Portugueses retiram quatro mil milhões de euros dos Certificados de Aforro em 2011, segundo notícia de anteontem publicada no Público, prosseguindo a prática corrente iniciada desde que o governo anterior decidiu matar os Certificados de Aforro.
Escrevo decidiu matar porque não há outra justificação inteligente para uma medida que, irremediavelmente, os pequenos aforradores não deixariam, mais tarde ou mais cedo, de reconhecer como persecutória de um meio de poupança de execução simples, tanto nos depósitos como nos resgates, mobilizável em qualquer altura e em qualquer estação dos correios, com os juros contados conhecidos em qualquer momento.
Em resumo: o ministro Teixeira dos Santos, no momento em que os problemas da dívida pública se exacerbavam, os juros pagos aos credores estrangeiros atingiam níveis insuportáveis, as poupanças dos portugueses voavam, se não se esfumavam, entendeu dar um golpe nos Certificados de Aforro reduzindo-lhes os juros a níveis ridículos. Para onde foram esses fundos? Para os bancos, evidentemente, até porque os títulos alternativos de poupança que lançou na altura requeriam a mãozinha banqueira.
Que fez, a este propósito, o actual ministro? Basicamente, o mesmo.
E o português, que pode ser pouco instruído em finanças, sabendo contar continuou a retirar.
No mês de Dezembro, os portugueses continuaram a retirar dinheiro dos certificados de aforro (CA), agravando uma tendência que dura há mais de dois anos. No total de 2011, foram retirados 4086 milhões de euros, um valor que está dentro do previsto pelo Governo, que esperava uma saída de 4080 milhões.
Note-se a nuance: O governo, neste caso, só errou em 6 milhões de euros, menos de 1,5 por mil!
Aposto que nunca o governo, este ou outro qualquer, acertou num cálculo anual tão em cheio.
O que é que isto prova?
Aquilo que comecei por afirmar: O governo anterior e este governo continua com a mira apontada para os amaldiçoados Certificados de Aforro.
Quanto aos Certificados do Tesouro, a tal coisa que procurava captar os fundos resgatados dos Certificados de Aforro, são um fiasco: no último mês do ano, foram aplicados 41 milhões de euros e resgatados 26 milhões. Em cerca de um ano e meio de existência dos CT, o saldo acumulado é de 1308 milhões de euros.
Se os ministros das finanças sabem fazer contas, e pelos vistos sabem e acertam neste caso em cheio, com que objectivo promovem a retirada de fundos de portugueses à guarda do Tesouro quando o Tesouro está falido? Só há uma resposta possível.
É amor a mais.
Aposto que nunca o governo, este ou outro qualquer, acertou num cálculo anual tão em cheio.
O que é que isto prova?
Quanto aos Certificados do Tesouro, a tal coisa que procurava captar os fundos resgatados dos Certificados de Aforro, são um fiasco: no último mês do ano, foram aplicados 41 milhões de euros e resgatados 26 milhões. Em cerca de um ano e meio de existência dos CT, o saldo acumulado é de 1308 milhões de euros.
Se os ministros das finanças sabem fazer contas, e pelos vistos sabem e acertam neste caso em cheio, com que objectivo promovem a retirada de fundos de portugueses à guarda do Tesouro quando o Tesouro está falido? Só há uma resposta possível.
É amor a mais.
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