Daqui,
deste posto de observação,
mesmo à minha frente,
já abrolham os rodoendros,
de orelhas murchadas pelo frio nocturno.
A pouco e pouco,
o Sol pinta o céu de um azul Lisboa,
e arrebita os rodoendros.
(o nosso termómetro no exterior).
As azálelas vão florir na Primavera,
por agora, incubam imperturbáveis.
De repente, esvoaça e pousa-me,
quase à frente do nariz,
um cardinal, vermelho incandescente,
mas logo foge,
desconfiado,
porque o Hollypurr se fixou nele.
Aqui e ali, os verdes dos azevinhos com pérolas vermelhas
nesta paisagem de fundo cinzento,
à frente deste azul magnífico,
crescem,
enquanto a sombra dos altíssimos liriodendros,
agora despidos, não lhe fazem sombra.
Pouco antes do nascer do Sol,
passou por aqui uma família de veados,
à procura de rebentos.
Há tempos,
à Dandelion deu-lhe na veneta
subir até quase ao cocuruto de um destes esguios liriodendros,
que, agora,
despidos,
iluminados pelo Sol,
parecem ainda mais altos.
Quarenta metros?
A Dandelion foi até lá acima,
e lá ficou três dias e três noites por não saber descer.
Acontece.
Mas o mais interessante
é que todos a procuraram, preocupados,
a olhar o chão,
insuspeitando que a Dandelion pudesse ter ido atrás de um esquilo
que tanto sobe como desce.
E tudo isto, porque perdi a minha mini Nikon
e ela,
não amarinhou pelos liriodendros acima.
Sunday, January 15, 2012
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