Wednesday, July 22, 2009

QUE FAZER?

"que alternativas..."
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Pergunta-me ( ), que alternativas?
Começámos esta conversa a propósito de um post seu anterior, "As pessoas estão obsoletas".
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Por detrás da evidente ironia, pressente-se o registo um pessismismo global. Em situações de crise as pessoas tendem a sugerir opções radicais que apontam para todos os sentidos. Até a destruição das máquinas, vistas como as mais desonestas concorrentes na ocupação de postos de trabalho. Outros propõem a expulsão de emigrantes, outros o boicote às importações de países de mão-de-obra barata, outros o regresso às barreiras alfandegárias.
E a guerra ali tão perto.
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Não tenho soluções na manga, seria escusado dizê-lo. Mas há uma coisa que eu julgo saber: É o que não podemos nem devemos fazer. E aquilo que não devemos fazer é contrariar o progresso, nem os resultados da ciência e da técnica nem os progressos no relacionamento e cooperação internacional e na liberalização do comércio.
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Descendo à (nossa) terra: Temos um problema, nosso, para além daquele que apanhámos por contágio: Não somos competitivos.
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Olhando a questão a curta distância, a nossa falta de competitividade decorre do facto de terem os salários crescido acima da produtividade global. Decorre também de terem os sectores não transaccionáveis desfrutado das vantagens que a moeda única concedeu mas que prejudicou os não transaccionáveis. Em resultado disso, o endividamento aumentou, os investimentos acolheram-se ao sectores não transaccionáveis, as importações cresceram, as exportações fraquejaram. O desemprego é a consequência natural de tudo isso.
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Medidas de curto prazo? Redução global dos salários. Contrariamente ao que possa parecer seria a medida socialmente mais justa, conforme refere V Bento em "Perceber a crise para encontrar o caminho."
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Estruturalmente, há pelo menos dois ou três domínios onde é fundamental adoptar políticas de revolução nas nossas atitudes colectivas, geralmente sustentadas no nacional porreirismo e no corporativismo. Mas para que tal aconteça é fundamental um consenso político alargado sem o qual a coisa faz que anda mas não anda.
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Um deles é a educação. Andamos nesta há anos e não se pega na questão por onde se deve. A minha proposta é esta: Deixem de acusar professores, alunos, os pais dos alunos, a ministra, porque os principais responsáveis são os empregadores, a começar pelo Estado. Se o Estado tiver a política de obrigatoriamente só admitir e promover mediante provas de avaliação das capacidades necessárias, salvo os cargos providos por eleição democrática, a qualidade da educação dará passos proporcionais às exigências colocadas pelos empregadores, incluindo neste conceito as Universidades na sua condição de avaliadores das competências dos candidatos à sua frequência.
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Esta política do Estado, creio eu, seria progressivamente adoptada pelo sector privado. Se não, continuaremos a valorizar mais o compadrio e a cunha que a competência. É facil perceber que a inversão só pode dar-se se houver inversão dos valores.
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Outro campo crítico: A Justiça. As pessoas respondem a incentivos e os agentes da justiça são, antes de mais, pessoas. Deveriam trabalhar por objectivos e serem compensados em função do seu cumprimento. Sei que esta proposta é escandalosamnte heterodoxa aos olhos de muitos. Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as verdades. E é verdade que hoje os tempos impõem repensar processos, conceitos, garantias, obrigações e deveres. Sob pena de não mudarmos coisa alguma.
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Amanhã há mais.

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