A criminalidade está a aumentar e, particularmente grave, a criminalidade violenta, informou ontem o ministro da Administração Interna. Com o aumento da recessão previsto para 2012 (em 2011 e 2012 o PIB deve cair 4%, segundo declarações do ministro das Finanças, também ontem) crescem os factores mais determinantes da criminalidade. Para travar a tendência e as expectativas, o MAI vai aumentar os efectivos da PSP e da GNR. Percebe-se, ainda que a eficácia das forças policiais não dependam essencialmente do número de efectivos ao seu serviço. Se assim fosse, não seriam necessários mais polícias uma vez que a relação polícia/habitante não se encontra aquém da média observada na União Europeia.
Mais do que mais polícia do que o país precisa é de melhor polícia. Mas, admita-se que, em caso de emergência, mais número possa colmatar a menor qualidade.
O que não se percebe é que o país continue com um efectivo militar que ronda os 38 000 homens, um contingente que se situa claramente acima das nossas necessidades de defesa. (vd aqui ).
Insisto no que já tenho apontado neste bloco de notas: Porque não se reduzem os gastos com a defesa, porque não se vendem muitas instalações desactivadas ainda sob gestão dos militares, e se reforçam os meios necessários à segurança interna? Porque não se transferem efectivos das forças militares, que não sabemos de quem nos defendem, para forças de segurança interna, necessárias para o combate numa guerra em crescendo?
Até quando o fantasma de Otelo, ou de outro otelo qualquer, vai continuar às nossas costas?
2 comments:
Quando vi esses números, pôs-se-me a dúvida: em Portugal as forças militares incluem a GNR (tal como, penso eu mas não tenho a certeza, os carabinieri em Itália, a guardia civil em França e talvez a gendarmerie em França), que desempenha funções que noutros países são atribuídas a corporações não militares. Não estaremos a comparar maçãs com laranjas?
IsabelPS
Agradeço-lhe ter colocado a dúvida mas os números foram divulgados a propósito da reunião da NATO e dizem respeito aos efectivos militares não incluindo as forças de segurança.
Aliás não faria sentido que fossem comparadas realidades diferentes, como bem refere.
Salvo melhor informação.
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