A troica veio, viu, e parece ter ficado convencida que o cumprimento do memorando está a ser razoavelmente atingido, e vai mandar desbloquear a terceira prestação da ajuda externa: oito mil milhões. Mas o que é notícia de primeira página, e vai ser objecto de discussão acesa nos próximos dias, é a recomendação dos troicos aos empresários portugueses para reduzirem os salários, seguindo o exemplo do sector público.
De todo o sector público?
Não se sabe se os troicos foram informados ou já tinham conhecimento que, logo que foi conhecida a decisão do Governo de cortar salários à função pública e nas empresas maioritariamente detidas pelo Estado, e as pensões daqueles que foram obrigados desde há muitos anos a descontar para a segurança social, começou a elaboração de uma lista de excepções, que promete ser regra, de empresas do Estado que, invocando encontrarem-se em situação de concorrência, vão ser, ao que tudo indica, dispensadas de executar cortes salariais.
Não se sabe, por outro lado, se os troicos estão informados que, ao mesmo tempo que muitos são alvejados com cortes salariais, há monopólios de facto, com preços regulados sustentados em custos de trabalho crescentes, que serão pagos, sem direito de reclamação nem alternativa de escolha, pelos que vêm os seus salários amputados.
A competitividade das empresas exportadoras não depende apenas, e em alguns casos não depende de todo, dos níveis salariais, porque depende também, por exemplo, dos custos da energia.
Que vão subir, até porque os salários no fornecedor não vão descer, avisou prontamente o seu presidente.
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Act.- Os patrões estão contra a redução de salários no sector privado. Porque, diz o presidente da CIP aumentos de produtividade podem ser obtidos com mais horas de trabalho.
Para o patrão da CGTT, pedir corte de salários no sector privado é um disparate. Mas aumentar o número de horas de trabalho, é outro.
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Act.- Os patrões estão contra a redução de salários no sector privado. Porque, diz o presidente da CIP aumentos de produtividade podem ser obtidos com mais horas de trabalho.
Para o patrão da CGTT, pedir corte de salários no sector privado é um disparate. Mas aumentar o número de horas de trabalho, é outro.
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