Wednesday, June 13, 2007

PERGUNTEM À ELISA

As discussões à volta da localização do novo aeroporto da Ota têm trazido a público uma série, que parece infindável, de contradições, de absurdos, de situações inexplicadas.

Ontem, num programa da SIC notícias, com três engenheiros, um dos quais da Quercus, e o presidente da Câmara de Alenquer, foi referido que os CD-rom entregues ao presidente da Assembleia da República, contendo os estudos já realizados, e que custaram ao erário público muitos milhões de euros, continham informação registada em duas toneladas (?!) de papel; ficámos ainda a saber que, de entre os vários estudos realizados, aquele que serviu de suporte à decisão a favor da Ota, realizado pelos ADP - Aéroports de Paris, concluía pela vantagem relativa de Rio Frio, tendo a ministra do Ambiente, na altura, Elsa Ferreira, totalmente ao arrepio das recomendações dos franceses, escolhido a Ota. Elisa Ferreira, que se saiba, não tinha sido ainda publicamente referida, no meio da discussão que rebentou recentemente, como a autora do despacho que esteve na origem da decisão que agora se apresenta altamente controversa. Porquê? Por que razão é que João Cravinho (PS) e Oliveira Martins (ex-PSD) subscreveram e defenderam uma escolha que se suportava, afinal, num despacho de Elsa Ferreira sem suporte técnico? Como é que uma equipa enorme (qualificativo de Francisco Van Zeller), e supostamente altamente qualificada, trabalha no desenvolvimento de um projecto que apresenta tantas vulnerabilidades e parece ser, tecnicamente, menos defensável que os que poderiam situar-se em algumas das alternativas concorrentes?

O prof. Paulino Ferreira, um dos participantes no Colóquio sobre “O Novo Aeroporto Internacional de Lisboa” que teve lugar na Sala do Senado da AR, na última segunda-feira, e também um dos intervenientes no programa da SIC, disse “não conhecer algum engenheiro que defenda tecnicamente a Ota”,
e disponibilizou-se para uma sessão de discussão técnica do assunto com outros engenheiros, em Alenquer, por exemplo.
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Para o Prof Jorge Gaspar, o geógrafo que coordenou a equipa técnica do Programa Nacional de Políitica de Ordenamento do Território, enviado há meses pelo Governo para aprovação da Assembleia da República, também participante no Colóquio do Senado, "Um menor efeito positivo sobre o tecido socioeconómico ao nível nacional e um mais difícil acesso ferroviário serão os principais inconvenientes de uma eventual opção pela localização do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete. No entanto, JG, referindo-se à Ota, disse ao Público que "todo o processo é vergonhoso", pois "nunca foi feito um estudo de custos/benefícios", e questiona mesmo quem é que introduziu a Ota no processo de decisão: "Quem o fez devia justificar por que é que o fez".
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Ora o Prof. Paulino Ferreira exibiu na SIC notícias, ontem à noite, o despacho da então ministra Elsa Ferreira. JG desconhece esse despacho?
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Ouve-se e pasma-se perante tanta confusão de opiniões e tanta ignorância do processo.
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Para baralhar ainda mais o assunto, o ministro Mário Lino recebeu ontem 13 autarcas da região do Oeste, a quem disse que (a Ota) “é a melhor solução, pelos estudos que tem feito (ele?) até agora”, segundo afirmou, à saída da reunião, o autarca de Arruda dos Vinhos. Mais tarde o gabinete do ministro emitiu um comunicado dizendo que o Governo, neste momento não tem qualquer preferência. (in Público, de hoje)

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