Há dias, a propósito da Cimeira da Nato, o Público dava conta dos efectivos militares de cada um dos membros da Aliança Atlântica. Portugal, segundo a notícia, conta com 38 mil militares. São muitos? São poucos?
Comparando o efectivo militar com o território do país, Portugal tem uma relação idêntica à Dinamarca e à França, aproximadamente 41 militares por 100 km2, e mais baixa que a Bélgica (118), a Holanda (123), Grécia (101), a Itália (65,4), o Reino Unido (80,5), a Alemanha (71,1) e a Turquia (62,9). Todos os outros membros têm relações inferiores. De salientar que para os EUA a relação é de 14,6.
Se a comparação for feita com a população, Portugal faz parte de uma short list de países com mais militares por mil habitantes (3,6), só inferior à Noruega (4,0), à Grécia (11,8), à França (3,7), à Turquia (6,8) e aos EUA (4,4).
Se a relação for estabelecida entre o Rendimento Nacional Bruto por cada milhar de militares, só para a Bulgária, a Albânia, a Grécia e a Turquia a relação é pior que para Portugal.
Acrescente-se que, dos países da União Europeia, não fazem parte da Nato a Áustria, Chipre, a Finlândia, a Irlanda, Malta e a Suécia, um aspecto que deveria questionar deveres e obrigações em matéria de defesa da Europa e, muito particularmente, da União Europeia.
De salientar ainda o significado do elevado número de efectivos de alguns países membros vizinhos: a Gécia e a Turquia, sobretudo, mas também da Holanda, da Bélgica, entre outros.
Membros sim, mas pouco confiantes nos outros.
E, Portugal, não confia em quem?
É curioso que, durante as discussões à volta das medidas de austeridade, este aspecto continue a ser considerado tabu.
No comments:
Post a Comment