People pray on the first day of business in 2012 at the Kanda Myojin shrine in Tokyo
O Financial Times de ontem publicava esta fotografia a ilustrar um artigo - Japanese manufacturing in search of salvation - Concern grows as sector behind postwar miracle shifts overseas - revelador das preocupações dos trabalhadores japoneses com a deslocalização da indústria japonesa para outras paragens, onde a moeda não é forte, os salários são baixos, os custos de energia são menos elevados, a tributação fiscal é baixa.
Num país que sustentou o seu florescimento no pós-guerra na sua capacidade de produção industrial, o encerramento das fábricas apavora um povo que, até há pouco tempo, dedicava toda a sua vida profissional à empresa onde começara.
A desindustrialização, que se acentuou aceleradamente nas últimas décadas, das economias ocidentais (vd.
gráficos abaixo) em consequência da globalização, está a atingir também acentuadamente a economia japonesa, implicando o diagnóstico de mais um longo período de estagnação do crescimento nipónico.
Uma das causas mais citadas pelos empresários japoneses para o movimento de deslocalização da indústria é a sobrevalorização do yen, referindo, a propósito, a política recentemente adoptada pela Suíça de defesa da sua competitividade cambial, enveredando, aliás pela estratégia dos políticos chineses ao atrelarem o yuan renminbi ao dólar norte-americano.
Se a moda pega, a guerra cambial não será uma pescadinha de rabo-na-boca.
A guerra generalizar-se-á aos outros factores de competitividade e a globalização das retaliações pode redundar num conflito bélico.
Em resumo (insisto nisto): O comércio livre ou é menos livre, através de uma regulação da globalização que previna a perversidade de alguns dos seus efeitos, ou redundará numa guerra interminável de competitividade salarial global com consequências dramáticas para a convivência pacífica no planeta
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