Wednesday, November 30, 2011

UM DIA DIFERENTE?

Já quase ao fim da tarde, ouço na rádio que os seis maiores bancos centrais do mundo (Banco Central Europeu, Reserva Federal dos EUA, Banco do Canadá, Banco de Inglaterra, Banco do Japão e Banco Nacional da Suíça) anunciaram hoje que vão intervir de forma conjunta para aliviar a pressão dos mercados, numa altura em que a crise na Europa ganha proporções incontroláveis.
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As bolsas mundiais dispararam na sequência deste anúncio e até o PSI-20 teve a maior subida desde Maio de 2010.  
Terá começado hoje a inversão da tendência diabólica que ameaça estilhaçar o sistema monetário internacional? Esperemos que sim, mas a história das maiores crises regista movimentos sintomáticos de inversão do ciclo, que depois se revelaram episódicos, seguidos de recaídas. Aliás, se alguma conclusão pode retirar-se do comportamento dos mercados financeiros nos últimos meses é a confirmação da sua instabilidade congénita. E essa tara não se elimina, mesmo com a artilharia pesada dos seis maiores bancos centrais do mundo apontada ao fantasma que se agiganta e ameaça destruir o euro, a União Europeia, a Europa, o Mundo.

Ainda que a intervenção concertada dos seis magníficos arrefeça o ambiente baixando temporariamente os juros até aos níveis suportáveis, a solução da crise europeia não é essencialmente financeira porque é fundamentalmente política. A crise financeira apenas precipitou a ocorrência dos efeitos das contradições de uma União que se quer económica e financeiramente integrada mas que não pode subsistir sem a integração política mínima que a suporte de modo sustentável.

Curiosamente, soube-se hoje que a "Fitch" apesar de considerar "baixa" a  probabilidade de a Zona Euro se desmembrar  dados os “enormes custos” económicos, financeiros e políticos que acarretaria, considera útil avaliar alguns cenários hipotéticos, mesmo que também estes encerrem “um grau considerável de incerteza” sobre como se desenrolariam efectivamente na prática. (aqui).
Um verdadeiro achado, este da Fitch, típico de uma agência de "rating": preparem-se para um eventual desastre, mas não sabemos como isso se faz.

Na Autoeuropa, consideram que o possível regresso do escudo a Portugal não seria tão negativo para a empresa por ser     essencialmente exportadora e pertencer a um grupo mundial ... acrescentando a notícia, retirada do Financial Times, que há vários administradores a prepararem-se para a saída do euro.aqui).  

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