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Se isto for verdade, é um erro de Sócrates.
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Não é que um primeiro-ministro não tenha direito ao seu bom nome e reputação. Mas, como já disse noutra altura, na política ser insultado é um ónus e um risco profissional. Tal como as agressões no desporto não chegam em regra aos tribunais como crimes contra a integridade física, também as agressões morais em política não devem em princípio ser dirimidas no foro penal, mesmo que sejam penalmente relevantes. Além disso, em geral, as queixas-crime dos governantes, mesmo quando justificadas, só costumam servir para dar palco aos agressores, que ainda por cima se transformam em vítimas de "delitos de opinião", com o aplauso geral da imprensa, que adora episódios destes.
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Ora este aviso tem, pelo menos, duas leituras possíveis: Ou o insulto é gratuito, porque resulta de uma exteriorização de desagrado através de uma expressão que literalmente tem um significado diferente daquele que quem insulta pretende atingir (o corrente "filho-da-puta", por exemplo, gritado aos árbitros nos estádios), e o aviso invoca o princípio de sabedoria popular, "os cães ladram mas a caravana passa"; ou a acusação (insulto, do ponto de vista do visado) é objectiva (acusação de conivência com irregularidades na obtenção de um diploma académico, por exemplo) ou, sendo objectiva, é infundada (calúnia), e o aviso recorre a outro princípio popular de que "quanto mais se mexe na porcaria mais male ela cheira".
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Acontece que não é por deixar de se mexer na porcaria que ela deixa de o ser, ou deixa de parecer.
1 comment:
Ela cheira. Isso prova que ela existe, lá isso existe!!!!!!1
Abraço
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