"Ninguém de bom senso é adversário da banca, António.
Mas o senso comum também percebe facilmente que o foguetório de lucros com que os bancos entusiasmaram o pagode serviu essencialmente aos bolsos dos que cobraram rendimentos, bónus, etc. e, que, deste modo, descapitalizaram os bancos.
Agora intimam-nos a nós, contribuintes, que sejamos nós a recapitalizar a banca com os impostos que nos cobram.
Levem-nos o dinheiro mas não nos tomem por tolos!" (aqui)
Recapitalização não é mais nem menos que: aumento dos capitais próprios com o objectivo de aumentar a dimensão do negócio ou suportar esse aumento; ou a recomposição de capitais próprios perdidos no negócio. Em qual destes casos se situa a "recapitalização da banca" ? Obviamente, no último.
Mas o senso comum também percebe facilmente que o foguetório de lucros com que os bancos entusiasmaram o pagode serviu essencialmente aos bolsos dos que cobraram rendimentos, bónus, etc. e, que, deste modo, descapitalizaram os bancos.
Agora intimam-nos a nós, contribuintes, que sejamos nós a recapitalizar a banca com os impostos que nos cobram.
Levem-nos o dinheiro mas não nos tomem por tolos!" (aqui)
Recapitalização não é mais nem menos que: aumento dos capitais próprios com o objectivo de aumentar a dimensão do negócio ou suportar esse aumento; ou a recomposição de capitais próprios perdidos no negócio. Em qual destes casos se situa a "recapitalização da banca" ? Obviamente, no último.
O sistema financeiro mundial, e muito particularmente o europeu, está, de um modo geral, infectado por uma epidemia de créditos incobráveis que ameaçam contagiar tudo o que paira à sua volta. Dito de outro modo, muitos bancos serão obrigados a reconhecer prejuízos que a sua ganância, ou ignorância, provocou. Como os accionistas não têm, ou dizem não ter, capacidade ou interesse, em manter as suas posições relativas, os políticos entenderam resolver o problema da forma habitual: substituindo-se os Estados aos accionistas e fazendo pagar a manobra aos contribuintes.
Na sua origem, a calamidade com que nos confrontamos hoje explica-se pelo cálculo aritmético mais simples: Os superavites comerciais de alguns países são exactamente iguais aos défices comerciais dos restantes, determinando a um fluxo creditício entre os primeiros e os segundos. Quem anda ali pelo meio? Pois, evidentemente, os banqueiros, entusiasmados com as margens, as comissões, os bónus, que embolsam. Tudo corre bem até ao dia em que os credores, subitamente, olham para o rol dos empréstimos e começam a desconfiar da capacidade de reembolso dos devedores. Nesse momento, começam os sintomas que, alguns tempos mais tarde, descambarão em dores dos contribuintes.
Não sabiam disto os banqueiros? Sabiam, evidentemente, mas assobiaram para o ar, felizes com os grandessíssimos rendimentos, e fiados, que, havendo azar, alguém pagaria por eles.
A anunciada como imperativa recapitalização da banca portuguesa, contudo, que não agrada a alguns banqueiros ciosos da inviolabilidade dos seus domínios, que preferem que o Estado pague parte do que lhes deve, é uma batota com todas as letras.
Se não vejamos: Da ajuda externa concedida a Portugal (78 mil milhões, até ver), 12 mil milhões destinam-se à recapitalização de alguns bancos (o BES, inesperadamente, já declarou dispensar). Vale isto por dizer que, se outra causa não houvesse para fazer subir ainda mais a dívida pública, os 12 mil milhões destinados a fazer do Estado silent partner dos bancos, determinarão um aumento substancial do já muito excessivo endividamento público.
Por outro lado, se o que determina a recapitalização dos bancos é, em grande parte, a desconfiança que paira sobre o cumprimento da dívida soberana, ao aumento dos capitais próprios dos bancos corresponde um aumento da degradação daquela confiança em conquência do aumento da dívida.
Degradação que pode agravar-se ainda se se agravar, como é muito possível, a degradação da situação da banca encostada ao Estado em consequência desta recapitalização absurda.
Insisto: Não seria mais razoável, mais transparente, mais confortável para os contribuintes, que o Estado com os famigerados 12 mil milhões emprestados pagasse parte do que pediu de empréstimo aos bancos portugueses?
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Correl . - A Europa define como será a recapitalização dos bancos
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Aliás, há seis anos (aqui )
" ... Naquele tempo as aldeias “ao redol” pareciam jardins, regados com muito suor. Mas era uma economia de subsistência e vivia-se mal, alguns mesmo muito mal. Foi por viverem mal que muito saltaram para França, Luxemburgo, para toda a parte. Eram terras de pequenos agricultores e de pequenos pescadores e ninguém apareceu a ensinar-lhes a crescer. Talvez já existissem engenheiros e outros técnicos agrários mas nunca os vimos por lá. Os animais, se adoeciam, eram vistos e receitados por um alveitar. O veterinário não ia além do matadouro para assinar os papéis. Hoje, onde era jardim, há mato. A economia que era de subsistência é agora de assistência. Vegeta-se melhor.
Entretanto, em matéria de agricultura e pescas o Ministério da Agricultura e Pescas não parou de crescer. Segundo dados recentes, para cada 4 agricultores existe 1 funcionário no Ministério.
O Ministro, recentemente empossado, declarou para sossego das hostes e garantia dos votos que não haverá despedimentos. Nem precisava dizer, a Constituição não deixa.
Pode perguntar-se, no entanto:
Não se pode por essa gente a trabalhar?"
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Aliás, há seis anos (aqui )
" ... Naquele tempo as aldeias “ao redol” pareciam jardins, regados com muito suor. Mas era uma economia de subsistência e vivia-se mal, alguns mesmo muito mal. Foi por viverem mal que muito saltaram para França, Luxemburgo, para toda a parte. Eram terras de pequenos agricultores e de pequenos pescadores e ninguém apareceu a ensinar-lhes a crescer. Talvez já existissem engenheiros e outros técnicos agrários mas nunca os vimos por lá. Os animais, se adoeciam, eram vistos e receitados por um alveitar. O veterinário não ia além do matadouro para assinar os papéis. Hoje, onde era jardim, há mato. A economia que era de subsistência é agora de assistência. Vegeta-se melhor.
Entretanto, em matéria de agricultura e pescas o Ministério da Agricultura e Pescas não parou de crescer. Segundo dados recentes, para cada 4 agricultores existe 1 funcionário no Ministério.
O Ministro, recentemente empossado, declarou para sossego das hostes e garantia dos votos que não haverá despedimentos. Nem precisava dizer, a Constituição não deixa.
Pode perguntar-se, no entanto:
Não se pode por essa gente a trabalhar?"
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