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O assunto, a que se refere um "post" em De Rerum Natura , para lá das incidências folclóricas que estas extravagâncias suscitam, é importante pelo impacto que tem na formação da opinião pública. Sabe-se que uma parte importante da população norte-americana acredita na "teoria da criação" e apenas uma minoria tem alguma percepção da "teoria da evolução". Não sabemos que parte da população portuguesa tem alguma ideia acerca do evolucionismo mas não arriscamos muito se dissermos que será certamente muito inferior à norte-americana. Os dinossauros tornaram-se os personagens mais populares entre a pequenada mas é uma vaga que não tem induzido quaisquer contradições no imaginário popular entre o tempo em que os (hoje) simpáticos gigantes habitaram a terra e os tempos bíblicos da criação do mundo. Mais milhões menos milhões de anos não afligem quem se dá mal com a contagem dos zeros à direita e bebeu da fé em pequenino.
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Ridicularizar o "Museu da Criação" só tem eco junto daqueles que têm algum entendimento da evolução do Universo, segundo a Ciência. Quanto aos demais, não percebem a anedota.
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O que não deixa de ser perturbante é que, se o confronto se desse entre museus e "museus", os primeiros ganhariam por margem esmagadora. Este "museu" do Kentucky não tem dimensão visível se comparado com os milhares de museus de história natural em todo o mundo. O número de visitantes diários do Museu de História Natural, em Washington, por exemplo, é impressionante.
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A razão desta contradição tem de procurar-se fora dos museus e deste "museu": O "museu" do Kentucky é, na realidade, a Bíblia contada, literalmente, de forma ilustrada a três dimensões e com meios audiovisuais. Se a questão preocupa (e deve preocupar) os cientistas ela deve dirimir-se no confronto entre a ciência e a fé.
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Esse confronto, contudo, foi até gora adiado por razões politicamente correctas.
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