A intenção alemã, secundada pelos franceses, de comprometer os credores na solução das dívidas soberanas dos países mais fragilizados está a exacerbar a subida das taxas de juro e a suscitar um coro de protestos tanto da parte dos países devedores como dos tomadores das dívidas (vd. aqui ).
Percebem-se as declarações de Merkel e Lagarde e os protestos dos devedores e credores.
Merkel e Lagarde avisaram que o FEEF não pode ser um saco roto de onde os credores sacam juros sem riscos. A partir de um certo patamar crítico de endividamento, o "point of no return", não há medidas de saneamento financeiro que valham porque o tecido económico deixa de as poder suportar e o conjunto claudica. Nessa altura, não resta alternativa aos credores senão aceitarem o reescalonamento ou o perdão de parte da dívida, ou uma coisa e outra.
A menos que, por moral hazard, as dívidas fossem saldadas pelos contribuintes dos países não endividados. Ou, dito de outro modo, a menos que os alemães, holandeses, etc., fossem chamados a pagar as contas com impostos ou com inflação. Estes, pelos vistos, contudo, não estão pelos ajustes e avisam os credores que, apesar do FEEF e do FMI uma parte das responsabilidades em caso de incumprimento, quase certo, têm ser assumidas por eles.
A impossibilidade de recurso à emissão de moeda, uma das medidas geralmente adoptadas pela terapêutica do FMI, implica inevitavelmente que o FEEF seja um fundo com fundo, isto é, que seja protegido da irresponsabilidade dos credores sob pena de implodir mais tarde ou mais cedo.
A impossibilidade de recurso à emissão de moeda, uma das medidas geralmente adoptadas pela terapêutica do FMI, implica inevitavelmente que o FEEF seja um fundo com fundo, isto é, que seja protegido da irresponsabilidade dos credores sob pena de implodir mais tarde ou mais cedo.
Como português, não acho graça à ameaça mas percebo-a.
----
----
correlacionado: Irlanda na iminência de precisar de ajuda externa
No comments:
Post a Comment