Depois da tirada (desastrada) do deserto de Mário Lino, procurando afastar a Margem Sul das alternativas à Ota para instalação do novo aeroporto de Lisboa, começa a tomar forma a teoria do oásis. Afinal o Margem Sul não é inapropriada para a instalação dum aeroporto por ser um deserto mas, precisamente, pela razão contrária: água e vida animal selvagem que seria um crime conspurcar ou perturbar.
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Com todo o respeito que nos deve merecer o ambiente, não há razão nenhuma para que o ambiente mereça menos respeito na Ota que na Margem Sul. Dizia há pouco, na Sala do Senado da Assembleia da República, um professor convidado para o Colóquio que hoje ali teve lugar, que
as reservas aquíferas da Ota são mais sensíveis que as da Margem Sul.
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Qualquer leigo na matéria se interroga acerca da forma como um investimento de tamanha envergadura, estudado, ao que parece, ao longo de muitos anos, ainda suscita tantas divergências técnicas.
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Um consenso técnico é impossível!, berrava às tantas um dos convidados a depor no Colóquio na Sala do Senado. É por demais óbvio que quem assim fala nunca chegará a consenso algum por mais evidentes que sejam as possibilidades desse consenso existir. Quem assim fala nunca deveria ser convidado a participar num Colóquio onde, preferívelmente, se deveriam reunir mentes dispostas a corrigir os seus erros. Mentes com espírito científico, para as quais o consenso tem de ser uma questão de tempo. E só quando esse tempo extravasa os limites dentro dos quais se devem tomar decisões é que uma decisão política (opção na incerteza) se impõe.
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