Bernard Madoff foi condenado a 150 anos de prisão, e, curiosamente, o juíz que lavrou a sentença é de origem chinesa. Curiosamente, porque ocorre numa altura em que, cada vez mais, a China está ligada aos EUA por interesses monetários recíprocos, ligação que alguém já designou por bloco "Chimérica", decorrentes da vulnerabilidade do dólar, que Madoff (e muitos outros) abalaram.
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Perante a dimensão da pena, duas questões fundamentais começam agora a ser colocadas pelos prejudicados: 1 - Seria possível que numa estrutura complexa, envolvendo certamente vários intervenientes ao longo de décadas, apenas Madoff soubesse as regras do jogo? 2 - Do esquema montado resultaram perdas para muitos (investidores na área de Genebra contam com 10% das perdas totais) mas também fabulosos resultados para alguns.
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Da conjugação destas dúvidas, decorre uma terceira: Até que ponto a cumplicidade de alguns deve permitir a reversibilidade dos ganhos de alguns para compensação das perdas de outros?
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Nada disto anda muito longe de nós. Oliveira e Costa continua preso (até agora, o único) sem culpa formada (ainda que o processo policial do BPN tenha sido inaugurado bastante antes de ter explodido o caso Madoff), muita gente reivindica a protecção do Estado aos depósitos, a taxas favorecidas oferecidas por aquele banco, reivindicação que os depositantes (?!) do BPP imitam, mas até hoje ninguém se lembrou, segundo julgo saber, de pôr em causa os ganhos que as conivências permitiram.
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Exceptua-se Berardo que continua clamar que no BCP "continua a roubalheira". Será que o Banco de Portugal, também desta vez, não o ouve?
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