Há muita gente, geralmente partidariamente alinhada, que se indigna, e não raras vezes com razão, com alguma propensão sensacionalista da comunicação social. Mas é inquestionável que a democracia portuguesa deve mais ao jornalismo de investigação que aos deputados em matéria de controlo das actividades dos agentes políticos e da administração pública em geral.
A saga dos swaps tem sido explorada pela comunicação social de forma já enjoativa? Talvez. E, contudo quase todos os dias se lêem notícias de mais minhocas a saltar de novas cavadelas, para usar a pitoresca expressão da senhora ex-procuradora geral adjunta Cândida Almeida.
O enjoo não decorre das cavadelas mas da abundância de minhocas. E é na quase geral inimputabilidade da função pública que reside a maior diferença, e a razão dos maiores vícios, entre a função pública e a actividade privada.Em situações que na privada se resolvem com o despedimento dos infractores, na pública não raras vezes os infractores são deslocados e promovidos.
O enjoo não decorre das cavadelas mas da abundância de minhocas. E é na quase geral inimputabilidade da função pública que reside a maior diferença, e a razão dos maiores vícios, entre a função pública e a actividade privada.Em situações que na privada se resolvem com o despedimento dos infractores, na pública não raras vezes os infractores são deslocados e promovidos.
Aqui, Lei prevê que Inspecção de Finanças conserve papéis dos swaps por 20 anos
2 comments:
Caro Rui Fonseca
É mais uma trapalhada. Este episódio mostra-nos que há muita coisa ligada a este dossier que o país desconhece.
Embora não goste de generalizações, este dossier dos swaps não pode deixar ninguém tranquilo sobre a qualidade da gestão pública.
Não compreendo como é que é possível que matéria tão relevante pudesse pura e simplesmente ser rasgada e colocada no lixo. Invocar uma portaria para justificar o acto (mais parece administrativo do que de gestão) não faz sentido. Há portarias para tudo e mais alguma coisa, uma excelente via para a desresponsabilização. Défices de competência e de gestão não faltam. Aguardemos para ver o que vai a Ministra das Finanças decidir sobre mais este caso.
Esperemos que seja possível recuperar a documentação desaparecida nos arquivos das empresas.
"Esperemos que seja possível recuperar a documentação desaparecida nos arquivos das empresas."
Estimada Margarida C.A.,
A documentação talvez não uma vez que se tratava, segundo a notícia, de documentos de trabalho.
De qualquer modo os contratos existem, a correspondência trocada a propósito, e, espera-se, os relatórios da IGF também.
Falta saber se "é mais uma trapalhada" ou uma propositada tentativa de ocultação de provas.
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