ainda não há muito tempo uma outra sondagem publicada em Portugal apontava para resultados semelhantes, e é frequente ouvir-se que teria sido melhor que tanto Afonso Henriques como os conjurados de 1640 se tivessem dedicado a jogar às damas em vez de conspirarem.
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Porque é que isto acontece?
Indiscutivelmente, porque os portugueses andam zangados com eles próprios. Tendo perdido passada relativamente aos vizinhos, concluem apressadamente que se pertencessem ao mesmo pelotão estariam mais à frente. Esquecem-se, por exemplo, que os andaluzes não têm o nível médio de vida dos catalães, nem Vigo o mesmo de Madrid. Por outro lado, inseridos na União Europeia, caminhamos para uma integração que, depois de ser económica, será social e finalmente política, se a roda não inverter de sentido. Daqui a duas ou três gerações, é fácil adivinhar que o espanhol será a segunda língua falada em Portugal.
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E a cultura portuguesa, para além da qual não existirá Portugal, onde a trave mestra continuará a ser a língua, só subsistirá se aos portugueses restar a portugalidade suficiente para afirmarem as suas diferenças no contexto ibérico. É essa portugalidade que, cada vez mais, se sente esboroar-se por um desânimo de que só os portugueses são responsáveis porque só nós somos culpados da indignidade de algumas instituições que nos envergonham. A Justiça é a maior responsável por essa indignidade e pelo nosso descontentamento.
Tuesday, July 28, 2009
SEMPRE OS MESMOS
Monday, July 27, 2009
Sunday, July 26, 2009
ACERCA DA (DES)NECESSIDADE DAS CONTAS
Saturday, July 25, 2009
CONVERSAS AO ALMOÇO
- De qualquer modo, noutros tempos havia gosto de aprender.
- Hoje, também há para muitos. A diferença está, sobretudo, no muito maior número de jovens que agora frequentam a escola relativamente aos que podiam frequentá-la há, digamos, trinta ou quarenta anos atrás. Embora hoje se assista a uma grande perda de valores.
- Pois. Fazem falta aulas de moral. A religião é importante nestas coisas... Não matarás!
- Não matarás, e matavam (e continuam a matar) sem dó nem piedade em nome de Deus.
- Pois ...
OVELHA NEGRA
Ontem, mais uma vez, Ulrich não se coibiu de imputar responsabilidades ao Banco de Portugal e à CMVM pelas falhas de supervisão, também, no BPP, e ao Governo pela forma como o processo de resolução se tem arrastado ao longo dos meses, provocando uma "relevância sistémica" de uma "ovelha negra", o BPP, que prejudica a imagem do sector. Dirigiu ainda críticas duras à intervenção do Ministério das Finanças pela inclusão dos "depositantes de retorno garantido" da "ovelha negra" ao abrigo do Fundo de Garantia de Depósitos para investimentos em produtos com risco.
Numa terra de bonzos, as críticas de Ulrich correm o risco de se perder no meio desta indiferença pastosa que caracteriza as instituições de supervisão do sistema e da justiça. Nenhum dos seus pares até agora o apoiou, ninguém contesta nem ninguém se defende. Até onde deve levar Ulrich os adjectivos para provocar o leventar da pálpebra de algum deles?
Thursday, July 23, 2009
TÍTULOS DO DIA
Dow Jones supera 9.000 pontos e S&P
Vídeo: Ulrich ataca autoridades portuguesas na solução para o BPP
Roubini diz que recessão pode voltar em finais do próximo ano
Retorno de 40%
Buffett está a ganhar mais de 2 mil milhões de dólares no Goldman Sachs
Rendeiro constituído arguido
Ganhos inferiores à Europa
Bolsa nacional encerra em máximos de 8 de Maio
PARECE IMPOSSÍVEL
Hasta ahora se podían reprogramar células de la piel o del pelo para llevarlas a un estado pluripotente como el de las células embrionarias, pero no había nacido ningún animal a partir de ellas.
Las células madre de la tercera vía siguen acumulando méritos hacia su aplicación médica. Son las células iPS (induced pluripotent stem cells, o células de pluripotencia inducida), que se obtienen reprogramando simples células de la piel o el pelo, pero son tan versátiles como las embrionarias. Dos laboratorios de Pekín han demostrado ahora que estas células son capaces de generar no ya todos los tejidos del cuerpo, sino ratones vivos y coleando. El primero que ha nacido se llama Tiny.
