- Essa lei (a não acumulação de pensões com vencimentos da função pública) não vai ser aplicada a toda a gente. Não sei se vai aplicar-se aos reformados com cargos em empresas públicas, por exemplo.
- Também não sei. Aos médicos reformados, que foram contratados logo após a reforma por necessidade de serviço, não será aplicada com certeza...
- Não, não vai. A ministra já garantiu que não.
- E, no entanto, não há falta de médicos em Portugal. Temos um ratio médico/1000 habitantes idêntico à Alemanha e à média da União Europeia.
- Só se for contando com os médicos estrangeiros a trabalhar cá. O numerus clausus, instituido pelo governo de Cavaco Silva foi o grande responsável pela situação.
- Não foi nessa altura. Suponho que foi mais tarde, durante o primeiro governo de Guterres.
- Não. Foi antes.
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(Analisado o assunto conclui-se que*:
- Em 2010 as faculdades de medicina são frequentadas por 2200 alunos. Em 2004, 1500. Cinquenta anos antes, em 1954, também 1500.
- Entre 1976 e 1986 o número de ingressos (numerus clausus) caiu persistentemente de 1000 alunos admitidos para 200. Cavaco Silva governou, como primeiro ministro de 1987 a 1995.
- Em 1988 e 1999, o número de admitidos cresce discretamente de 400 para 600, subindo consistentemente deste patamar para os aproximadamente 1700 este ano.
Conclui-se que, mais do que uma decisão política, o número de ingressos nas faculdades de medicina foi, durante cerca de 25 anos, determinado por razões corporativas. Que só cederam perante os resultados desastrosos que provocaram).
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