Sócrates diz tudo e o contrário e tudo se banaliza na catadupa da sua demagogia e contradições. Mas sai quase incólume a avaliar pelas sondagens. Consegue manter-se à tona depois de nos levar ao fundo.
E porquê?
Podemos espantar-nos com tanto equilíbrio na corda bamba que os seus contorcionismos balançam até ao impensável, podemos acusá-lo com toda a justeza de fazer batota, de fugir às responsabilidades, de vender o vazio, mas o artista não vai abaixo assim.
É (seria) preciso que o artista candidato a alternante mostre (mostrasse) firmeza no discurso, coerência nas ideias, pulso firme nos objectivos, meia dúzia de ideias fulcrais consolidadas, a capacidade para não se deixar enredar na teia de pequenas questiúnculas, e sobretudo, que ele próprio não lançasse poeira que o deixa mal visto e faz esquecer ao público as artimanhas do outro.
Se não, vai conseguir perder as eleições, tão certo como tu te chamares António.
E daí, talvez não seja a pior das perdas. Quem agarrar o tição vai ficar chamuscado pela certa em pouco tempo. E se forem três a agarrá-lo fica mais queimado o que está à frente, ao pé da ponta.
Daqui a dois anos, se não for muito antes, os artistas serão outros porque estes estarão queimados e o líder, seja ele qual for, feito em churrasco
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