Tuesday, June 19, 2007

LOW QUÊ?

Meu Caro Francisco C.
c/c AP, MH

Não foi ainda hoje, ao almoço, que resolvemos os problemas mais agudos deste país, mas já não falta tudo. Um berbicacho que ainda nos falta resolver é o problema do aeroporto. É para assentar ideias que te prometi relatar as nossas conclusões prévias aqui no Aliás, não vá dar-se o caso de nos esquecermos completamente do ponto em que ficámos quando nos reunirmos de novo, depois do Verão.
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Há um ponto, que reputamos importantíssimo, que toda a gente dá como adquirido e que a nossa madureza rejeita. Os cálculos e opções que vêm sendo tomadas não querem esquecer-se de uma novidade da indústria aeronáutica que promete continuar a crescer, até onde ninguém sabe: as companhias de low cost.
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Para mim as low cost são tão difíceis de entender como aqueles clubes de futebol que têm meia dúzia de sócios e outra meia nas suas bancadas de quinze em quinze dias, mas compram e sustentam craques que custam balúrdios, segundo a imprensa da especialidade e a outra. Mas, para este efeito, as coisas são como aparentam e não me custa admitir que as low cost vieram para ficar e crescer. Se assim for, contudo, as high cost ou cedem quota e resultados ou transformam-se elas próprias em low cost, sobrando um nicho de mercado jet set, relativamente pequeno mas altamente selectivo e rentável, onde os clientes são os donos do mundo.
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Faz então sentido entrar, hoje, para a definição dos parâmetros de caracterização de um aeroporto a inaugurar dentro de 15 anos para durar 50, pelo menos, com um tipo de negócio que ou vai desaparecer ou tornar-se quase exclusivo, não justificando, portanto, tratamento diferenciado?
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A mim, parece-me que não. Mas parece que sim a muita gente. A começar pela Associação Comercial do Porto que anunciou hoje ter iniciado contactos para a elaboração de um estudo que deverá justificar que a melhor alternativa é Portela+1, sendo 1, onde quer que seja, para as low cost e a Portela para as outras.
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No Outono, resolveremos o problema.

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