Dois tópicos têm vindo a exacerbar as discussões entre os partidos e a alargar-se aos interessados do costume: a privatização da Caixa, ou de parte dela, e a redução da TSU.
O “Destaque – informação à comunicação social” do INE – Estatísticas do Comércio Internacional, respeitantes ao primeiro trimestre deste ano, voltam a dar boas e más notícias: boas, porque as exportações cresceram 17% face ao período homólogo de 2010, más, porque as importações cresceram 8,5% e a taxa de cobertura (70,3%) ainda se mantem a níveis muito insuficientes para reequilibrar o crónico défice externo.
A redução da TSU parece uma boa ideia mas de aplicação complexa: Por exemplo, é possível aplicá-la benificiando apenas o valor acrescentado nacional exportado? A Galp exporta muito, mas do que exporta que parte é valor acrescentado nacional? Relativamente, muito pouco.
Por outro lado, porque razão se encara a discriminação positiva e não se pensa ao mesmo tempo na discriminação negativa: reduzir a TSU para os sectores exportadores, proporcionalmente na medida do valor acrescentado nacional exportado e aumentar aos sectores importadores em medida inversamente idêntica? A União Europeia não deixa? E não se pode convencê-los?
Agora a Caixa. A Caixa, cuja estatização é defendida em nome da necessidade da intervenção do Estado no mercado financeiro, a acção mais relevante que lhe mandaram tomar nos últimos anos foi a entrega ao BPN de 5,3 mil milhões de euros, que os contribuintes terão de pagar, cerca de 7% da ajuda externa esperada hoje, a concessão de crédito a meia dúzia de compinchas para comprarem posições relevantes no BCP e a conivência partidária, além de outros rombos do género.
Quanto ao resto, a Caixa faz gosto em seguir o rebanho.
Ora não poderia a Caixa bonificar os créditos às exportações de valor acrescentado nacional e agravar os créditos às importações? Poderia.
Dir-se-á que os exportadores passariam a recorrer à Caixa mas os importadores, que são mais volumosos, iriam bater às outras portas.
Ora o Estado vai contrair um empréstimo de 78 mil milhões, com os quais vai recomprar dívida à banca nacional. O que é que impede o Governo de discriminar positivamente uns que aceitem seguir uma política de crédito que priviligie as exportações e desmotivem as importações e negativamente os que não estiverem pelos ajustes?
Há ainda muita gente que sonha com o abandono do euro e a volta à moeda macaca para aumentar a competitividade das exportações.
Ora a desvalorização que daí decorreria, sem a qual a mudança não faria nenhum sentido, implicaria a redução real dos salários e, sobretudo, dos salários dos sectores exportadores. O que é curioso é que são os sectores partidários que se dizem mais à esquerda e dizem defender os interesses das classes trabalhadoras que geralmente defendem a saída do euro, a desvalorização da moeda e, consequentemente, a redução do salários reais.
E não nos iludamos: Reduzir a TSU em 4% não chega. Nos sectores em que deixámos de ser competitivos, 4% da TSU não dão para mandar cantar um cego. É melhor que nada mas não dá para nadar quanto mais para navegar.
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*colocado aqui
*colocado aqui
1 comment:
Reduzir TSU é equivalente a:
1-Destruição da segurança social.
2-Criar algum fundo de maneio
para o "chico esperto" sacar,
(mais uns carros para a
famíla e umas férias além!)
3-Aumentar mais os impostos
para quem vive dos seus
rendimentos.
4-O PSD perder as eleições e o
Pedro Passos Coelho a ser 1º
Ministro noutra encarnação.
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