Qi Zhou, Fanyi Zeng y sus colegas de la Academia China de Ciencias en Pekín empezaron por generar 37 líneas celulares a partir de simples células de la piel de los ratones. La mayoría no sirven, pero tres de ellas han producido 27 ratones. Y deben encontrarse en forma, porque ya han tenido un hijo por el procedimiento estándar, según los datos que presenta Nature.
Pero los científicos añaden que ya tienen 200 ratones de la segunda generación y 100 de la tercera. También han admitido que algunos de ellos tienen malformaciones.
MÁ (CONS)CIÊNCIA
Wednesday, July 22, 2009
MUDAR DE CIÊNCIA
And how the discipline should change to avoid the mistakes of the past
We need a new science of macroeconomics. A science that starts from the assumption that individuals have severe cognitive limitations; that they do not understand much about the complexities of the world in which they live.
writes Paul De Grauwe, professor of economics at the University of Leuven and the Centre for European Policy Studies
QUE FAZER?
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Pergunta-me ( ), que alternativas?
Começámos esta conversa a propósito de um post seu anterior, "As pessoas estão obsoletas".
Não tenho soluções na manga, seria escusado dizê-lo. Mas há uma coisa que eu julgo saber: É o que não podemos nem devemos fazer. E aquilo que não devemos fazer é contrariar o progresso, nem os resultados da ciência e da técnica nem os progressos no relacionamento e cooperação internacional e na liberalização do comércio.
Descendo à (nossa) terra: Temos um problema, nosso, para além daquele que apanhámos por contágio: Não somos competitivos.
Olhando a questão a curta distância, a nossa falta de competitividade decorre do facto de terem os salários crescido acima da produtividade global. Decorre também de terem os sectores não transaccionáveis desfrutado das vantagens que a moeda única concedeu mas que prejudicou os não transaccionáveis. Em resultado disso, o endividamento aumentou, os investimentos acolheram-se ao sectores não transaccionáveis, as importações cresceram, as exportações fraquejaram. O desemprego é a consequência natural de tudo isso.
Medidas de curto prazo? Redução global dos salários. Contrariamente ao que possa parecer seria a medida socialmente mais justa, conforme refere V Bento em "Perceber a crise para encontrar o caminho."
Estruturalmente, há pelo menos dois ou três domínios onde é fundamental adoptar políticas de revolução nas nossas atitudes colectivas, geralmente sustentadas no nacional porreirismo e no corporativismo. Mas para que tal aconteça é fundamental um consenso político alargado sem o qual a coisa faz que anda mas não anda.
Um deles é a educação. Andamos nesta há anos e não se pega na questão por onde se deve. A minha proposta é esta: Deixem de acusar professores, alunos, os pais dos alunos, a ministra, porque os principais responsáveis são os empregadores, a começar pelo Estado. Se o Estado tiver a política de obrigatoriamente só admitir e promover mediante provas de avaliação das capacidades necessárias, salvo os cargos providos por eleição democrática, a qualidade da educação dará passos proporcionais às exigências colocadas pelos empregadores, incluindo neste conceito as Universidades na sua condição de avaliadores das competências dos candidatos à sua frequência.
Esta política do Estado, creio eu, seria progressivamente adoptada pelo sector privado. Se não, continuaremos a valorizar mais o compadrio e a cunha que a competência. É facil perceber que a inversão só pode dar-se se houver inversão dos valores.
Outro campo crítico: A Justiça. As pessoas respondem a incentivos e os agentes da justiça são, antes de mais, pessoas. Deveriam trabalhar por objectivos e serem compensados em função do seu cumprimento. Sei que esta proposta é escandalosamnte heterodoxa aos olhos de muitos. Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as verdades. E é verdade que hoje os tempos impõem repensar processos, conceitos, garantias, obrigações e deveres. Sob pena de não mudarmos coisa alguma.
Amanhã há mais.
Tuesday, July 21, 2009
SINTOMAS DE UM PAÍS SUSPENSO
A avaliação é uma inquietação. Tanto para os avaliados como para os avaliadores porque a partir daí quebra-se a corrente do nacional-porreirismo, salvo se não houver quotas.
Não havendo quotas, é um regalo: Somos todos bons.
Os sindicatos dos professores, e a generalidade dos professores, porque é por demais evidente que os sindicatos são, neste caso, a corporativização institucionalizada dos interesses dos instalados, não podem ser mais claros: avaliação sim, desde que não sejamos perturbados no descanso adquirido há muitos anos de não prestarmos provas perante seja quem for.
