Sunday, August 04, 2013

EÇA AGORA

O Expresso começou a distribuir gratuitamente "a continuação de Os Maias" imaginada por José Luís Peixoto, José Eduardo Agualusa, Mário Zambujal, José Rentes de Carvalho, Gonçalo M. Tavares e Clara Ferreira Alves. Com as quatro edições anteriores já tinha distribuído o Expresso aquela que é geralmente considerada a melhor obra de Eça de Queirós, publicada pela primeira vez há 125 anos.
 
Ainda que por detrás da iniciativa também se descortinem  facilmente propósitos comerciais - segurar as tiragens durante o mês de Agosto - a intenção de divulgação ou recordação de Os Maias merece aplausos.  A ideia da continuação da narrativa de Eça por convite a seis escritores parecia prometer um desafio motivador para os escritores convidados e interessante para os leitores, apesar de uma restrição, aparentemente desajustada,  imposta pelo Expresso: conterem-se as narrativas de continuação no período que decorreu entre o ano da primeira edição de Os Maias, em 1888, até aos dias da fundação do Expresso em 1973.
 
José Luís Peixoto e José Eduardo Agualusa escreveram os textos publicados no primeiro volume, distribuído ontem. Incumbidos da sequência nos anos mais remotos do período disponível para soltarem a imaginação, amarrados aos personagens caracterizados por Eça, esbracejam numas poucas dezenas de páginas e não chegam a terra.
 
Aguardemos os escritos que serão distribuídos com as duas próximas edições do semanário promotor da homenagem. As hipóteses de fazerem história parecem poucas. Mas, provavelmente, nem o Expresso nem os escritores convidados alguma vez estiveram preocupados com isso.

O que é uma pena. Com tanto material à volta. 

1 comment:

Anonymous said...

Considero a continuação de José Luís Peixoto muito bem conseguida.
Parabéns!
Melhor estaria, porém, se, tratando-se de uma cena de janeiro de 1887, levada pelo Jornalista até 1910, não houvesse contemplado o "Pi-pi. Pi-pi" anunciador da mensagem de telemóvel da Claudine, insistente e inconveniente, para o Carlos.