Monday, April 21, 2008

A BATALHA DA PENSILVÂNIA

Qualquer dos candidatos democratas é melhor que McCain mas McCain é melhor que George Bush . É o que diz Obama, para seguidamente perguntar quem melhor protagonizará a mudança e implicitamente responder que é ele.
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A cada um um seu discurso, McCain por agora é mais ouvinte que interveniente, o silêncio resguarda-o, a luta verbal dos candidatos democratas beneficia-o. Amanhã saber-se-á o resultado de uma luta fratricida que, até agora, vulnerabilizou mais do que promoveu Barak Obama ou Hillary Clinton.
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Se, como avisam os resultados das sondagens, Hillary ganhar tangencialmente ou perder na Pensivânia, a sua nomeação ficará comprometida ou irremediavelmente perdida. E Obama irá defrontar McCain razoavelmente recuperado dos seus confrontos com Hillary até hoje. Se, como prevê Bill Clinton, Hillary renascer das cinzas como Fénix e obtiver uma vantagem sobre Obama que coloque a corrida das primárias democratas na estaca zero, a guerra entre irmãos vai continuar até Junho. Nessa altura, quem conseguir a nomeação na Convenção estará ainda mais esgotado de meios e de argumentos para se bater com MacCain.
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Se o candidato democrata à presidência em Novembro for Hillary, terá de enfrentar um candidato herói da guerra do Vietname (pelo menos segundo o entendimento da grande maioria dos norte-americanos) após ter sido fortemente desgastada pela sua incrível mentira de ter estado debaixo de fogo quando desembarcou na Bósnia. Num país onde o patriotismo conta e os heróis da guerra são venerados, o confronto entre o herói e o títere pode ser fatal para a avaliação de todos os argumentos que Hillary avance. Acresce que desde o início da campanha, antes de qualquer desgaste provocado pelo confronto com Obama, segundo as sondagens Hillary já era perdedora para McCain.
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Se o candidato for Obama, e se o for já virtualmente a partir de amanhã, as possibilidades do candidato democrata ser eleito como próximo presidente dos EUA aumentam muito. Obama tem recebido as maiores contribuições para o financiamento da campanha, o que constitui um factor desequilibrador importante num país enorme e onde as mensagens televisivas só se pagam com orçamentos gigantes, tem o apoio de uma parte importante da intelectualidade opinion-maker, possui um discurso envolvente e progressivamente arrebatador. No confronto com McCain dificilmente perderá um frente-a-frente.
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Não me admiraria, portanto, que haja muita gente que vote amanhã em Hillary para propositadamente favorecer McCain.

2 comments:

António said...

Boa noite,
mas o que vem a ser isso de Mac ser melhor que Bush?
Qualquer um é melhor que Bush e até o Obama sabe disso e sabe que comparar com Bush é nivelar por baixo.
O grande problema da América e do resto do Mundo é só um:
Qualquer que seja o eleito, será sempre o pior.
Lembre-se quem fica de fora faria muito melhor.
Mas quem está de fora não racha lenha e quem lá está é que tem de se desunhar.
Ningúem gosta de quem se desunha.

Rui Fonseca said...

Caro António, boa noite!

E seja bem aparecido!

Como não voto não tenho candidato. Limito-me a escrever o que me parece.

A propósito, e depois de ter lido o seu comentário, decidi transcrever aqui no Aliás um manifesto de apoio a Obama por parte de Robert Reich, que foi Secretário de Estado do Trabalho na administração Clinton.

Robert Reich escreveu há uns anos um livro traduzido em português "O Trabalho das Nações" que é uma obra de referência.

Quanto ao futuro presidente dos EUA, que vença o melhor! E qualquer dos candidatos, considero eu, é um bom candidato. O mundo político é extremamente competitivo e nos EUA não chega a esta fase um qualquer.

Mesmo Bush se fosse tão cretino como o pintam não teria chegado onde chegou.

Salvo melhor opinião.