A Ministra, muito provavelmente, cessará funções no termo desta legislatura. Quem vier a seguir terá de passar descalço pelas brasas que os sindicatos não vão deixar de atear, com o aplauso geral e gáudio da oposição, qualquer que ela seja, a menos que aceite voltar aos tempos sem avaliações nem responsabilidades. Mesmo assim, será um mau ministro. Nunca houve um ministro da educação, sequer, razoável em Portugal, no entender da generalidade de professores e alunos. A probabilidade de o próximo ser tão mau como os predecessores é elevadíssima.
Dito isto, não se ignora que o sistema de avaliação na sua estrutura inicial não tivesse aspectos que devereriam ser revistos. Mas sempre me convenci, e continuo convencido, que os sindicatos rejeitariam, e continuarão a rejeitar, qualquer avaliação que distinga os professores uns dos outros com consequências nos seus salários e carreiras. Com este ou qualquer sistema de avaliação com consequências. Os sindicatos não podem ser mais claros: Os professores não devem ser avaliados.
Porque, obviamente, a avaliação ou tem consequências ou é outra coisa.
Monday, July 20, 2009
INCOMPETÊNCIA CIVIL
POUCO SEXY
Caro Fernando Alexandre,
Perplexo, porque me parece que, apesar da invocada falta de dados, teremos, certamente, muita informação que permite retirar conclusões e apontar caminhos. O que é que tem feito o INE ao longo de tantos anos? E o Banco de Portugal? E os departamentos de estatística dos diferentes ministérios que, quase todos eles, são INE´s dentro do seu âmbito?
Que a economia portuguesa não seja sexy para estrangeiros, compreendo. Que os académicos portugueses, a trabalhar em Portugal, se inferiorizem por os considerarem mal acompanhados de dados, já percebo menos. Afinal o que fazem, ou têm feito, os milhares de técnicos (ou para técnicos) estatísticos pagos pelos contribuintes portugueses?
Desculpe Caro Fernando Alexandre, mas se a sua perspectiva é correcta, e eu receio que seja, penso que há uma questão elementar que deve colocar-se: Para que serve a função estatística económica do Estado e a investigação económica em Portugal aos portugueses?
Sunday, July 19, 2009
OS ADVOGADOS DO EMPREGO E O EMPREGO DOS ADVOGADOS
Saturday, July 18, 2009
SAGRES 3
TÍTULOS DO DIA
Tribunal de Contas: negócio do terminal de contentores de Alcântara é ruinoso para o Estado
Menos sigilo bancário para combater a corrupção
TdC suavizou efeitos da lei dos ajustes directos
Sanções triplicaram num ano
Intelectuais lançam manifesto com “questões prementes” destinadas aos partidos políticos
Mira Amaral acusa gestores de power-points da EDP de ignorância
"Corrupção deve ser combatida com castigos exemplares"
SAGRES 2
Friday, July 17, 2009
TÍTULOS DO DIA
BE vai pedir desclassificação de documentos sobre ampliação do terminal de contentores
Ana Gomes diz que "nunca existiu vontade política" no combate à corrupção
Trabalhadores do PÚBLICO chegam a acordo com a administração e evitam despedimento colectivo
Wall Street com melhor semana desde Março
Bill Gates quer travar furacões
SAGRES
Thursday, July 16, 2009
APOIO AOS PEQUENOS E MÉDIOS VOTOS
O Produto Interno Bruto deverá contrair-se 3,5 por cento este ano e continuar em recessão durante 2010, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP). O banco central mantém a previsão de Abril passado, mas aponta para uma quebra de 0,6 por cento da actividade económica em 2010.
Taxa de inflação vai ser negativa em 2009
Desemprego vai continuar a crescer em 2010
Para responder ao crescente aumento do número de turistas, a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS) pôs em marcha um Plano de Verão, mas debate-se com a falta de médicos, pelo que vai recrutar médicos uruguaios.
Wednesday, July 15, 2009
NO PAÍS DOS ISALTINOS
O JOGO DA CABRA-CEGA
O advogado do presidente da Eurojust critica a opção do procurador-geral da República (PGR) de não ser ele a decidir sobre o eventual pedido de afastamento do instrutor do processo disciplinar a Lopes da Mota.
O JOGO DA CABRA CEGA
O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) considera que a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) tem funcionado de forma ilegal, uma vez que é inconstitucional a sua transformação em órgão de polícia criminal, ocorrida em 2007.
Tuesday, July 14, 2009
FIGUEIRA
Embarcava na automotora que saía do Rossio cerca da uma hora da tarde.
Entrava o ardina, ajoujado de revistas e jornais, a apregoar: É para entreter a viagem! Quem não sabe ler, vê bonecos!
O calor e a trepidação dos rodados nas juntas dos carris, na altura não soldados, adormeciam-me a meio da viagem.
