Ouve-se ou lê-se que a compra de acções da SLN a 1 euro e a sua venda nos anos seguintes por valores que proporcionaram ganhos elevadíssimos aos transaccionadores foram operações normais e, portanto, legalmente impecáveis. Seriam, se por detrás daquelas compras não estivessem acordos, explícitos ou implícitos, de recompra que garantiam a realização daqueles lucros realizados dentro de um círculo fechado de personalidades amigas e conhecidas.
Hoje, afirma-se aqui que "Rui Machete vendeu acções da SLN ao BPN com ganho de 150%", e que o "Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros nega ter vendido à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento os títulos da instituição de Oliveira Costa que tinha comprado para a sua carteira." Assumindo que ambas as afirmações são verdadeiras, Rui Machete arrecadou, além do mais, um ganho de 150% vendendo acções da SLN (principal acionista do BPN, e onde Machete veio a desempenhar funções de elevado nível) ao BPN, e essa transacção configura inquestionavelmente uma situação que é, no mínimo, suspeita de um propósito claro: o de garantir um lucro certo, suportado pela solvabilidade do BPN, aos beneficiários da tramoia.
Foi deste conjunto de operações, mais obscuras umas que outras, que resultou o maior crime financeiro de sempre, em Portugal, e a consequente falência do BPN, compulsivamente resgatada por uma nacionalização decretada de forma desastrada.
O senhor Rui Machete pode, incrivelmente, invocar a sua não ingerência nos negócios da SLN e do BPN; mas não pode negar que foi beneficiário de uma prática, que, entre outras, entregaram a um conjunto de indivíduos vantagens que globalmente excedem, segundo os valores que têm vindo a público, a meia dezena de milhares de milhões de euros que também eu, como contribuinte, sou coagido a pagar.
Neste sentido, podem estar juridicamente isentos de todas e mais algumas culpas alguns beneficiários dessas fraudes, mas ficam a dever-me dinheiro toda a vida.
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Correl. - Governo defende que não há dúvidas sobre legalidade de venda de acções de Rui Machete
Foi deste conjunto de operações, mais obscuras umas que outras, que resultou o maior crime financeiro de sempre, em Portugal, e a consequente falência do BPN, compulsivamente resgatada por uma nacionalização decretada de forma desastrada.
O senhor Rui Machete pode, incrivelmente, invocar a sua não ingerência nos negócios da SLN e do BPN; mas não pode negar que foi beneficiário de uma prática, que, entre outras, entregaram a um conjunto de indivíduos vantagens que globalmente excedem, segundo os valores que têm vindo a público, a meia dezena de milhares de milhões de euros que também eu, como contribuinte, sou coagido a pagar.
Neste sentido, podem estar juridicamente isentos de todas e mais algumas culpas alguns beneficiários dessas fraudes, mas ficam a dever-me dinheiro toda a vida.
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Correl. - Governo defende que não há dúvidas sobre legalidade de venda de acções de Rui Machete
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