Já anotei várias vezes neste bloco de notas que só há uma forma de moderar os meios demagógicos com que os autarcas em geral enchem o olho às populações locais abusando dos dinheiros pagos pelos contribuintes: determinar que as despesas das autarquias sejam suportadas por impostos cobrados localmente salvo aquelas que por razões de coesão nacional sejam previstas no OE. Enquanto os autarcas puderem apresentar obra feita essencialmente à custa de verbas transferidas do OE não há legislação que reduza a propensão autárquica para obrar de forma incontida.
O desatar do imbróglio do eventual impedimento de reeleição dos presidentes das autarquias por mais de três mandatos consecutivos não alterará substancialmente os dados da questão, qualquer que seja a decisão do Constitucional. Volvidos quatro anos, se não antes, lá estarão eles de novo, lampeiros a prometer mundos e fundos à custa de quem ninguém sabe quem.
Talvez dos gregos, quem sabe?
Em Viseu, por exemplo, é assim: Distribuição de cheques antes das missas em vésperas das eleições. “Fui fazer aquilo que sempre fiz em 24 anos, que é apoiar as comissões fabriqueiras [entidades jurídicas que gerem os bens das igrejas]. Fui a mais que uma e vou continuar”.
É um santo, este Ruas.
Assim, ninguém tem mão neles.
No comments:
Post a Comment