Acordava com o cheiro da maresia que me adoçara a infância quando a Figueira já estava à vista.
LIBERDADE E SEGURANÇA
"Quem troca a liberdade por segurança, acaba por não merecer nem uma coisa nem outra", citou, há dias, o Procurador-Geral da República, a propósito do aumento da intervenção securitária que muitos reclamam como forma de suster o crescimento dos índices de criminalidade, e que leva a generalidade das pessoas a considerar a segurança como uma das questões mais relevantes.
Citando Benjamin Franklin, (Thomas Jefferson teria dito mais ou menos o mesmo uns anos mais tarde numa carta a James Madison) o PGR pretendeu alertar para o risco que corre a liberdade da sociedade com a progressiva instalação de meios de controle das actividades dos cidadãos. Dois polícias tinham sido baleados na zona da Amadora e a questão coloca-se entre considerar o facto como um "risco que se corre", nas actuais circunstâncias, ou como "um acto intolerável" que exige o reforço de medidas que o tornem irrepetível.
JMFernandes, em editorial do Público do dia 10, considerava o discurso de Pinto Monteiro como o "mais à esquerda dos últimos anos, corajoso e desassombrado sobre o equilíbrio entre liberdade e segurança. Palavras certeiras mas que dificilmente qualquer partido subscreveria nos dias que vivemos".
Lê-se este e outros comentários, e parece ponto assente para muita gente que liberdade e segurança são irreconciliáveis: quando uma sobe a outra tem, inevitavelmente, que descer. Em certa medida, trata-se da mesma perspectiva, muito frequente, que considera serem incompatíveis nos políticos a competência na gestão com a honestidade de processos, a que aludi aqui.
Uma perspectiva de equilíbrio deprimente, porque exclui a hipótese de conciliação entre liberdade e segurança por um lado, e da competência e honestidade por outro. Talvez por isso, haja, entre nós, tantos casos de reeleição de políticos a contas com a Justiça e a Justiça não tenha o brio de garantir que a segurança seja a condição primeira de liberdade.
Monday, July 13, 2009
CALIFÓRNIA V TEXAS
It is easy to find evidence that California is in a funk (see article). At the start of this month the once golden state started paying creditors, including those owed tax refunds, business suppliers and students expecting grants, in IOUs. California’s governor, Arnold Schwarzenegger, also said that the gap between projected outgoings and income for the current fiscal year has leapt to a horrible $26 billion. With no sign of a new budget to close this chasm, one credit agency has already downgraded California’s debt. As budgets are cut, universities will let in fewer students, prisoners will be released early and schemes to protect the vulnerable will be rolled back.
800 POR CENTO
DIVERTIMENTOS 2
Sunday, July 12, 2009
DIVERTIMENTOS
Saturday, July 11, 2009
OBVIAMENTE
Grupo Orey garante que compra do BPP não exige investimento do Estado
Constâncio confirma ter recebido proposta do grupo Orey para o BPP
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Friday, July 10, 2009
CALVINO
"Max Weber publicou em 1904, provavelmente, a mais estimulante explicação para o avanço do Norte (protestante) sobre o Sul (católico), "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo". A sua tese: o protestantismo - mais especificamente, as suas ramificações calvinistas - promoveu a ascenção do capitalismo moderno, ou seja, o capitalismo industrial que ele conheceu na sua Alemanha natal. Para tanto, disse ele, o protestantismo não atenuou ou aboliu os aspectos da fé romana que tinham impedido ou dificultado a actividade económica livre (a proibição da usura, por exemplo), nem encorajou, muito menos inventou, a busca de riqueza: mas definiu e sancionou uma ética de comportamento quotidiano que conduzia ao sucesso nos negócios.
"O protestantismo calvinista, disse Weber, fez isso inicialmente ao afirmar a doutrina da predestinação ... Uma tal crença poderia ter facilmente encorajado uma atitude fatalista... Porque ser bom? Porque, de acordo com o calvinismo, a bondade é um sinal plausível de eleição. Qualquer um pode ser eleito, mas é razoável supor que a maioria dos eleitos teria de mostrar pelo seu carácter e pelo seu modo de vida a qualidade da sua alma e a natureza do seu destino ("Nem todas as pessoas asseadas são boas, mas existem poucas pessoas boas que não sejam asseadas")... E, embora a crença firme na predestinação não durasse mais de uma geração ou duas, ..., acabou por se converter num código secular de comportamento: trabalho perseverante, honestidade, seriedade, uso parcimonioso do dinheiro e do tempo (ambos concedidos por Deus).