As pessoas, geralmente, gostam de más notícias, desde que elas o sejam para os outros. É essa a motivação fundamental para que os jornais e telejornais se lambam por tudo quanto cheire a desgraça e escândalo. Havendo hoje écrans de televisão um pouco por toda a parte onde os cidadãos passam, é inevitável que sejamos confrontados com momentâneas visualizações desta exibição de sado-masoquismo colectivo. Nos últimos dias tem sido a fotografia do assassino das três jovens de Santa Comba exibida ad nausea. É esse gosto generalizado pela contemplação da mixórdia que aumenta as audiências, e dos quais os editores dos media não hesitam em retirar réditos, refocilando, gulosos, no chiqueiro.
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Hoje é figura de primeira página do jornal Público, com destaque para artigo de duas páginas sobre a vida e obra do lobo, do artista, o Lobo que, condenado a 25 anos pelo Tribunal de Sesimbra, em 2000, foi agora libertado por decisão de ontem no Tribunal da Boa Hora por fragilidades processuais (vd. post anterior: O doce de cocaína) . O lobo tem um um persurso assombroso de crimes; os senhores juízes do colectivo, contudo, são cegos por amor a uma justiça que ninguém entende senão eles.
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