Friday, January 20, 2012

O ESPLENDOR DO CAPITALISMO DE ESTADO


O tema central do Economist desta semana é o sucesso do capitalismo de Estado protagonizado sobretudo pela China, um sucesso que repõe a questão da capacidade de gestão pública da economia, depois do estrondoso fracasso observado pelas economias planificadas.

Recorda o Economist que as grandes corporaçoes estatais não são uma criação recente: A Companhia das Índias, por exemplo, desempenhou um papel fundamental na consolidação da presença britânica no subcontinente asiático. No fim do século passado, a maior parte das empresas detidas pelos estados emergentes tinham dimensão reduzida e era assumido que, à medida que a economia se desenvolvesse, seriam encerradas ou privatizadas, mas isso não se veio a observar. As empresas sob gestão pública nos países emergentes captaram um terço do investimento directo estrangeiro entre 2003-2010.  Por outro lado, a China está ganhar contratos de infraestruturas em todo o mundo.

No entanto, é por demais óbvio, que o sucesso dos regimes totalitários no domínio da gestão económica se suporta em grande medida na disponibilidade de mão-obra barata e incondicionalmente obediente. Na China, as grandes empresas estatais realizam lucros gigantescos favorecidas por medidas do estado com prejuízo das pequenas. A China Mobile e a China National Petroleum Corporation tiveram em 2009 lucros de 33 biliões de dólares, mais do que o conjunto das 500 empresas privadas mais lucrativas. Será esta situação sustentável? Provavelmente, não, mas até lá os novos mandarins continuarão a acumular divisas e a comprar o mundo.

Estudos repetidos têm demonstrado que as empresas com gestão pública são geridas de forma menos eficiente que as empresas privadas. As empresas públicas são boas a compiar as outras mas são menos inovadoras.

O Japão e a Coreia do Sul suportaram o seu arranque económico no pós-guerra em empresas dominadas pelo estado; a Alemanha fez o mesmo na década de 70 do século XIX, os EUA, a seguir à guerra da independência. Mas, com o tempo, invariavelmente, concluiram que o modelo tinha limites.  

Um outro aspecto que continua a causar atritos nas relações de comércio internacional é a invocada desvalorização artificial da moeda chinesa. Para o governo de Beiging não é tão importante o valor porque facturam as suas produções, e como remuneram o trabalhador chinês, mas a acumulação de divisas que lhes permitam  ser considerados senhores do mundo.

No comments: